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IN "ESQUERDA"
06/07/20
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A memória seletiva da direita
A história recente da privatização dos CTT é a história de uma privatização errada, levada a cabo pelo último governo PSD/CDS, concluída em 2014, que levou à alteração na resposta de serviço postal para pior. Bem pior.
Ninguém fica indiferente às muitas
queixas que se sentem relativamente à fraca qualidade dos serviços dos
CTT, sendo isto sinal da importância que esta empresa tem para as
pessoas – foi durante muitos e muitos anos o elo de ligação de muitas
localidades remotas ao resto do mundo.
Os CTT contam com mais de 500 anos e eram vistos como uma entidade pública que prestava um serviço público essencial.
A história recente da privatização dos CTT é a história de uma privatização errada, levada a cabo pelo último governo PSD/CDS, concluída em 2014, que levou à alteração na resposta de serviço postal para pior. Bem pior.
Apesar de terem resistido a diversas crises, não resistiram à receita bem conhecida, e aplicada, das políticas da direita: enfraquecer a empresa pública, encerrando balcões, vendendo edifícios, despedindo funcionários, degradando o serviço, ao mesmo tempo que os balcões dos CTT começavam a venda de produtos financeiros.
Relembre-se que esta empresa enquanto pública dava lucros, gerando receita que ficava para o Estado – e quando se diz Estado – fala-se em investimento nos sectores públicos essenciais.
A 5 de setembro de 2014 – um dia após a operação da privatização – concretizou-se a venda relâmpago dos últimos 31% das ações, que ainda eram públicas. Um ano antes, cerca de 70% do capital dos CTT já tinha sido vendido a alguns bancos internacionais como o Goldman Sachs e o Deutsch Bank – bem conhecidos e queridos à direita.
A partir daqui foi saber da distribuição de dividendos entre os acionistas, enquanto centenas de estações e postos eram encerrados, atrasos repetitivos na distribuição, redução de mais de 1000 trabalhadores e o aumento dos número de trabalhadores precários.
Agora falemos da memória seletiva do sr. Deputado António Ventura, eleito pelos Açores, à Assembleia da República, que nos últimos dias se assumiu como o porta-voz de todos açorianos nesta questão... Vejamos: foi o seu partido (PSD) em coligação com o CDS que empurraram os CTT para a péssima situação em que se encontram; em 2019 o Bloco de Esquerda apresentou um Projeto-Lei que estabelecia o regime para a nacionalização dos CTT. E como votou o seu partido? Qual o sentido de voto para esta iniciativa que resolveria os problemas relativos à resposta dos CTT? Relembro-o: foi contra! PS, PSD, CDS, CH e IL votaram contra aquela que era a solução para que deixássemos de ter a fraca qualidade dos serviços dos CTT, com a abstenção do PAN. Já no presente ano, o Bloco de Esquerda entregou um Projeto de Resolução para que seja iniciado o procedimento tendente à apropriação pública por via de nacionalização do controlo acionista dos CTT. Para o Bloco de Esquerda tem de haver consequências das nossas palavras que não se resumam a comunicados de imprensa.
Portanto, a coerência dos/as deputados/as, eleitos/as pelos Açores (PS e PSD), será, mais uma vez, avaliada perante a votação dessa iniciativa.
Os CTT contam com mais de 500 anos e eram vistos como uma entidade pública que prestava um serviço público essencial.
A história recente da privatização dos CTT é a história de uma privatização errada, levada a cabo pelo último governo PSD/CDS, concluída em 2014, que levou à alteração na resposta de serviço postal para pior. Bem pior.
Apesar de terem resistido a diversas crises, não resistiram à receita bem conhecida, e aplicada, das políticas da direita: enfraquecer a empresa pública, encerrando balcões, vendendo edifícios, despedindo funcionários, degradando o serviço, ao mesmo tempo que os balcões dos CTT começavam a venda de produtos financeiros.
Relembre-se que esta empresa enquanto pública dava lucros, gerando receita que ficava para o Estado – e quando se diz Estado – fala-se em investimento nos sectores públicos essenciais.
A 5 de setembro de 2014 – um dia após a operação da privatização – concretizou-se a venda relâmpago dos últimos 31% das ações, que ainda eram públicas. Um ano antes, cerca de 70% do capital dos CTT já tinha sido vendido a alguns bancos internacionais como o Goldman Sachs e o Deutsch Bank – bem conhecidos e queridos à direita.
A partir daqui foi saber da distribuição de dividendos entre os acionistas, enquanto centenas de estações e postos eram encerrados, atrasos repetitivos na distribuição, redução de mais de 1000 trabalhadores e o aumento dos número de trabalhadores precários.
Agora falemos da memória seletiva do sr. Deputado António Ventura, eleito pelos Açores, à Assembleia da República, que nos últimos dias se assumiu como o porta-voz de todos açorianos nesta questão... Vejamos: foi o seu partido (PSD) em coligação com o CDS que empurraram os CTT para a péssima situação em que se encontram; em 2019 o Bloco de Esquerda apresentou um Projeto-Lei que estabelecia o regime para a nacionalização dos CTT. E como votou o seu partido? Qual o sentido de voto para esta iniciativa que resolveria os problemas relativos à resposta dos CTT? Relembro-o: foi contra! PS, PSD, CDS, CH e IL votaram contra aquela que era a solução para que deixássemos de ter a fraca qualidade dos serviços dos CTT, com a abstenção do PAN. Já no presente ano, o Bloco de Esquerda entregou um Projeto de Resolução para que seja iniciado o procedimento tendente à apropriação pública por via de nacionalização do controlo acionista dos CTT. Para o Bloco de Esquerda tem de haver consequências das nossas palavras que não se resumam a comunicados de imprensa.
Portanto, a coerência dos/as deputados/as, eleitos/as pelos Açores (PS e PSD), será, mais uma vez, avaliada perante a votação dessa iniciativa.
* Licenciada em Educação. Activista pelos Direitos dos Animais.
IN "ESQUERDA"
06/07/20
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