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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Primeiras 25 das 500 crianças da
Grécia chegam a Portugal em junho
Os
primeiros 25 dos 500 menores não acompanhados vindos de campos de
refugiados na Grécia e que Portugal vai receber chegam ao país na
primeira quinzena de junho, ficando o acolhimento sob a responsabilidade
da Cruz Vermelha Portuguesa, adiantou o Governo.
"O
acolhimento das primeiras 50 crianças será assegurado pela Cruz
Vermelha Portuguesa e o primeiro grupo de 25 crianças chegará na
primeira quinzena de junho", disse esta quarta-feira a ministra de
Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no decurso de uma
audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos,
Liberdades e Garantias.
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A ministra referiu que Portugal respondeu "de forma positiva" a um apelo da Grécia para um acolhimento de 5500 crianças, oferecendo-se para acolher "500 menores não acompanhados reconhecendo a sua especial vulnerabilidade".
"A resposta consiste num acolhimento
temporário, entre três a seis meses, acautelando todo o apoio e
intervenção inicial que estas crianças possam necessitar e depois um
encaminhamento para uma resposta mais adequada aos seus perfis, às suas
expectativas e na verdade também à idade que tenham", disse a ministra.
Confrontada
com críticas da deputada do PSD Lina Lopes, que relembrou o caso dos 15
menores à guarda do Estado desaparecidos das instituições em que
estavam em 2017 e que questionou sobre as medidas que vão ser tomadas
para "voltar a passar pela vergonha" de termos crianças que
"simplesmente desaparecem", Mariana Vieira da Silva respondeu que o
Governo "aprendeu com a experiência" com base na qual desenhou um novo
programa de acolhimento.
"Desde a
primeira hora desenhámos este modelo de acolhimento beneficiando desse
caso que correu mal e procurando corrigir as falhas que foram
identificadas. Dito isto, as estruturas de acolhimento não são prisões e
não estamos disponíveis para um modelo em que as estruturas onde os
jovens que já vêm de situações muito difíceis e desse sentimento de
prisão vejam reproduzidos agora em Portugal um sistema de redes, de
fechamento e de prisão que não estamos disponíveis para fazer", disse a
ministra.
Mariana Vieira da Silva acrescentou que o
modelo desenhado em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério
do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Ministério da
Administração Interna, procura "centros de resposta de reduzida
dimensão, com um grande acompanhamento educativo desde a primeira hora" e
que há um objetivo de receber essas crianças em pequenos grupos para
que se possa "testar esse modelo".
Referiu
também que "a ideia é que elas [as crianças] não fiquem
institucionalizadas o resto da sua vida" e que a resposta pode passar
pelas famílias de acolhimento, sublinhando que a idade das crianças
acolhidas é um fator a ter em conta.
O
acompanhamento educativo está a ser trabalho com o Ministério da
Educação e a ministra referiu que mesmo a telescola dá uma resposta a
crianças migrantes, tendo na sua programação o Português como Língua Não
Materna (PLNM), para evitar "situações de exclusão ou desigualdade face
à escola".
Sobre o PLNM adiantou ainda
que foi colocada em consulta pública na terça-feira a revisão da
portaria para permitir que seja integrada nas formações dadas nos
centros Qualifica, passando a ser acessível a cidadãos que ainda tenham o
processo de regularização em curso.
Prevê-se
"a diminuição do número máximo de alunos por grupo de formação e também
uma diminuição do número mínimo e uma maior flexibilidade nos horários
para permitir uma melhor resposta às necessidades dos formandos", disse a
ministra aos deputados.
* Ser solidário com crianças abandonadas e fugidas da morte é um acto de dignidade.
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