HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Confirma-se:
TAP vai mesmo ser nacionalizada
Só uma reviravolta de última hora nesta noite pode impedir a concretização desta solução.
A resolução do Conselho de Ministro será aprovada nesta quinta-feira, avança a Renascença e confirmou o DN junto de fonte do governo.
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As negociações com os privados falharam e o
que António Costa queria evitar a todo o custo deverá mesmo avançar: a
nacionalização da TAP é agora uma certeza que se concretizará na reunião
do Conselho de Ministros de amanhã. A menos que nesta noite Neeleman,
que já terá cedido à saída, em troco de receber 55 milhões – venha a
aceitar a proposta de que o governo faz depender a solução de acordo.
Em 2016, a Azul (companhia brasileira de
que o empresário amero-brasileiro é presidente) emprestou 90 milhões de
euros em obrigações à TAP, que vencem em 2026 e se transformam então em
capital – o que o governo não quer. Se Neeleman aceitar também que esse
empréstimo não se converta em ações no fim do prazo, a nacionalização
não acontece. Mas é preciso que esse acordo se dê antes do Conselho de
Ministros de amanhã de manhã.
Resta portanto uma esperança de reviravolta de última hora que altere as
peças do tabuleiro deste xadrez entre este fim de tarde e a manhã de
amanhã, explica ao Dinheiro Vivo fonte próxima do processo, que confirma
que a nacionalização será evitada até ao último momento. Mas poderá ser
a única solução.
Nacionalização traz problemas
Com a nacionalização, que não requer
autorização de Bruxelas mas terá consequências a esse nível –
nomeadamente porque a Comissão Europeia não é adepta de companhias
estatais e se criam graves dificuldades de financiamento da
transportadora dadas as regras de concorrência -, o Estado deverá
assumir a totalidade da fatia dos privados.
De fora, ficarão os 5% da TAP que pertence aos trabalhadores, que se
manterão nas mãos destes.
A nacionalização serve para afastar David
Neeleman, que se mostrou intransigente na manutenção da cláusula que o
governo assinou quando reverteu a privatização e pela qual, havendo
reforço estatal, o Estado teria de devolver aos privados parte do
dinheiro por estes investido na companhia (117 milhões). Que deverá
seguir para a justiça para fazer valer os seus direitos, o que pode
trazer ainda mais problemas à transportadora e ao país, caso o tribunal
decida a favor dos privados.
Por outro lado, há Humberto Pedrosa, que detém o consórcio privado dono
de 45% da TAP em conjunto com Neeleman, e cuja participação no negócio
foi fundamental para se concretizar a venda da TAP (ter presença
portuguesa). Recorde-se que Pedrosa é dono da gigante de autocarros
Barraqueiro, bem como lidera o Metro do Sul do Tejo e a Fertagus
(comboio da ponte).
Recorde-se ainda que nesta tarde o Conselho das Finanças Públicas veio
alertar para a suborçamentação do custo de salvação da TAP no Orçamento
Suplementar — ainda num cenário em que os contribuintes entregam um
empréstimo de 1,2 mil milhões à companhia aérea, e não de
nacionalização.
Com a nacionalização, os custos suportados pelos contribuintes serão
brutalmente superiores, tendo em conta a situação complicada da
companhia e a dívida enorme que carrega.
* Não temos a certeza de ser boa a nacionalização da empresa, bom é Neelman ir de frosques.
* Não temos a certeza de ser boa a nacionalização da empresa, bom é Neelman ir de frosques.
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