20/03/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Pressões para apoiar Freeport

O ex-director da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) José Vasconcelos revelou ontem, no Tribunal do Barreiro, ter sido pressionado por José Manuel Marques – consultor na Câmara de Alcochete e antigo vice-presidente do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) – para apoiar o projecto do Freeport.

O testemunho foi dado durante o julgamento de Charles Smith e Manuel Pedro, acusados de tentativa de extorsão de 23,3 milhões de euros para garantir o licenciamento do outlet de Alcochete. José Vasconcelos explicou que as "pressões eram contínuas", que a situação era "muito difícil de gerir" e que José Manuel Marques, que chegou a ser constituído arguido mas não foi acusado, agia "como se fosse o patrão da iniciativa".

Durante a quinta audiência, foi ouvido também José Manuel Silva Ginja, técnico oficial de contas da Smith & Pedro que, segundo a defesa, seria o misterioso ‘pinóquio’ – Charles Smith referiu num e-mail que uma parte das 80 mil libras pagas pelo Freeport era para dar ao ‘pinóquio’. Confrontado pelo Ministério Público com esta alcunha, José Ginja garantiu não saber de quem se tratava. O julgamento teve início a 8 de Março e prossegue esta manhã.

FAVORES PODEM SER PAGOS

"Os favores podem ser pagos com presentes ou cheques". A frase é do antigo director da Lusoponte João Filipe Rebelo Pinto, que revelou ontem em tribunal ter recebido dos sócios da Smith & Pedro um relógio da marca Burberrys. Segundo o próprio, esta prenda pode ter sido "uma gentileza" para pagarem o favor de ter organizado uma reunião com o advogado Augusto Ferreira do Amaral, ligado à venda dos terrenos ao grupo Freeport. Questionado sobre se tinha recebido dinheiro, João Pinto disse não se lembrar. Augusto Ferreira do Amaral, irmão do antigo ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira do Amaral, e Mário Cristina de Sousa, ex-ministro da Economia, são ouvidos hoje como testemunhas.


* "Os favores podem ser pagos com presentes ou cheques", não há nenhum português que não entenda, todos os dias a comunicação social é fértil em revelar vigarices do poder político/financeiro, que de outra maneira não seriam do conhecimento público.
Uma perguntinha, Isaltino de Morais já foi preso, poque espera a juíza????

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