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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Garrafeira deixa de vender
vinhos associados a Berardo.
E há apelos ao boicote
Uma garrafeira de Lisboa vai deixar de vender os vinhos do grupo Bacalhôa, associado a Joe Berardo. Apelos ao boicote alastram nas redes sociais.
Na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos da semana passada Joe Berardo disse não ser dono de nada e não ter dívidas
— mesmo sendo responsável por créditos não pagos de 400 milhões de
euros àquela instituição bancária. O empresário nascido na Madeira tem
feito negócios em várias áreas, setor do vinho incluído. Muitos não lhe
associam o nome aos rótulos da Bacalhôa ou da Aliança, mas há quem
esteja atento a isso. A garrafeira e loja gourmet BacoAlto anunciou esta terça-feira um boicote aos vinhos associados a Berardo.
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AH,AH,AH! |
Na
respetiva página de Facebook, o pequeno negócio localizado no Bairro
Alto, em Lisboa, publicou uma nota onde informa que, a partir desta
terça-feira, “não compra nem aconselha vinhos das empresas em que José
Manuel Rodrigues Berardo é acionista”. “As razões são mais do que
conhecidas”, diz, referindo-se à associação de Berardo a projetos como a
produtora Bacalhôa. “A vossa atitude pode fazer a diferença”, lê-se
ainda na publicação. Ao Observador, o gerente do espaço assegura que a
decisão não reflete a qualidade dos vinhos. “Temos perfeita
noção de que os vinhos destas empresas são bons. O acionista é que deixa
muito a desejar”, diz António Albuquerque.
Mais de 60 vinhos
Mas, afinal, que vinhos estão associados a Berardo?
Em 1998, o empresário tornou-se no principal acionista da Bacalhôa,
segundo o site da empresa, e investiu “no plantio de novas vinhas, na
modernização das adegas e na aquisição de novas propriedades, iniciando
ainda uma parceria com o Grupo Lafitte Rothschild na Quinta do Carmo”.
Quase dez anos depois, em 2007, a Bacalhôa tornou-se na maior acionista da Aliança,
produtor bairradino de espumantes de grande prestígio, também autor de
aguardentes e vinhos de mesa. Mais um ano, mais uma aquisição, com o grupo a comprar a alentejana Quinta do Carmo em 2008.
Da
Bacalhôa Vinhos de Portugal, S.A. faz ainda parte a Quinta dos Loridos,
há muito ligada à produção de espumantes, que deixou de produzir vinho
em 2014. Inserida na região dos vinhos de Lisboa, engloba o Buddha Eden
Garden — composto por estátuas de terracota, pagodes e Budas, entre
outras construções –, idealizado pelo próprio Berardo.
Entre Bacalhôa, Aliança e Quinta do Carmo estão cerca de 60 referências de vinho,
dos quais o mais conhecido é talvez o JP Azeitão. A esse
acrescentam-se, a título de exemplo, os rótulos Quinta da Bacalhôa,
Palácio da Bacalhôa, Quinta do Carmo, Aliança Velha, Espumantes Aliança,
Moscatéis de Setúbal, Quinta dos Quatro Ventos, entre outros. A Península de Setúbal é aquela que é representada por mais vinhos (cerca de 20), com as Beiras a ter apenas uma referência.
A
Bacalhôa, enquanto empresa, tem adegas em diferentes regiões
vitivinícolas do país — Alentejo, Península de Setúbal, Lisboa,
Bairrada, Dão e Douro — e uma capacidade total de 20 milhões de litros,
1.500 barricas de carvalho e uma área de vinhas em produção a chegar
aos 1.200 hectares, de acordo com a página oficial do grupo.
Contactada pelo Observador, a Bacalhôa não fez comentários até à hora de publicação deste artigo.
Em
tempos, Joe Berardo chegou a ter uma participação de cerca de 30% do
capital da também produtora de vinhos Sogrape, percentagem que, ao fim
de seis anos marcados por batalhas judiciais, acabou por vender à
família Guedes, os principais acionistas daquela empresa.
* Apela-se aos melindrados "xicospertos" da garrafeira que boicotem a sua actividade financeira aos BCP, Novo Banco e CGD já que foram as administrações destes bancos e encher os bolsos de Joe Berardo com 864 milhões de euros. Fantochada melindreira.
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