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HOJE NO
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Estudo alerta que medidas de distanciamento social podem ser necessárias até 2022
Investigadores da Universidade de Harvard estudaram diferentes cenários para a evolução da pandemia. Concluem que, sem uma vacina ou imunidade de grupo, medidas de distanciamento social interminentes podem ser necessárias nos próximos dois anos mas os modelos sugerem se forem muito restritivas durante muito tempo podem levar a que o pico seguinte seja maior.
Quanto tempo durará o combate à covid-19? Investigadores da Universidade de Harvard publicaram ontem novos cenários e admitem que, na ausência de uma vacina ou de um reforço da capacidade dos hospitais e tratamentos, algumas medidas de distanciamento social poderão ter de manter-se, de forma intermitente, até 2022, para evitar sobrecarga dos serviços de saúde.
Quanto tempo durará o combate à covid-19? Investigadores da Universidade de Harvard publicaram ontem novos cenários e admitem que, na ausência de uma vacina ou de um reforço da capacidade dos hospitais e tratamentos, algumas medidas de distanciamento social poderão ter de manter-se, de forma intermitente, até 2022, para evitar sobrecarga dos serviços de saúde.
DISTANCIAMENTO SOCIAL |
O estudo publicado na revista Science traça aquela que é até ao momento a análise mais distendida no tempo
para a evolução da pandemia. Os investigadores admitem que existem ainda
várias incógnitas, como saber ao certo se o vírus continuará a circular
depois desta primeira vaga - cenário que consideram provável - se se
torna endémico como outros coronavírus ou a gripe e se, nesse
caso, haverá um ou mais surtos por ano, o que vai depender da imunidade
conferida pela exposição à doença.
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Se não for permanente, os modelos apontam para surtos anuais ou a
cada dois anos, o que também vai depender da imunidade de grupo - como
evolui a percentagem da população com defesas, que a equipa estima mais
uma vez que tenha de chegar aos 70% para funcionar como barreira contra a
doença. Atualmente, os investigadores estimam que a percentagem da
população portuguesa infectada pelo vírus esteja entre 1% e 2%. Uma equipa do Imperial College em Londres aponta para 0,93% e, ao SOL, a matemática e e especialista em epidemiologia Gabriela Gomes, da Escola Superior de Medicina Tropical de Liverpool, calculou que possa rondar os 2%.
Em ambas as projeções, que sugerem então que pelo menos 100 mil
portugueses possam já ter sido expostos ao vírus, abrangem-se os casos
confirmados e também uma projeção de quantas pessoas contraíram o vírus e
não tiveram sintomas.
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Os modelos dos investigadores de Harvard sugerem ainda que os surtos
com início nos meses de outono/inverno tenderão a ter picos maiores, mas
o SARS-COV-2 pode proliferar em qualquer altura. Certo parece também
que, após, o levantamento das medidas, o vírus tende a reaparecer, mas a
equipa constata que uma maior supressão de contactos e mais prolongada
no tempo poderá levar a surtos maiores. Um alerta que poderá ser tido em
conta numa fase em que a maioria dos países europeus estuda a melhor
forma de reabrir a economia e planear um regresso à normalidade.
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"Medidas de distanciamento social mais longas e restritivas nem sempre
se correlacionam com maiores reduções do pico da epidemia. No caso de um
período de 20 semanas de distanciamento social com uma redução de 60%
no R0 (o número de contágios causado por cada doente infectado), o pico
ressurgente foi praticamente da mesma da dimensão de uma epidemia sem
controlo", lê-se no artigo. A equipa diz que os cenários apontam para as
maiores reduções do pico de infeções quando as medidas conseguem
dividir os casos de forma igual entre ondas - dos cenários em que as
medidas de distanciamento social são temporárias, a equipa conclui que
medidas com uma duração de 20 semanas (cinco meses) mas moderadas (uma
redução de 20% a 40% nos contactos) produzem nos modelos as epidemias
com picos menos elevados de casos e menor dimensão final.
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“Medidas de distanciamento eficazes podem reduzir a incidência de
SARS-CoV-2 e tornar fasível uma estratégia de rastreio de contactos e
quarentena como fizeram a Coreia do Sul e Singapura”, escreve a equipa,
sublinhando estar ciente dos impactos socioeconómicos de prolongar no
tempo medidas de distanciamento social. "O nosso objetivo ao modelar
estas políticas não é recomendá-las mas identificar trajetórias
prováveis da epidemia mediante diferentes abordagens, identificar
intervenções complementares como aumentar a capacidade de Unidades de
Cuidados Intensivos (UCI) e incentivar ideias inovadoras que expandam a
lista de opção para controlar a pandemia a longo prazo", lê-se no
artigo. "Não tomamos posição sobre se os cenários são aconselháveis dado
o impacto económico que o distanciamento pode causar, mas notamos o
impacto potencialmente catastrófico no sistema de saúde que pode
prever-se se o distanciamento for pouco eficaz e/ou se não for mantido
por tempo suficiente".
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O artigo conclui que os testes serológicos, os chamados testes de imunidade que detetam anticorpos contra o novo vírus, são urgentes para perceber a extensão e duração da imunidade e que os sistemas de vigilância epidemiológica terão de manter-se nos próximos anos para prevenir o ressurgimento de surtos. A equipa admite mesmo que possam ter de manter-se até 2025.
O artigo conclui que os testes serológicos, os chamados testes de imunidade que detetam anticorpos contra o novo vírus, são urgentes para perceber a extensão e duração da imunidade e que os sistemas de vigilância epidemiológica terão de manter-se nos próximos anos para prevenir o ressurgimento de surtos. A equipa admite mesmo que possam ter de manter-se até 2025.
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Questionado ontem sobre se Portugal está a equacionar apps de
geolocalização que permitem identificar contactos com pessoas
infectadas, à semelhança das estratégias desenvolvidas na China ou na
Coreia do Sul, o secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales
defendeu que devem ser analisadas as experiências dos outros países mas
considerou precoce uma decisão. “Temos primeiro de observar algumas
experiências de outros países, acho isso fundamental, sabendo que isso
pode interferir em muitos aspetos nomeadamente em questões de
privacidade pessoal. Temos de fazer a observação do que são as
experiências nos outros países para explorarmos possibilidades desse
tipo, ou de outro tipo, mas, para já, parece-me ainda precoce admitir
uma possibilidade nessa matéria
* Acrescentem a estas "boas" previsões o acréscimo de neuroses ou úlceras duodenais e também o mais grave, morrer à fome.
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