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A capitã Carola Rackete fica em liberdade. E apela em tribunal para a ação da UE
Ouvida no tribunal de Agrigento, na Sicília, a ativista alemã tem esperança na futura Comissão Europeia para acabar com a criminalização do salvamento de migrantes no mar.
A capitã alemã do Sea-Watch 3, sob investigação por auxílio à
imigração ilegal, disse à saída da audiência que espera que as
instituições europeias trabalhem para que os migrantes possam ser
socorridos. "Espero sinceramente que agora a Comissão Europeia,
após a nova eleição do Parlamento, faça o seu melhor para evitar que
situações como essa aconteçam e que todos os países europeus trabalhem
juntos para aceitarem quaisquer pessoas resgatadas pelas tripulações
civis", disse.
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Carola Rackete, de 31 anos, acostou o navio no porto da ilha de
Lampedusa no dia 29 de junho com 41 migrantes a bordo, desafiando as
leis italianas e os avisos da guarda costeira. No entanto, negou ter
cometido algo de errado, uma vez que estava a salvar vidas.
Em declarações aos jornalistas após ter sido interrogada durante duas
horas pelos magistrados sobre o incidente, Rackete disse estar
satisfeita por ter explicado o que sucedeu após ter passado 17 dias em
águas internacionais à espera, em vão, de autorização para atracar,
fosse em Malta, França ou Alemanha. "Fiquei muito contente por ter tido a
oportunidade de explicar em pormenor a missão de salvamento que
realizámos no dia 12 de junho", disse.
O ministro do
Interior italiano, Matteo Salvini, acusa os grupos de ativistas de
atuarem como um serviço de transporte para os traficantes de pessoas e
aprovou nova legislação que penaliza quem leve migrantes para solo
italiano com multas de 50 mil euros e a apreensão do navio, além de ter reforçado a guarda costeira da Líbia.
Salvini
chamou Rackete de "pirata", "fora-da-lei" entre outros epítetos, o que
levou a alemã a processar o lider da Liga por difamação e instigação à
violência.
Rackete foi presa quando chegou a Lampedusa. Foi acusada de colocar
vidas em perigo ao desobedecer às ordens de um navio de guerra e de ter
colidido com um navio patrulha.
A juíza Alessandra Vella desvalorizou as
acusações e libertou-a de prisão domiciliária, mas ainda enfrenta
possíveis acusações de auxílio à imigração ilegal.
Os magistrados informaram que Carola Rackete está livre e não marcaram nenhuma data para qualquer outra audiência.
* Temos um enorme respeito pelas pessoas como Carola Rackete, abandonam comodidades para lutar por causas. Salvini é um bandido.
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