HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Fuga de investidores estrangeiros
da bolsa nacional bate recorde
O investimento dos particulares portugueses é superior às aplicações de todos os investidores estrangeiros. Quebra destes já é superior a 60%.
No ano em que a ‘troika' aterrou em Portugal as aplicações dos investidores estrangeiros em acções nacionais caíram 19,7 mil milhões de euros nos primeiros dez meses do ano. Em comparação com o período homólogo, a quebra atinge os 61,6%, a mais alta de sempre, muito além dos 26,8% registados em 2009. "Deve-se principalmente à imagem de Portugal no exterior. Passámos a ser um país intervencionado e existe uma maior percepção de risco em relação à economia portuguesa", nota Filipe Garcia, presidente da IMF. Até ao final de Outubro, os investidores estrangeiros - particulares, seguros, gestão de activos, intermediários financeiros e outros institucionais - aplicaram pouco mais de 12 mil milhões de euros na bolsa portuguesa, o valor mais baixo de que há registo.
Apesar de as empresas portuguesas sofrerem de forma generalizada com a projecção negativa de Portugal no exterior, a falta de atractividade das cotadas nacionais não se esgota na imagem do país. "É claro que a questão da economia portuguesa também é relevante, nomeadamente devido às dificuldades de acesso ao crédito das nossas empresas e às fracas perspectivas de crescimento do negócio no mercado nacional", explica Filipe Garcia. E adianta: "Tudo isto enfraquece os fundamentais das empresas. Mas a verdade é que as empresas portuguesas caem de forma generalizada, mesmo as menos expostas ao mercado interno, o que me leva a crer que é sobretudo um problema de risco do país".
O peso do investimento estrangeiro na bolsa nacional é hoje de 31%, quando no mesmo período de 2010 chegava aos 50%. Embora a tendência seja transversal a todos os segmentos de investidores, a quebra foi bastante menos acentuada entre os investidores residentes, cujo valor das aplicações caiu 12,7% face ao homólogo. A fuga dos investidores portugueses da bolsa nacional remonta já a 2008 e 2009, quando o investimento caiu 40,5% e 30,6%, respectivamente, daí que o actual ajuste seja menos pronunciado. Desde 2007, e só entre os investidores particulares residentes, a fuga é superior a 30 mil milhões de euros, uma quebra de 70%. Ainda assim, o investimento dos particulares portugueses na bolsa nacional este ano, no valor de 13,1 mil milhões de euros, é superior ao montante total aplicado por investidores estrangeiros.
* O país não oferece credibilidade porque não há políticos credíveis.
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