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HOJE NO
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Tancos.
Arguido confessa envolvimento no roubo e implica Azeredo Lopes na farsa
Ex-fuzileiro João Paulino indicou o nome de dois militares da GNR que lhe falaram do alegado envolvimento do ex-ministro da Defesa no 'achamento'.
O arguido João Paulino, suspeito de ter liderado o assalto às armas
de Tancos em junho de 2017, confessou esta terça-feira ao juiz Carlos
Alexandre, no Tribunal de Monsanto, ter estado envolvido no furto e
indicou dois militares da GNR de Loulé - Lima Santos e Bruno Ataíde -
como tendo-lhe dito que Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, esteve
também implicado na encenação da recuperação das armas. No entanto, não
quis revelar pormenores sobre o ‘achamento’ na região da Chamusca, em
Santarém.
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De acordo com o seu advogado, Melo Alves, João Paulino falou ainda de
outros dois militares da GNR, de quem não revelou os nomes, e ainda da
Polícia Judiciária Militar (PJM), “sabendo apenas que o diretor da
investigação era Vasco Brazão”. Segundo João Paulino, os dois militares
da GNR nomeados, Lima Santos e Bruno Ataíde, disseram-lhe para
participar num encontro com Luís Vieira, diretor da PJM, que nunca
aconteceu. Ataíde, recorde-se, já havia confessado em tribunal que a
encenação da recuperação das armas tinha tido a colaboração de
superiores hierárquicos da GNR.
Apesar de todas as restrições relacionadas com a covid-19, o debate
instrutório do processo está agendado para 4 e 5 de maio, no Tribunal de
Monsanto, envolvendo um total de 23 arguidos - acusados de associação
criminosa, terrorismo, tráfico de influências, denegação de justiça e
falsificação de documentos.
Nove dos arguidos são acusados de fazer o planeamento do roubo das
armas de Tancos e os restantes de encenar a recuperação das armas.
Em meados de fevereiro, recorde-se, Taciano Correia e Amândio
Marques, ex-diretores de investigação criminal da GNR, foram ouvidos
também no Tribunal de Monsanto. O Ministério Público avançou que foi
Taciano Correia quem alegadamente tomou conhecimento primeiro de que
existia um compromisso entre os elementos da PJM e os guardas de Loulé
no furto e posterior recuperação do armamento, mas o arguido terá negado
as acusações, repetindo o que havia dito na fase de inquérito.
De acordo com o mesmo, recebeu dois telefonemas do diretor da PJM
para uma colaboração, mas alegou não saber do que se tratava. A defesa
do ministro da Defesa O coronel, recorde-se, foi detido depois de
aterrar no aeroporto de Lisboa, vindo de uma missão na República
Centro-Africana, em agosto de 2019. Foi presente a tribunal e saiu em
liberdade, mas acabou por ser proibido de contactar com os restantes
arguidos. Também em fevereiro, Azeredo Lopes disse que não estranhou a
encenação de Tancos porque vê muitos filmes policiais. O antigo
governante disse que achou normal a existência de um informador que não
queria ser identificado.
“Por extravagante que me tenha parecido este procedimento, será de
ver filmes policiais, pareceu-me um modus operandi normal com um
informador que diz que não quer ser identificado”, disse o ex-ministro
da Defesa.
A alegada recuperação das armas roubadas dos paióis de Tancos ocorreu
em outubro de 2017, numa operação que envolveu elementos da GNR de
Loulé e a PJM.
O achamento ocorreu praticamente em simultâneo com os incêndios que
flagelaram o centro e norte do país nesse fim de semana de outubro,
enquanto o roubo das armas dos paióis de Tancos coincidiu com a tragédia
dos fogos de Pedrógão Grande e zonas envolventes, antes de verão, no
mês de junho desse ano de 2017.
* Um ex-militar que aceita colaborar num assalto a um quartel é um nojo. Não há necessidade de este nojento implicar o ex-ministro da Defesa na farsa posterior ao assalto, a maior parte da declarações proferidas por ele próprio enterram-no até aos testículos.
António Costa cometeu muitos erros de casting, alguns ainda perduram.
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