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Quebra na economia? "Ninguém sabe o grau. Sabemos que é brutal"
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Restrições levantadas de 15 em 15 dias, em maio e junho. Mas tudo pode recuar
Governo vai seguir proposta do PSD e vai aprovar num próximo Conselho de Ministros a descida do IVA das máscaras e produtos de desinfecção. Imposto cai dos 23 para os 6%.
As restrições ao confinamento dos portugueses vão começar a ser
levantadas em maio e junho, de forma gradual, e de 15 em 15 dias - o
tempo considerado necessário para avaliar o impacto de cada novo alívio
das medidas. Mas este calendário que - avançou esta tarde António Costa -
será concretizado no final da próxima semana, veio com dois alertas.
Nada voltará a ser como era em fevereiro. E, a qualquer momento, as
medidas de levantamento das restrições podem ser revertidas: "Temos de estar preparados para recuar se for necessário".
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No
debate quinzenal desta quarta-feira, com mais distanciamento (político)
à esquerda do que entre socialistas e sociais-democratas, António Costa
anunciou a descida do IVA sobre as máscaras e os produtos de
desinfeção, que vai ser reduzido para a taxa mínima de 6%. O Governo dá, assim, seguimento a uma proposta que tinha sido deixada pelo líder do PSD, Rui Rio, no debate da última prorrogação do estado de emergência, na passada semana.
Na
altura, o Executivo veio afirmar, pela voz do secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais, que a medida reclamada pelo presidente
social-democrata não era permitida pelas regras europeias. Mas António
Costa disse agora que a União Europeia está a dar seguimento aos pedidos
de outros países, pelo que a redução será aprovada em Conselho de Ministros, já esta semana ou na próxima.
Repetindo
que, "se a primeira fase foi conter a pandemia sem matar a economia, a
segunda fase será reanimar a economia sem descontrolar a pandemia",
António Costa apontou os próximos dois meses como sendo de "transição
para um progressivo desconfinamento", com medidas tomadas de "forma gradual", numa "cadência de 15 em 15 dias", "setor a setor, atividade a atividade" e evitando aglomerações, um ponto em que é "crítica" a gestão dos transportes públicos.
O
calendário mais pormenorizado será avançado no final da próxima semana,
altura em que António Costa volta a reunir com os especialistas, e em
que será também decidido o eventual regresso às aulas presenciais dos
estudantes do 11º e 12º anos.
Sobre a escola, e depois de
questionado pelo PS, o primeiro-ministro referiu-se a um futuro mais
longínquo - o início do próximo ano letivo -, sublinhando que nessa
altura continuaremos a lidar com vírus e sem vacina para o travar.
"Temos de garantir que não estamos dependentes do improviso. Temos de
planear", afirmou, sublinhando que a escola não voltará a ser como
antes. "Vai ser uma escola mais digital", referiu o líder do Executivo,
afirmando que é preciso garantir a universalidade de acesso aos meios
digitais "a todos os alunos". Poderá o próximo ano letivo começar também
em casa? Costa disse apenas não desejar que o próximo ano "seja a continuação do segundo e terceiro período deste ano".
No
debate desta tarde Costa fez questão de agradecer aos 100 professores
que estão a fazer os programas da telescola. "Não são profissionais de
televisão, nem atores de teatro, ou cinema, nem políticos. São pessoas
que estavam habituadas ao contacto com alunos e agora estão a falar para
uma lente", referiu o primeiro-ministro, antes de apontar a "crítica mesquinha" de que têm sido alvo nas redes sociais.
Quebra na economia? "Ninguém sabe o grau. Sabemos que é brutal"
Em resposta ao PSD, António Costa sublinhou que
"neste momento, ninguém sabe totalmente o grau de queda da economia.
Sabemos que é brutal, mas não sabemos a dimensão". É uma questão que
terá uma resposta mais concreta no final de maio, altura em que o
primeiro-ministro quer sentar todos à mesa para definir "um plano de
retoma", com um consenso político e social alargado. Depois, o Governo
apresentará na Assembleia da República um orçamento suplementar, antes das férias parlamentares.
Confrontado
pelo PCP e Bloco de Esquerda com despedimentos abusivos, ao mesmo tempo
que há grandes empresas a distribuir dividendos, Costa respondeu com o
reforço dos meios da Autoridade para as Condições Geral do Trabalho (não
apontando para uma malha legislativa mais apertada, como voltou a
defender Catarina Martins). E deixou claro que as empresas que não estão
a receber apoios públicos não serão impedidas de distribuir dividendos
pelos acionistas. "O Estado como acionista fica contente por receber a parte dos dividendos a que tem direito", disse, aliás.
Sobre
os apoios do Estado para fazer face à situação provocada pela pandemia
de covid-19, o primeiro-ministro disse ainda que o Governo está a fazer
um levantamento das situações em que as pessoas ficaram excluídas de apoios, e que acrescentou que o caso específico do sócios-gerentes está a ser estudado.
Tema
que atravessou o debate - Jerónimo de Sousa levantou-o logo de início -
foi o da austeridade como uma possível resposta à crise. "Não, não haverá medidas de austeridade" foi a frase com que António Costa rematou a questão.
* Muito nós gostaríamos de acreditar que não irão haver medidas de austeridade.
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