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HOJE NO
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Barragens
Armazenamento de água
baixou em setembro
Quantidade de água armazenada nas barragens voltou a diminuir em setembro. Quercus reforça inversão de política de gestão de água.
A quantidade de água armazenada desceu em todas as bacias
hidrográficas no mês de setembro, um cenário que já se tinha verificado
em agosto. De acordo com a Quercus – Associação Nacional de Conservação
da Natureza, a inversão da política de gestão de água é o “principal
desafio deste século”, para que haja “quantidade e qualidade de água
suficiente para as gerações vindouras”.
Os dados disponibilizados ontem pelo Sistema Nacional de Informação
de Recursos Hídricos (SNIRH) mostram que todas as 12 bacias
hidrográficas portuguesas monitorizadas pela Associação Portuguesa do
Ambiente (APA) baixaram os seus níveis de armazenamento de água no
último mês. No total, 26 das 59 barragens monitorizadas apresentaram
disponibilidades hídricas inferiores a 40%. Por outro lado, apenas
quatro barragens apresentaram disponibilidades superiores a 80%.
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No final de setembro, a bacia hidrográfica que apresentava a menor
percentagem de água armazenada era a do Sado, com 28,1% de água. Para
além desta, a bacia do Barlavento estava a 34,4% da capacidade, enquanto
que as bacias do Ave, do Arade e do Oeste apresentavam níveis de 40,5%,
41,8% e 41,9%, respetivamente.
Ao nível das barragens, as menores disponibilidades hídricas
situam-se nas bacias do Guadiana e do Sado. A barragem de Lucefecit, no
distrito de Évora, usada para irrigação, terminou setembro com 4,8% de
disponibilidade de água. Os valores são também particularmente baixos
nas albufeiras de Abrilongo (5,8%), Vigia (10,2%), Caia (15%), todas na
bacia do Guadiana. Na bacia do Sado as percentagens de armazenamento
mais baixas verificam-se nas albufeiras de Campilhas (7,2%), Monte da
Rocha (8,8%) e Pego do Altar (11%).
Ao i, Paulo do Carmo, presidente da Quercus, reitera que o motivo
principal para este cenário prende-se com “chover cada vez menos, de ano
para ano, desde os últimos 30 ou 40 anos”, tendência associada às
alterações climáticas.
O presidente da associação ambientalista defende que é necessário uma
inversão da política de gestão de água, uma vez que grande parte da
água utilizada para fins agrícolas - cerca de 70% da água nacional tem
este fim – fins industriais e para consumo próprio é desperdiçada e fica
na rede.
“Estamos a falar de milhões de metros cúbicos de água que fica
no fundo na rede. É um desperdício daquilo que é um bem essencial e
fundamental para o país e para o planeta”, sublinha.
“Portugal é o 3º país da Europa onde existe o maior consumo per
capita. Estamos a falar de 195 metros cúbicos por dia. É um patamar
bastante elevado e temos que inverter isso, nomeadamente com campanhas
de sensibilização, informação, eficiência da gestão de água”, afirma
ainda o ambientalista, notando que, em Portugal, apenas 1% das águas
residuais são reaproveitadas, contrariamente ao que acontece nos
restante países europeus.
Segundo Paulo do Carmo, o caso mais grave é o do Alentejo, devido aos
“milhares de hectares de regadio que vão buscar águas às barragens”. De
resto, a cultura do regadio é também apontada pelo dirigente como um
grande problema ao nível da gestão da água em Portugal.
Para o presidente da Quercus, para que as gerações vindouras tenham
“água em qualidade e quantidade suficiente”, é necessária uma
“remodelação das redes, uma gestão eficiente e um reaproveitamento das
águas e uma sensibilização constante das populações para uma melhor
utilização deste recurso”.
* Quem são os responsáveis por dezenas de anos de desleixo no que respeita à gestão das águas em Portugal?
Não há responsáveis.... isto é, com responsabilidade.
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