07/05/2020

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HOJE  NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
As viseiras - nenhum estudo avaliou eficácia no controlo da fonte de infeção

A evidência atual sugere que o vírus ​​​​​​​SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, se transmite como os outros vírus respiratórios.

O indivíduo doente pode libertar gotículas ao falar, tossir, espirrar, rir..., que podem entrar em contacto com olhos, nariz ou boca da pessoa suscetível que se encontre a menos de dois metros de distância, ou então essas gotículas caem e ficam depositadas nas superfícies. As mãos comportam-se de seguida como veículo da infeção.
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Por esse motivo é necessário manter a distância, cumprir a etiqueta respiratória, higienizar frequentemente as mãos e utilizar uma barreira física que contenha a emissão das gotículas e evite a sua deposição nas superfícies.

As viseiras funcionam como uma barreira física: são constituídas por uma armação e uma película de plástico transparente que cobre o rosto. Para uma maior proteção do indivíduo que a usa, a viseira deve cobrir toda a face - ser mais baixa que o queixo, lateralmente ir até às orelhas e não ter espaço entre a armação e a testa. Com estas características, as viseiras têm algumas vantagens - protegem os olhos, podem ser reutilizadas (são limpas com água e sabão ou com desinfetante comum), são relativamente confortáveis e protegem o utilizador reduzindo a exposição do mesmo a gotículas e diminuindo o potencial de autocontaminação impedindo-o de tocar o seu próprio rosto.

O problema é que a viseira é aberta em baixo, o que permite a queda de gotículas que se vão depositar nas superfícies. Nenhum estudo avaliou os efeitos ou benefícios das viseiras no controlo da fonte, ou seja, na contenção das gotículas emitidas por utilizador doente.

O indivíduo doente pode ser transmissor da infeção mesmo que assintomático ou com sintomas ligeiros que pode não valorizar. A utilização da máscara, tapando completamente a boca e o nariz, permite a contenção das gotículas, ajudando a reduzir a transmissão da infeção.

Nesta pandemia é necessário que os nossos comportamentos nos protejam a nós e aos outros. Ao utilizar a viseira está a proteger-se a si, ao usar a máscara está a proteger também os outros. A viseira não é uma alternativa à máscara, é um complemento.

*  Continuamos sem perceber porque agentes da PSP e da GNR usam viseira e não máscara. Os autores dessa ordem são responsáveis pelo incremento de agente infectados.

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