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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
FMI corta previsão de crescimento
de Portugal para 1,7% em 2019
O Fundo está ligeiramente mais pessimista quanto à evolução da economia portuguesa e da Zona Euro. No entanto, a taxa de desemprego continuará a cair e 2020 será um ano de recuperação.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou a previsão de crescimento
da economia portuguesa em 2019. No World Economic Outlook, publicado
esta terça-feira, 9 de abril, o FMI prevê que Portugal cresça 1,7%,
menos uma décima do que na última previsão (novembro de 2018). A
economia da Zona Euro também vai crescer menos.
Ao
cortar a previsão para Portugal, o Fundo junta-se ao Banco de Portugal e
à Comissão Europeia, que também antecipam um crescimento de 1,7%. Entre
as principais entidades que fazem previsões, apenas o Conselho das
Finanças Públicas é mais pessimista ao esperar 1,6%.
Para 2020 a expectativa é a de que o ritmo de crescimento do PIB
continue a abrandar para os 1,5%, ao contrário do que acontecerá no
conjunto da Zona Euro. Já em 2018 a economia portuguesa desacelerou face
a 2017, passando de um crescimento de 2,8% para 2,1%.
Apesar da
travagem económica em Portugal, o mercado de trabalho continuará a
melhorar. O FMI antecipa uma descida da taxa de desemprego de 7,1% em
2018 para 6,8% em 2019 e 6,3% em 2020.
Contudo, o Fundo reforça a convicção de que as contas correntes do país vão continuar ligeiramente negativas, um desafio já identificado em relatórios passados. Depois de registar -0,6% do PIB em 2018, o saldo das contas correntes deverá fixar-se em -0,4% em 2019 e -0,5% em 2020.
Recentemente,
em entrevista ao Negócios, o número dois do FMI, David Lipton,
aconselhava o Governo português a reorientar os gastos públicos para
apostar mais no investimento em saúde, educação e infraestruturas,
mantendo um excedente orçamental primário.
Na semana passada, em
entrevista à RTP, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, aconselhou
Portugal a manter o rumo a longo prazo "sem relaxar ou aproveitar os
seus louros e pensar que o mais difícil está feito". Lagarde alertava
também para o impacto do Brexit nas exportações portuguesas.
FMI volta a cortar previsão da Zona Euro
Em outubro do ano passado, o Fundo previa um crescimento de 1,9% na Zona Euro em 2019. Uns meses depois, em janeiro deste ano,
a previsão baixava para 1,6%. Mas o FMI não se ficou por aqui: na
atualização de hoje há um novo corte da previsão de crescimento do PIB
para 1,3%.
Confirma-se assim que, tal como já antecipa a
Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, 2019 seja o pior ano desde o
início da recuperação da economia europeia. A concretizar-se,
será o crescimento mais baixo desde 2014, o primeiro ano da recuperação
económica depois da crise das dívidas soberanas.
"A Zona Euro
travou mais do que o esperado devido a uma combinação de fatores que
pesou na atividade [económica] nos países, incluindo o enfraquecimento
do sentimento dos consumidores e das empresas; os atrasos associados com
o novo sistema de emissões nos veículos diesel na Alemanha; a incerteza
da política orçamental, o aumento dos juros soberanos e o abrandamento
do investimento em Itália; e os protestos nas ruas que criaram
disrupção nas vendas do retalho e pesaram na despesa de consumo em
França", resume o Fundo Monetário Internacional.
No
entanto, o FMI prevê que a economia da Zona Euro volte a acelerar no
próximo ano para 1,5% e que a taxa de desemprego continue a baixar de
8,2% em 2018 para 8% em 2019 e 7,7% em 2020.
Já a inflação
deverá afastar-se do objetivo de 2% do Banco Central Europeu (BCE):
depois de 1,8% em 2018, a previsão é que trave para os 1,3% em 2019 e
1,6% em 2020.
O World Economic Outlook prevê que 70% das
economias desacelerem em 2019. O crescimento mundial deverá baixar de
3,6% para 3,3% em 2019, menos duas décimas do que em janeiro.
* Quando a economia europeia espirra, Portugal agarra uma pneumonia, nada de foguetes.
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