Data Analytics for Business
& Mr. Trump’s America
Observei e conversei com muitos americanos locais e achei-os (com exceções, claro) fechados em si próprios, desligados do resto do mundo e satisfeitos com as suas vidas simples e o desempenho recente da economia desde que Trump é Presidente.
Escrevo esta primeira crónica de 2020 diretamente de Nashville,
Tennessee, em plena América de Trump. Tenho tanto para contar! Enquanto
escrevo, antes de adormecer já bem tarde no hotel, oiço o magnífico
álbum “Nashville Skyline” (1969) de Bob Dylan. No primeiro tema do
álbum, “Girl from the North Country”, transparece essa simples magia da
escrita que mereceu um Prémio Nobel, interpretada pelo também grande
Johnny Cash, que reina em Nashville, como Elvis. Sempre bom recordar.
Mas, antes de dar conta das minhas previsões para as eleições
presidenciais americanas de novembro, vou começar por prestar um
esclarecimento útil, na sequência do Deans’ Corner da semana passada.
1. Me Too #1 – Masters in Data Analytics for Business
É uma verdade inquestionável que é importante termos pessoas com
formação em áreas mais quantitativas (tal como nas artes ou nas letras,
para que a vida valha a pena para além de ser útil). O momento atual, em
que temos vindo a assistir a uma crescente capacidade de acumulação de
informação sob a forma de dados, faz com que as organizações e as
pessoas sintam maior necessidade de tratamento rápido e eficaz desses
dados. Foi um pouco sobre as novas competências que se pretende que os
profissionais do presente futuro dominem que se debruçou a crónica do
dean da semana passada, salientando o imperativo de as universidades
darem o seu contributo com novos cursos nestas temáticas – Concordo, Me
Too! – e apresentando o exemplo concreto da sua universidade.
Quanto
a esta matéria, posso dizer-lhes: Me Too! O ISEG, a escola de Economia e
Gestão da Universidade de Lisboa, tem um novo mestrado em Data
Analytics for Business – as aulas começam em setembro e queremos dele
fazer uma nova história de sucesso como é a nossa licenciatura em
Matemática Aplicada à Economia e à Gestão, que é o curso do país com a
mais alta média (18,4) de entrada nas áreas de
Matemática/Economia/Gestão em Portugal. A nossa experiência em preparar
profissionais com rigorosas competências quantitativas e capacidade de
“business translation” é única e reconhecida por todos no mercado.
2. Me Too #2 – esta América não é para mim
Nas eleições de 2016, o estado do Tennessee deu 60,7% dos votos a
Donald Trump, embora na cidade de Nashville (Davidson County) tenha sido
Hillary Clinton a arrecadar 59,8% da votação. Nashville é a Music City
dos Estados Unidos, a cidade onde muitos famosos artistas “country” se
tornaram famosos, como recentemente Taylor Swift. Numa só rua larga,
Nashville tem inúmeros bares e clubes pegados uns aos outros, com enorme
qualidade de música ao vivo, das 11 da manhã às 3 da manhã, non-stop.
Todos os dias do ano, exceto no Natal e na Ação de Graças. E toda uma
América aqui vem desfrutar da sua música. Me Too! Ouvi de tudo, foi
fantástico.
Mas também observei e conversei com muitos
americanos locais e achei-os (com exceções, claro) fechados em si
próprios, desligados do resto do mundo e satisfeitos com as suas vidas
simples e o desempenho recente da economia desde que Trump é Presidente.
Com resultados económicos não desastrosos e com um Partido Democrata
com um leque de candidatos bem mais velhos do que eram os últimos
Presidentes democratas quando eleitos (Obama, Clinton, Carter e
Kennedy), parece faltar frescura para derrotar Trump. Desejo estar
enganada quanto a esta previsão, mas não me parece. Ninguém fala de
sustentabilidade ou clima, nem sequer a maioria dos deans americanos
nesta conferência, numa negação de tudo aquilo que é evidente na Europa.
De cabeça enfiada na areia – desta vez, o meu Me Too é em protesto!
3. Me Too #3 – “Remember me to the one who lives there”
E, para terminar, recordo Dylan e Cash e a sua “Girl from the North Country”:
“So if you’re traveling in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to the one who lives there
For she once was a true love of mine”.
Como
a cultura e a arte fazem parte do futuro que eu ambiciono, vale a pena
ouvir como estes dois últimos versos nos recordam a versão de 1966 de
Simon e Garfunkel de “Scarborough Fair”, que se pensa ser um poema
inglês/escocês de há séculos. Tal como Dylan, Simon e Garfunkel
recriaram este velho poema de que tanto gostaram, pela sua genuína
simplicidade. Me Too!
P.S. – Country Roads, take me home, to the place I belooong!
Ninguém
fala de sustentabilidade ou clima, nem sequer a maioria dos deans
americanos nesta conferência, numa negação de tudo aquilo que é evidente
na Europa.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
05/02/20
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