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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Marcelo antecipa restrições à
circulação em maio, com ou
sem estado de emergência
Sendo já dada como certa a renovação do estado de emergência para lá de 17 de abril, o Presidente da República adianta que continuando, ou não, a haver regime de exceção em maio, haverá restrições à circulação, impossibilitando, por exemplo, as normais cerimónias religiosas em Fátima.
Numa altura em que já é possível começar a ver a "luz ao fundo do
túnel", Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que "tudo se encaminha para
uma renovação do estado de emergência" (em vigor até ao final de 17 de
abril). E antecipou que o decreto presidencial para esse prolongamento
já irá "apontar para o que será a realidade de maio", mês em que,
havendo ou não novo período de excecionalidade, continuarão a existir
restrições à circulação das pessoas.
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No
final de mais uma reunião entre os representantes dos órgãos de
soberania, líderes partidário as as entidades de saúde pública, o
Presidente da República apontou "três ideias fundamentais" resultantes
da avaliação feita com os especialistas. A primeira conclusão assenta na
"evolução positiva" da pandemia, dada a "desaceleração" no ritmo de
contágio que, podendo "parecer lenta, é cada vez mais consistente", e
vista a "redução do valor" da projeção do surto, pois se no inicio cada
português contaminava 1,8 portugueses agora regista-se um valor "muito
abaixo".
A segunda ideia passa pela necessidade de, tal como Marcelo lembrou já
ter referido há uma semana, "ganhar em abril o mês de maio", isto é,
"continuar a dar o exemplo que os portugueses deram", e "de forma mais
intensa durante a Páscoa", nas duas próximas semanas (previsivelmente em
estado de emergência).
A última ideia-chave decorre da
possibilidade aberta pelo mês de abril, que "permite olhar para maio
como um mês diferente, de transição progressiva", com o Presidente a
salientar que será possível conjugar "esperança" com realidade".
Marcelo
explicou que se os cidadãos continuarem as cumprir as normas
restritivas de "maneira regular e consistente" até ao final de abril,
"então, em maio, os portugueses vão começar a habtituar-se à ideia de
conviverem socialmente com a realidade de um vírus que foi vencido
naquilo que representava um risco gravíssimo para a sociedade
portugusesa, e que passa a ser um dado da vida do dia a dia".
"Abril
está a correr bem e vai correr bem e isso permite que maio seja
progressivamente diferente", afirmou num tom otimista o Presidente da
República. Já no final da conferência de imprensa, o primeiro-ministro,
António Costa, precisou que será preciso manter a "disciplina" até ao
final deste mês para em "abril ganhar maio", porém alertou ser preciso
"aguardar sem ansiedades pelo final do mês".
A "retoma
progressiva da vida social e económica" terá de ser "feita com
precaução" e com o mesmo grau de compromisso até aqui demonstrado pelos
portugueses, avisou ainda Marcelo. O Presidente fez questão de notar que
o próximo decreto presidencial para o prolongamento do regime de
exceção além de permitir perceber o que será maio, não irá "diminuir a
exigência de abril em relação à circulação de pessoas".
Isto
porque apesar de "maio ser o mês de transição para o convívio económico e
social", Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que tal "não significa correr
riscos contraditórios com o que tem sido o caminho seguido até aqui".
As
medidas de contenção que houver em maio não serão compatíveis "com
fenómenos de massas que qualquer observador comum perceberá que
significam um risco muito agravado em termos de contaminação", assegurou
em resposta a uma pergunta sobre se, no próximo mês, poderiam ser
celebrados os habituais festejos religiosos em Fátima.
No dia em que a Comissão Europeia apresentou critérios prévios
ao levantamento das restrições no âmbito do conjunto da União Europeia,
Marcelo frisou ser ainda "cedo" para saber se em maio será necessário
prosseguir em estado de emergência. Para uma avaliação mais precisa,
haverá nova reunião, sob proposta de António Costa, com os especialistas
em saúde pública, no próximo dia 28 de abril.
* Respeitamos a ciência em absoluto desde que não seja contagiada de hipocondria.
** A hipocondria, do grego hypo- (a baixo) e chondros (cartilagem do diafragma), também conhecida por nosomifalia,
é um estado psíquico em que a pessoa tem a crença infundada de que
padece de uma doença grave. Costuma vir associada a um medo irracional
da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até às vezes, diagnósticos médicos.
Muitas vezes encarada como algo engraçado, a patologia é séria e prejudica a vida de pacientes e parentes.
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