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Bancos passam a pagar contribuição adicional de solidariedade
O
Governo criou uma contribuição adicional de solidariedade para o setor
bancário para suportar os custos da resposta ao impacto da pandemia de
covid-19, consignando a receita ao Fundo de Estabilização Financeira da
Segurança Social.
O regime que cria esta medida, que já foi
contestada pelo setor bancário, consta do orçamento retificativo 2020,
que foi hoje apresentado e já estava presente no Programa de
Estabilização Económica e Social (PEES), publicado em Diário da
República no sábado.
A contribuição é de 0,02% e pode render uma receita de 33 milhões de euros, segundo as estimativas do executivo.
Segundo
o orçamento retificativo de 2020, a base de incidência do regime é
calculada tendo por referência a média semestral dos saldos de cada mês,
“que tenham correspondência nas contas relativas ao primeiro semestre
de 2020”, no caso do adicional devido em 2020, e nas contas do segundo
semestre de 2020, no caso da taxa de 2021.
O pagamento deverá ser
efetuado “pelo próprio sujeito passivo”, utilizando para isso a
declaração de modelo oficial, que deve ser enviada até, respetivamente,
ao dia 15 de dezembro de 2020 e 2021.
No entanto, na ausência da
publicação das contas do primeiro e segundo semestre de 2020, a base de
incidência passa a ser calculada tendo por referência a média semestral
dos saldos finais de cada mês, que tenham correspondência nas contas do
primeiro e segundo semestres de 2020.
Caso o pagamento do
adicional não seja realizado no período definido “começam a correr
imediatamente juros de mora e a cobrança da dívida é promovida pela
administração fiscal”, ressalvou o Governo.
Na segunda-feira, a
Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirmou, em resposta à Lusa,
“desconhecer e não compreender” as razões que justificam aplicar uma
contribuição adicional de solidariedade “apenas ao setor bancário” e
avisou que, “a ser necessária, não deveria incidir precisamente” sobre
este setor.
A APB adiantou ainda que “não deveria, ainda, deixar
de se ter em consideração que o sistema bancário, em consequência da
brutal recessão provocada pela pandemia e do aumento do incumprimento do
crédito que sempre ocorre nessas circunstâncias, poderá ser um dos
setores mais afetados”.
Para a APB “a saúde financeira da banca
tem que ser preservada” e não deveriam ser “criados mais entraves à
capacidade de os bancos financiarem a economia e serem competitivos no
espaço europeu”.
* E quem na realidade vai pagar essa contribuiçãozinha? Os clientes dos bancos!!!
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