Opel Ampera:
o eléctrico sem limites
por Sara Piteira Mota
O Opel Ampera elimina as angústias da autonomia e faz do carro eléctrico uma experiência idêntica a qualquer outro carro.
Passar um fim-de-semana tendo de percorrer vários pontos da grande Lisboa no eléctrico Opel Ampera revelou-se uma agradável surpresa. E porquê? Porque é um carro fácil de conduzir, confortável e principalmente porque nos liberta da preocupação da bateria eléctrica descarregar ao fim de 80 km.
O Opel Ampera percorre 500 quilómetros sem ter que parar para ligar a ficha à tomada, porque tem um extensor de autonomia a gasolina.
Para quem tem dúvidas, este não é o chamado híbrido, pois a maior diferença é que aqui é o motor térmico quem auxilia o motor eléctrico.
O Ampera, tal como a maioria dos carros eléctricos, leva-nos até às séries de ficção científica. O design segue a linha dos modelos ecológicos que se assemelham a uma nave espacial mas está próximo dos carros convencionais, destacando-se o estilo desportivo.
O silêncio é impagável
O silêncio no arranque não surpreende, para quem já conduziu outros eléctricos, mas para quem nunca tinha andado a primeira vez a história é outra. Porém, tudo se processa de uma forma natural, tal como nos carros a combustão. Embora o Ampera parecer quedesliza.
A direcção eléctrica tem peso certo e uma precisão notável. O conforto a bordo, nos bancos dianteiros, foi uma boa surpresa bem como a qualidade da estabilidade do Ampera.
Dentro do habitáculo o isolamento acústico é bastante bom. O Ampera não sofre muito com ruídos aerodinâmicos e com o tradicional "assobio" do motor eléctrico, notando-se algum ruído de rolamento. Os materiais utilizados no interior são rijos e a consola central tem falta de qualidade que gera alguns sons, mas que a Opel explica deverem-se ao facto destes veículos serem "unidades de pré-produção".
Autonomia eléctrica é de 40 a 80 quilómetros
A bateria em forma de T pesa 198 kg, leva o peso do Ampera para os 1732 quilos (entre 170 a 200 quilos mais que um carro do segmento D), diminuindo um pouco a agilidade e limitando a habitabilidade. E aqui está outro problema. Cabem apenas 4 pessoas no Ampera, o banco traseiro não é dos mais ergonómicos e a bagageira fica-se pelos 310 litros.
Com a bateria carregada (leva 4 horas a carregar completamente numa tomada eléctrica comum) conseguimos fazer quase 67 quilómetros. A autonomia varia consoante as condições climatéricas e também o tipo de condução. Foi utilizado o ar condicionado num percurso com algum tráfego, sempre no modo Normal, com o rádio Bose ligado. Depois de esgotada a bateria, o motor a gasolina começou a funcionar gerando energia para carregar a bateria. Aqui, a autonomia subiu para os 500 quilómetros conferida pelos 35 litros de gasolina do depósito e um consumo que variou entre 2,5 e 3 l/100 km. O motor a gasolina não está ligado às rodas nem ao acelerador e só em casos excepcionais (como refere a Opel) poderá enviar energia directamente às rodas motrizes através do segundo motor eléctrico existente. O que de facto aconteceu quando a velocidades foi elevada.
Apesar de ser mais pesado que os rivais do segmento D, o que o podia tornar mais lento, o motor eléctrico, que debita 150 cavalos, tem força suficiente chegar dos 0-100 km/h em 9 e pouco segundos e atingir uma velocidade máxima de 161 km/h.
Tecnologia futurista
O painel de instrumentos é radicalmente diferente do normal. Há tanta informação e grafismo que mais parece estarmos a bordo de uma nave espacial. Mas ao fim de pouco tempo habitua-se.
Tem dois ecrãs de sete polegadas, um que dá informações ligadas à condução e outro monitoriza os sistemas de informação, entretenimento, climatização, recarregamento da baterias, entre outros.
Um dos sistemas mais interessantes é o computador de bordo, o outro é a bola que está no painel principal. Essa pequena bola verde move-se na horizontal e indica-nos o estilo de condução. Muda de cor - entre o verde e o vermelho - quando abusamos da travagem e da aceleração. O ideal é que a bola esteja sempre a meio, verde e a rolar.
A consola central define novos padrões em termos de simplicidade com comandos sensíveis ao toque, facilmente identificados. Os dois ecrãs são um mundo de possibilidades que é quase obrigatório perder tempo a "brincar".
Não há dúvida de que o Ampera faz todo o sentido e liberta-nos da ansiedade da reduzida autonomia de um eléctrico. Para o dia-a-dia, este modelo permite uma utilização quase sempre em modo eléctrico, mas mantendo o condutor tranquilo de que se não chegar ao local pretendido, o motor térmico está lá para ajudar.
Ficha técnica Opel Ampera
Preço:42.900 euros
Velocidade máxima: 161 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 9 segundos
Autonomia exclusivamente eléctrica: 40 a 80 km
Autonomia total (eléctrica e com extensor): 500 km
Consumo de energia de electricidade: menos de 26 kWh/100 km
Consumo de gasolina: 1,2 l/100 km
Emissões de CO2: 27 g/km
veja o vídeo legendado em inglês
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