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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Governo Regional diz ter feito o possível no abastecimento às Flores e Corvo
O Governo dos Açores garantiu esta terça-feira que “fez tudo o que estava ao seu alcance” para restabelecer o transporte de mercadorias às Flores e Corvo, interrompido desde o início de dezembro, mas a oposição criticou a demora na operação.
“Fizemos tudo o que
estava ao nosso alcance, dentro dos constrangimentos por todos
conhecidos, para que tudo corresse da melhor forma possível”, realçou a
secretária regional dos Transportes, Ana Cunha.
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A
governante falava na Assembleia Legislativa dos Açores a propósito da
rutura no abastecimento às duas ilhas do grupo ocidental do arquipélago
dos Açores, após os estragos provocados pelo furacão Lorenzo.
Ana
Cunha recordou que o mau tempo no mês de dezembro “tornou praticamente
impossível o abastecimento por via marítima, quer às Flores, quer ao
Corvo”, o que obrigou o executivo socialista a recorrer à companhia
aérea SATA para o transporte de “toneladas de carga” para aquelas duas
ilhas.
“Vivemos uma situação
extraordinária, que exigiu de nós soluções extraordinárias”, destacou a
secretária regional, recordando que os Açores estão situados no meio do
Atlântico norte, “sujeitos a fenómenos meteorológicos e geológicos” como
“sismos e tempestades”.
A comunicação do
Governo Regional ao parlamento coincidiu com a chegada às Flores do
navio “Malena”, fretado propositadamente pelo executivo para abastecer
aquela ilha, que ficou impedida de receber os habituais navios
porta-contentores devido aos estragos provocados no porto comercial pelo
furacão.
A secretária regional dos
Transportes admitiu, no entanto, que nem tudo correu como planeado,
referindo-se aos estabelecimentos comerciais das Flores e do Corvo, que,
por falta de abastecimento regular de mercadorias nas últimas semanas,
se queixam da rutura de produtos, situação que tem gerado
constrangimentos em algumas atividades económicas.
“Consciente
da responsabilidade que é atribuída aos comerciantes e de que estes
diariamente se confrontaram com reduzidos movimentos comerciais e com as
dificuldades de transporte, o Governo dos Açores comprometeu-se já a
ressarcir os prejuízos comprovadamente sofridos na sua atividade
económica, em termos de impacto nos seus resultados líquidos”, sublinhou
a governante.
Ana Cunha anunciou também
que o Governo vai criar um regime de incentivos financeiros, destinado
aos armadores de tráfego local, para a renovação ou aquisição de
embarcações para o transporte de mercadorias entre as ilhas.
Os
partidos da oposição não ficaram satisfeitos com as explicações do
executivo e não pouparam críticas à demora na ajuda às populações
daquelas duas ilhas, que terão estado privadas de alguns bens essenciais
nas últimas semanas.
“Estamos a falar de
uma situação que se arrasta há demasiado tempo e que tem colocado em
causa a economia e a vida dos florentinos e dos corvinos” lamentou Paulo
Mendes, deputado do Bloco de Esquerda, que apresentou um voto de
protesto para contestar a forma como o executivo geriu o processo de
abastecimento de mercadorias às Flores e ao Corvo.
Pelo PSD, a deputada Mónica Seidi acusou o Governo Regional de ter falhado em todo o processo.
“O
Governo Regional falhou. Falhou em arranjar uma solução célere. Falhou
nos anúncios e demorou demasiado tempo a arranjar a solução mais
acertada”, disse.
O líder parlamentar do
CDS, Artur Lima, lamentou a “falha grave” do Governo Regional na
resolução do problema, atribuindo igualmente culpas à República, por não
ter acudido às ilhas do grupo ocidental que, recordou, também fazem
parte de Portugal.
“Tem sido uma perfeita
trapalhada o abastecimento feito à ilha das Flores”, frisou João Paulo
Corvelo, do PCP, enquanto Paulo Estêvão, do PPM, defendeu que “tudo isto
mostra o caos e a desorganização profunda do Governo Regional nesta
matéria”.
O PS, através do deputado Manuel
Pereira, foi o único a reconhecer as dificuldades e os constrangimentos
da operação marítima de mercadorias para as Flores e para o Corvo,
agravadas pelo mau tempo das últimas semanas.
“Sabemos
que não foi o ideal, mas foi aquilo que foi possível fazer-se face aos
condicionalismos que todos nós conhecemos”, disse o parlamentar eleito
pelas Flores.
* Não temos razões para duvidar das palavras da governante açoriana se se entendermos que "fazer o possível" é ser, por exemplo, incompetente.
Também não acreditamos que se a oposição governasse fizesse melhor, o caciquismo aliado da religião é redutor.
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