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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Ausência dos Açores na lista do PSD
é "atirar borda fora" compromisso
O histórico social-democrata Mota Amaral, que foi indicado pelo
PSD/Açores para as eleições europeias, acusou a direção nacional do
partido de lançar "borda fora" um "compromisso estrutural e histórico"
com as autonomias dos Açores e da Madeira.
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"O
presidente do PSD, quando se deslocou aos Açores, na fase de campanha
para as eleições internas para a liderança, expressamente respondeu, em
sessão pública, que manteria a tradição de haver um candidato dos Açores
em posição elegível na lista para o Parlamento Europeu. A sua
credibilidade política fica assim debilitada perante os militantes,
simpatizantes e potenciais eleitores do PSD na Região Autónoma dos
Açores", sublinha Mota Amaral.
O antigo
presidente da Assembleia da República assina uma coluna de opinião, a
publicar na edição de terça-feira do jornal Correio dos Açores, onde
aborda pela primeira vez a posição que lhe havia sido atribuída pelo PSD
nacional na lista às europeias - o 8.º lugar - e onde dá a sua opinião
sobre o processo.
No texto, ao qual a
agência Lusa teve acesso, Mota Amaral diz nunca ter feito "qualquer
diligência para ser candidato ao Parlamento Europeu", tendo inclusive, a
começo, manifestado ao líder do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio,
"algumas objeções", nomeadamente no que refere a "discordâncias com
algumas das linhas de atuação do Partido Popular Europeu, sob cuja
bandeira milita o PSD no âmbito das instituições europeias".
"Quando
a voz correu dessa minha possível indigitação, fui envolvido por um
movimento espontâneo de simpatia e apoio, oriundo de várias ilhas e até
de fora da região", prossegue o antigo presidente do Governo dos Açores.
Mota
Amaral diz ter deixado "claro desde o início" que "concorria para
ajudar o PSD/Açores e não para um qualquer lugar de destaque na lista
nacional, pondo como única condição que se tratasse de um lugar
elegível, concretamente até ao quinto, sem excluir que fosse mesmo atrás
do atribuído à Madeira".
O açoriano frisa
que "só tardiamente veio a saber-se, por carta" do secretário-geral do
partido, José Silvano, enviada a Alexandre Gaudêncio, que a Comissão
Permanente da Comissão Política Nacional tinha decidido "há algumas
semanas" que "os candidatos representantes das regiões autónomas
deixariam de ter assegurado lugar elegível, como sempre tinha
acontecido, passando a reservar-se a uma delas apenas tal garantia,
alternando em legislaturas sucessivas".
E
concretiza Mota Amaral: "Para as eleições deste ano tal lugar caberia à
Madeira, sendo os Açores remetidos para o oitavo lugar, claramente
inelegível (...), lançando pela borda fora um compromisso estrutural e
histórico com a autonomia constitucional dos Açores e da Madeira, o PSD
desiste de acolher a voz das duas Regiões Autónomas na sua lista de
candidatos ao Parlamento Europeu".
O líder
do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, acusou, entretanto, a direção
nacional do partido de dar “um papel de segunda” à estrutura, ao
oferecer o oitavo lugar na lista às europeias, e admitiu que poderá não
haver campanha no arquipélago.
O
social-democrata salientou que existia a “legítima expectativa” de a
região ter um lugar elegível, quer devido à tradição existente no
partido, quer pelo nome que indicaram, Mota Amaral.
A
lista do PSD às europeias de 26 de maio será encabeçada pelo
eurodeputado Paulo Rangel e terá como número dois a líder da juventude
do Partido Popular Europeu, Lídia Pereira.
O
PSD vai apresentar às próximas europeias uma lista paritária, que
integra como número três o atual eurodeputado José Manuel Fernandes, a
ex-ministra Graça Carvalho em quarto e o presidente da Câmara da Guarda,
Álvaro Amaro, em quinto.
A eurodeputada
Cláudia Aguiar, indicada pela Madeira, será a sexta candidata do PSD ao
Parlamento Europeu, seguida, no sétimo lugar – já considerado de eleição
incerta - pelo atual eurodeputado Carlos Coelho.
Há
cinco anos, o PSD concorreu às europeias em coligação com o CDS-PP e
ficou em segundo lugar com 26,7% (sete eurodeputados, seis dos quais do
PSD), atrás do Partido Socialista.
* O sr. Mota Amaral sabe que os políticos mentem mais do que um poucachinho, devia lembrar-se de si próprio enquanto no activo onde até actuou como censor na RTP regional. Foi um deplorável presidente do governo Regional.
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