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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Alunos do profissional não necessitam de exames para entrar na universidade
A alteração do acesso ao ensino superior para os alunos com origem nos cursos profissionais, por concursos locais nas instituições, não vai obrigar a exames adicionais e deve ter apenas por base as notas e competências adquiridas pelos alunos.
A garantia foi hoje deixada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, no parlamento, durante uma audição regimental na comissão de educação e ciência, na qual disse aos deputados que o Governo, "em diálogo com as instituições e após discussão com o conselho nacional do ensino superior", está a "conceber uma 3.ª via" de acesso ao ensino superior para estes alunos -- para além do concurso nacional de acesso, que obriga a exames nacionais a disciplinas fora dos seus currículos, e dos cursos superiores profissionais (CTESP).
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"Mas não é para ter mais provas, foi essa a grande inovação face ao
sistema que esteve em discussão e que os próprios institutos
politécnicos solicitaram que não fosse posto em prática. É fazer
concursos locais usando apenas as aptidões, as competências e as notas
que eles têm no seu percurso profissional à semelhança do que se passa
com os alunos do científico humanístico, que não fazem mais nenhum
exame. São os seus exames na via científica e humanística que lhes dão
acesso ao ensino superior", disse Manuel Heitor aos deputados.
Os
concursos locais terão ainda que ser registados na Direção-Geral do
Ensino Superior (DGES) e só depois serão definidas as vagas alocadas em
cada instituição, que, segundo explicou o ministro à Lusa à saída da
audição, deverão ser fixadas em 10% a 15% do total de vagas no concurso
nacional de acesso, mas o processo de decisão só deve ficar fechado em
meados de maio.
No final de março o jornal Expresso
avançou que o Governo estava a preparar alterações ao regime de acesso
ao ensino superior para os alunos do ensino secundário profissional com
efeitos já no próximo ano letivo, para permitir que estes alunos - que
têm planos curriculares específicos dos seus cursos mais práticos e
profissionalizantes - possam entrar num curso superior sem fazer exames
nacionais.
A ideia avançada na altura passava por
substituir os exames nacionais em disciplinas que muitas vezes não
faziam parte dos seus currículos, mas que são prova de ingresso nos
cursos superiores, por concursos locais, ou seja, é dada a possibilidade
às instituições -- universidades ou politécnicos - de definirem
critérios e provas de acesso específicas para estes alunos.
Hoje o ministro excluiu que os as condições de acesso nos concursos locais passem por aplicar provas ou exames.
Em
entrevista à Lusa no início de abril, o presidente do Conselho
Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro
Dominguinhos, recusou que as alterações a ser preparadas possam ser uma
via de acesso facilitista para os alunos do ensino profissional e
sublinhou que existem outras formas de medir os conhecimentos à entrada
para os cursos que não passam por exames, e que já são aplicadas em
regimes especiais de acesso como o 'maiores de 23', um regime específico
para adultos.
* Acesso ao ensino superior sem exames? Coitadinho do sr. ministro, tão boa pessoa a querer ressalvar a ignorância.
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