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Mais do que mulher de Guaidó
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Fabiana Rosales, mulher de Guaidó,
é o novo rosto feminino da oposição
na Venezuela
A "primeira-dama" venezuelana, como foi tratada quando foi recebida na Casa Branca a mulher de Juan Guaidó, está a assumir o protagonismo que a mulher de Leopoldo López teve depois de o seu marido ter sido preso.
Casa Branca, 27 de março. Fabiana Rosales, mulher de Juan Guaidó, foi
recebida na Sala Oval pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pela
filha dele, Ivanka, já depois de ter reunido com o vice-presidente Mike
Pence. "Ela passou por algo muito difícil", disse Trump ao receber a
"primeira-dama" venezuelana, como foi tratada durante a viagem.
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Há
um ano, a 15 de fevereiro de 2017, tinha sido Lilian Tintori, mulher de
outro líder opositor venezuelano, Leopoldo López, a ser recebida por
Trump. Depois de anos como o principal rosto feminino da oposição,
Tintori perde protagonismo para uma cada vez mais presente Fabiana
Rosales.
Mas Tintori, de quem Rosales é amiga, ainda continua a ser rainha nas
redes sociais. Tem 3,2 milhões de seguidores no Twitter e 3,3 milhões
no Instagram, frente aos 132 mil e 705 mil da "primeira-dama", nessas
mesmas redes sociais.
Antes dos EUA, onde também se encontrou com
Melania em Mar-a-Lago antes de seguir para Miami, a mulher de Guaidó
esteve no Chile e no Peru. A mensagem que passou no estrangeiro foi
dirigida aos venezuelanos que tiveram que sair do país por causa da
crise económica e política. Disse-lhes que "o momento de regressar a
casa" e de "recuperar a democracia" está próximo.
"Não vamos descansar. Estamos aqui para salvar vidas e para devolver a liberdade", disse Rosales na Casa Branca.
Mas
as viagens repetem-se também no interior da Venezuela, onde se assume
como mais uma voz da oposição, apelando diretamente às mulheres, mães ou
filhas de militares para que se ponham de lado de Guaidó, denunciando
as condições em que vivem os venezuelanos e reunindo multidões por onde
quer que passe, mesmo sem o marido.
Juan Guaidó, líder da
Assembleia Nacional venezuelana, invocou a Constituição para assumir a
presidência interina da Venezuela a 23 de janeiro e é reconhecido como
tal pelos EUA e por cinco dezenas de outros países, incluindo Portugal.
Mas o presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição não foi reconhecida por
grande parte da comunidade, não está disponível para ceder. Guaidó é
alvo de uma tentativa de destituição e de perda de direitos políticos
por parte da justiça venezuelana, que a oposição diz ser controlada por
Maduro.
Mais do que mulher de Guaidó
Fabiana Rosales, de 26 anos, não é apenas a mulher de Guaidó. Nascida
em Mérida e licenciada em Comunicação Social pela Universidade Rafael
Belloso Chacín de Maracaibo, foi dirigente da juventude do partido
Vontade Popular. Foi aí que aos 18 anos conheceu Guaidó, nove anos mais
velho do que ela, que também se tinha destacado enquanto dirigente dos
protestos dos estudantes universitários contra Chávez. O seu irmão,
Golfredo Morett, também pertence ao partido.
O Vontade Popular é
liderado por Leopoldo López, que foi um dos mentores de Guaidó. É casado
com Lilian Tintori, tendo sido detido a 18 de fevereiro de 2014 (desde
agosto de 2017 em prisão domiciliária), depois de ser acusado de incitar
à violência nos protestos que resultaram na morte quase meia centena de
pessoas.
Envolvida desde cedo na política, trabalhou como
assessora de imprensa na Assembleia Nacional e participou em várias
ações relacionadas com direitos humanos, segundo o El Universal. "Ser
jornalista em tempos de ditadura, onde dizer a verdade ou pensar
diferente é um crime, não é nada simples, mas ser jornalista e saber que
estamos do lado correto da história para conseguir uma melhor Venezuela
é tão gratificante que espanta todos os medos", terá dito publicamente,
de acordo com a mesma fonte.
Numa entrevista ao El Nacional,
ainda em fevereiro, contou como deixou de lado a sua carreira política
para apoiar o marido. "Quando estamos com uma pessoa e é essa pessoa que
assume o cargo político, dizemos que o melhor é talvez que as nossas
aspirações fiquem um pouco de lado, porque queremos acompanhá-lo e quero
que juntos possamos construir algo. E foram existindo situações em que
talvez pudesse ter dado o salto para a política, mas queria acompanhá-lo
e ser a sua companhia, porque me sentia muito satisfeita com o que
estávamos a conseguir", disse. "Porque não era um triunfo só dele, era
um triunfo que partilhávamos. O triunfo dele é o meu", acrescentou.
Na mesma entrevista, conta o momento em que o pai morreu, depois de
ter tido uma crise de hipertensão e de não haver forma de o salvar,
apesar de ter percorrido vários hospitais. "Isso gera muita impotência.
Mas essa dor tentei transformá-la, para que me desse mais vontade de
seguir em frente, Segundo a BBC, que cita amigos e próximos de Fabiana Rosales, isso reafirmou o compromisso político da mulher de Guaidó.
Rosales
e Guaidó casaram em 2013 e têm uma filha, que fará dois anos a 17 de
maio, chamada Miranda Eugenia, que é vista com os pais em várias
cerimónias religiosas. Uma vez, quando discursava, Guaidó denunciou que
havia polícias a tentar entrar em sua casa, onde estava a filha,
apontando o dedo a Maduro caso acontecesse algo.
* Oxalá Rosales
e Guaidó consigam provocar eleições na Venezuela para Maduro cair de pôdre.
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