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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Peritos alertam que Portugal
pode não estar preparado
Peritos portugueses alertam, num artigo publicado na Acta Médica, que Portugal pode não estar preparado para enfrentar o novo coronavírus e que não aprendeu com a gripe aviária e a infeção respiratória aguda grave.
Num artigo publicado esta quinta-feira na Revista
Científica da Ordem dos Médicos, os especialistas escrevem: “É possível
que ainda não estejamos preparados para responder a um caso suspeito de
coronavírus (2019-nCov). A falta de preparação que testemunhámos no
primeiro caso suspeito (que felizmente não foi confirmado) deve ser
usada para ajudar os serviços de saúde a corrigir os seus erros e estar
mais bem preparados”.
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“Estas lições
deveriam ter sido aprendidas há muito tempo, depois das emergências da
H5N1 gripe aviária, SARS [síndrome respiratória aguda grave], a pandemia
H1N1 e a Mers-Cov [síndrome respiratória do Médio Oriente]”, escrevem a
pneumologista Raquel Duarte, da Faculdade de Medicina do Porto, Isabel
Furtado, do serviço de infecciologia do Centro Hospitalar Universitário
do Porto, Luís Sousa, do departamento de Saúde Pública da ARS do Norte, e
Carlos Carvalho, também desta ARS e do Instituto de Ciência Biomédicas
Abel Salazar.
Os peritos defendem ainda:
“Mais do que estarmos preocupados com um número (…), deveríamos garantir
que o país está preparado para conter a doença rapidamente após o
surgimento de um caso suspeito ou num contágio de uma pessoa saudável”.
Sobre
a quarentena, os especialistas consideram que “deve ser considerada a
liberdade de cada um, mas que a defesa da saúde pública deve ser sempre
prioritária”.
Lembram que esta nova
epidemia é um teste à capacidade do país para enfrentar uma ameaça que
se repetirá ao longo dos tempos. “De cada vez, devemos aprender com os
erros para estar cada vez mais bem preparados”, sublinham, no artigo com
o título "The 2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV): Novel Virus, Old
Challenges". [O Novo Coronavírus de 2019: Novo vírus, velhos desafios].
O novo coronavírus, que surgiu em dezembro passado em Wuhan (China), já provocou 563 mortos e infetou mais de 28 mil pessoas.
Além
do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e
Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma
situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que
pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala
mundial.
* Damos à Directora Geral de Saúde o benefício da dúvida.
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