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* Valente portuguesa, um exemplo.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Portuguesa que acusa hotel do Luxemburgo de "escravatura"
vence caso em tribunal
Uma portuguesa a trabalhar num grupo hoteleiro no Luxemburgo acusa a empresa de a obrigar a trabalhar até 100 horas semanais e não ser devidamente paga, tendo o Tribunal de Trabalho lhe dado razão.
Daniela Araújo, 25 anos, chegou ao Luxemburgo há cinco anos para se
juntar ao marido que já se encontrava a trabalhar neste país.
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A primeira experiência com o grupo hoteleiro "SP Group" aconteceu entre 1 de abril de 2016 e 31 de janeiro 2017.
"Cheguei
a trabalhar 100 horas semanais e não me pagavam horas suplementares",
contou à Lusa, acrescentando que, na altura, não sabia como nem a quem
queixar-se.
Após uma queda na cozinha do restaurante onde
trabalhava -- o grupo tem ainda um outro restaurante e um hotel -- e
quando estava em baixa clínica, foi despedida.
Daniela foi
entretanto mãe e, quando se encontrava a trabalhar numa estação de
serviço, não conseguiu renovar o contrato, pois ausentava-se devido à
doença do filho.
Desesperada, aceitou voltar a trabalhar para o restaurante que alegara melhorias nas condições de trabalho.
"Caí novamente na asneira", desabafou,
contando que logo na primeira semana chegou a trabalhar 13 horas por
dia. Aguentou duas semanas.
Por causa dos horários de trabalho só via o filho -- agora com dois anos -- dez minutos por dia.
Decidiu
apresentar uma queixa na Inspeção de Trabalho e, apesar das pressões
que sentia dos responsáveis do restaurante, esteve lá até 26 de agosto
de 2019.
Nessa altura, adiantou, teve
um acidente de trabalho e, tal como na primeira vez em que trabalhou
neste espaço, foi despedida em baixa médica.
Após
apresentar uma queixa no sindicato, que envidou esforços para chegar à
fala com a entidade patronal, avançou para o Tribunal de Trabalho.
Soube da decisão a 6 de janeiro, a qual obriga o grupo a pagar a Daniela 1.797 euros.
Para
a portuguesa, a justiça ainda não foi feita, pois pretendia ainda
ganhar 1.400 euros de horas suplementares e de férias que afirma não ter
gozado.
Daniela não desiste e diz que vai interpor outra ação por danos morais, reclamando 20 mil euros.
Queixa-se
da perseguição a que foi sujeita, a qual também diz ter atingido outros
portugueses que vão para o Luxemburgo na esperança de ganharem melhor,
mas que raramente usufruem das condições que lhes prometem.
Conta
regressar a Portugal no final do ano, até porque a sua luta é agora
conhecida e há patrões que já demonstraram que não pretendem
contratá-la, devido às denúncias que realizou.
* Valente portuguesa, um exemplo.
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