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HOJE NO
"OBSERVADOR"
OMS garante que fez tudo no tempo
certo, pede aos EUA que reconsiderem posição e deixa alerta: "O vírus estará entre nós muito tempo"
OMS assegura que fez tudo no tempo certo entre declarar surto emergente e pandemia mas diz também que terá de haver "uma nova normalidade" porque "as epidemias podem voltar facilmente".
Tedros Adhanom Ghebreyesus voltou durante a habitual conferência de imprensa da Organização Mundial da Saúde a defender-se de alguns ataques externos
que tem recebido no sentido se que a pandemia poderia ter sido
anunciada (e controlada) mais cedo do que acabou por acontecer, ao mesmo
tempo que pediu aos Estados Unidos para repensarem o corte de fundos
decretado pelo presidente Donald Trump à agência da ONU.
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“Fizemos tudo no tempo certo. A 30 de janeiro declarámos o surto do novo
coronavírus como uma situação de saúde emergente e que levantava
preocupação em termos internacionais. De acordo com a definição da OMS,
isso é um evento extraordinário que constitui um risco
público de saúde noutros estados, uma doença a propagar-se de forma
internacional e que podia requerer uma potencial coordenação
internacional”, comentou.
“Nessa altura, no final de janeiro, havia apenas 82 casos fora da China.
Olhando para trás, penso que declarámos a situação de emergência no
momento certo e que deu tempo suficiente ao mundo para encontrar
respostas. Só havia 82 casos e nenhuma morte, era o tempo suficiente.
Isto foi há dois meses e 21 dias, quase há três meses atrás”,
acrescentou, recordando depois a passagem a pandemia global a 11 de
março. “Espero que o congelamento de fundos por parte dos Estados Unidos
possa ser revisto para que possam apoiar a Organização
Mundial da Saúde no seu trabalho e na contínua tarefa de salvar vidas.
Espero que os Estados Unidos acreditem que é um investimento importante,
não só para ajudar os outros mas para manter os Estados Unidos a
salvo”, acrescentou.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, que abriu a sessão com números gerais que
apontam para mais de 2,5 milhões de infetados e mais de 160 mil mortos
por Covid-19 no mundo, comentou depois as preocupações a curto e médio
prazo que tem nos outros continentes que não a Europa e a Ásia. “Temos
visto diferentes tendências em diferentes regiões. Na Europa, a maioria
dos países têm casos estabilizados ou a diminuir mas em África, na
América Central e na América do Sul têm muitos países ainda nas
primeiras fases da primeira epidemia. Não façam confusões, o vírus vai
estar entre nós muito tempo”, referiu, reforçando mais uma vez outra
ideia central: “O mundo tem de se convencer que não será como era, tem de haver uma nova normalidade”.
O responsável etíope apontou ainda um ponto importante a propósito da
discussão sobre a pandemia e o futuro. “A maioria da população mundial
continua suscetível a contrair o vírus. Ou seja, as epidemias podem voltar facilmente”,
salientou, entre mais apelos a que sejam cumpridas as seis regras
gerais anunciadas anteriormente pela Organização Mundial da Saúde e que
têm sido seguidas pelos países que começam agora a deixar de forma
gradual o confinamento, falando em específico do caso de alguns países
europeus.
* Trump é bem mais perigoso que o Covid 19, quando o surto estiver estabilizado vai ter de se contabilizar o número de mortos provocado pela negligência do presidente americano.
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