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Incêndios. Peniche aprova Plano de Defesa da Floresta após corte nas transferências do Estado
Após ter sido penalizado com cortes nas transferências do Orçamento do Estado por não dispor do documento, a Câmara de Peniche aprovou o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
A Câmara de Peniche aprovou o Plano Municipal de Defesa da Floresta
Contra Incêndios, disse esta terça-feira fonte autárquica, após o
município ter sido penalizado com cortes nas transferências do Orçamento
do Estado por não dispor do documento.
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Metade da área do concelho, no distrito de Leiria, é ocupada por
agricultura, 16% por floresta e 15% por mato, pastagens e espaços
descobertos, refere o diagnóstico do plano, a que a agência Lusa teve
acesso. O eucalipto é a espécie dominante, seguida do pinheiro bravo.
O município é proprietário de um pinhal, com uma área de 343 hectares.
Em 2018, registaram-se 36 ocorrências relacionadas com incêndios,
resultando numa área ardida de 0,82 hectares, quando em 2009 tinha
havido 69 ocorrências e 11,4 hectares ardidos.
Em cinco anos,
ocorreram 263 incêndios, 185 dos quais são de origem desconhecida, 72 de
origem negligente, dois intencionais e quatro relacionados com
reacendimentos.
Em 10 anos, grande parte das ocorrências centraliza-se nos meses de
setembro e outubro e a área ardida foi em média de 0,27 hectares.
O documento conclui que 24,2% da área ardida diz respeito a incêndios com áreas ardidas inferiores a um hectare.
Em novembro de 2018, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas tinha reprovado o plano apresentado.
Cinco meses depois, a autarquia contratou, por 9.900 euros, a
elaboração do plano à Associação de Produtores Florestais dos Concelhos
de Alcobaça e Nazaré.
Em julho de 2019, Peniche era um dos 53
municípios do país sem Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra
Incêndios, motivo pelo qual em 2019, durante vários meses, viu retidos
55 mil euros por mês das transferências do Orçamento de Estado, conforme
confirmou o presidente da câmara, Henrique Bertino, na Assembleia
Municipal de setembro passado.
Um mês depois, numa posição pública, o PSD local considerou
“absolutamente lamentável” que, “depois de contratar um engenheiro
florestal, depois de contratar uma empresa para fazer com urgência o
plano contra incêndios e depois de ser alertado para a possibilidade de o
município ser penalizado, o presidente da Câmara tenha permitido 50.000
euros cativos por cada mês que passou sem o plano aprovado”.
* Viva o caciquismo!
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