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* Vá lá, toca a fecundar!
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HOJE NO
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Natalidade aumenta pelo segundo ano consecutivo mas pouco
Dados dos testes do pezinho feitos a
recém-nascidos revelam que a natalidade aumentou em 2019 pelo segundo
ano consecutivo, com mais 537 nascimentos, mas ainda não foi desta que
se regressou aos números pré-crise.
Rita e Kenzo foram os primeiros bebés de 2019, os registos são dominados por Marias e Franciscos e chega agora o balanço do ano: segundo a contagem dos testes do pezinho feitos aos recém-nascidos nos primeiros dias de vida para despiste de doenças genéticas – e que permitem perceber a evolução da natalidade antes de serem divulgados os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística –, no ano passado nasceram no país 87 364 crianças, mais 537 do que em 2018.
Rita e Kenzo foram os primeiros bebés de 2019, os registos são dominados por Marias e Franciscos e chega agora o balanço do ano: segundo a contagem dos testes do pezinho feitos aos recém-nascidos nos primeiros dias de vida para despiste de doenças genéticas – e que permitem perceber a evolução da natalidade antes de serem divulgados os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística –, no ano passado nasceram no país 87 364 crianças, mais 537 do que em 2018.
A natalidade aumentou pelo segundo ano consecutivo, mas a subida é
ligeira (de 0,6%) e os números continuam aquém do período pré-crise:
desde 2012 que os nascimentos estão abaixo da barreira dos 90 mil.
Apesar de ser o número mais elevado de nascimentos desde 2016, ainda não
foi desta que se recuperou da quebra a pique durante os anos da troika.
Os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal, coordenado pelo
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a que o i teve
acesso, revelam também que a tendência está longe de ser geral, com
vários distritos a recuar no número de nascimentos.
A maior quebra verifica-se em Castelo Branco, que pela primeira vez
regista menos de mil recém-nascidos (863) e onde a natalidade diminuiu
17,7%. O número de nascimentos diminuiu também de forma mais expressiva
nos distritos da Guarda (-9,5%), Portalegre (-8,8%), Vila Real (-7,1%) e
na Região Autónoma dos Açores (-4,1%). Mas não é só o interior que tem
menos crianças: em Coimbra, os nascimentos recuaram 2,2% e em Viana do
Castelo 1%. E diminuíram também ligeiramente em Braga, que nos últimos
anos tem vindo a aumentar o número de crianças.
O saldo torna-se positivo com o aumento dos nascimentos nos distritos
mais populosos, ainda que a maior subida relativa aconteça no distrito
de Bragança, que viu o número de recém-nascidos aumentar 5,5% em 2019.
Lisboa, Porto e Setúbal ocupam o pódio em matéria de nascimentos e
representam mais de metade das crianças do país mas, enquanto em Lisboa e
Setúbal 2019 foi o ano com nascimentos desde 2014 – a série
disponibilizada pelo INSA –, no Porto, a tendência nos últimos anos tem
sido de quebra e em 2019 nasceram apenas mais duas crianças no distrito.
O ano da confirmação Depois do mínimo histórico de
82 367 nascimentos em 2014, a recuperação da natalidade tem sido lenta e
trouxe, em 2017, uma deceção: depois de dois anos de aumento, tornou a
cair naquele ano. Ana Alexandre Fernandes, presidente da Associação
Portuguesa de Demografia, explica que para se perceber se a tendência se
consolida é preciso esperar dois a três anos, pelo que a evolução da
natalidade em 2020 ajudará na análise. “Sabemos que está a subir
ligeiramente o índice de fecundidade, o número de filhos por mulher em
idade fértil, e temos a esperança de que seja uma tendência de subida,
mas esperava-se um aumento mais expressivo depois da crise”, admite a
especialista.
Ana Alexandre Fernandes assinala o contributo dado pela população
estrangeira que chega ao país em idade ativa e tem representado mais de
10% dos nascimentos. Para a investigadora, é impossível regressar ao
patamar dos 100 mil nascimentos que se registava na primeira década
deste século, porque há menos casais jovens e a tendência é para o
envelhecimento da população, e explica que a manutenção da natalidade e
eventual aumento terá de passar por um esforço maior dos casais para
terem mais filhos – e, nesse sentido, considera positivos os últimos
apoios anunciados pelo Governo (ver ao lado). Mas é preciso continuar o
reforço dos apoios públicos, defende. “É preciso estabilidade na
economia para que os salários progridam e combater a precariedade nos
primeiros anos de vida ativa. Nos anos de crise tiraram-se os apoios, os
abonos, o emprego. Recuperar levará algum tempo”.
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