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Macron e a sua equipa ainda visitaram os principais locais destruídos na avenida, durante a noite, depois de ter sido obrigado a interromper um fim de semana numa estância de esqui. Os parisienses, mesmo aqueles que estão contra os "coletes amarelos", não gostaram que o chefe do Estado tivesse saído da capital no dia em que se previa um recrudescimento dos protestos.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Campos Elísios
transformados num estaleiro
No dia seguinte ao 18º sábado de protestos dos "coletes amarelos", a avenida de Paris onde moram as marcas de luxo é um imenso estaleiro de limpeza e obras. Michèle viu o seu quiosque destruído: "Estão a destruir empregos."
Na manhã deste domingo, parisienses e turistas acordaram para uma
Avenida dos Campos Elísios transformada num estaleiro, depois do 18º
sábado de protestos do movimento dos "coletes amarelos" nas ruas de
Paris, França.
Operários, máquinas, fumo e cheiro a
queimado, barulho de martelos pneumáticos e gruas em movimento
confundem-se na avenida onde moram as principais marcas de luxo, de
roupa, calçado e malas, joias, perfumes, de equipamento desportivo,
nomeadamente a loja do Paris Saint-Germain, e os hotéis e restaurantes
mais caros.
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Em frente ao Le Fouquet's, o restaurante onde
Emmanuel Macron gostava de se reunir com a sua equipa na campanha que o
levou ao Eliseu e cuja esplanada foi completamente destruída, Michèle
Peterllin, 71 anos, é a imagem da desilusão. Há 30 anos que explora o
quiosque de jornais defronte do restaurante, agora transformado numa
amálgama de cinzas e destroços.
"As pessoas podem manifestar-se mas não assim. Não estão a
manifestar-se pelos seus direitos e de outros. Estão a destruir empregos
de muitas pessoas, trabalhadores como eles", lamenta à reportagem do
DN. "Neste momento, sinto raiva, é raiva por quem fez isto. Estão
destruir as coisas para simples prazer dos próprios."
Michèle
soube pela televisão que o seu quiosque tinha ardido. Logo pela manhã
percebeu que estes protestos seriam mais complicados que os das últimas
semanas, em que o movimento dos "coletes amarelos" tinha perdido força. E
não saiu de frente do televisor até que se confirmou o pior.
Foi
o 18º sábado de manifestações, que se seguiu ao encerramento pelo
Presidente da República do que o prórpio Emmanuel Macron chamou de
Grande Debate Nacional.
Macron e a sua equipa ainda visitaram os principais locais destruídos na avenida, durante a noite, depois de ter sido obrigado a interromper um fim de semana numa estância de esqui. Os parisienses, mesmo aqueles que estão contra os "coletes amarelos", não gostaram que o chefe do Estado tivesse saído da capital no dia em que se previa um recrudescimento dos protestos.
Michèle tem sido apoiada
pelas autoridades, recebendo ainda a solidariedade de pessoas anónimas e
celebridades. Este domingo de manhã, o responsável da empresa que
explora quiosques em Paris, a MegaKiosk, esteve com Michèle para
perceber o que se pode fazer. Nada se aproveita dos destroços do quiosque, constata. Uma dezena de quiosques foram destruídos ao longo da avenida.
Muitas
pessoas param a ouvir as entrevistas dos jornalistas e essas
entrevistas geram debates espontâneos. Há quem justifique e fale dos
direitos das pessoas que protestam, outros contrapõem que estão a
destruir os trabalhos de pessoas que vivem pior ou com as mesmas
dificuldades que os que se manifestam.
"Eu tenho seguro, mas não é isso que me resolve o problema. Primeiro vão
ter que avaliar os estragos, depois vão dizer-me o que vão pagar e só
depois virá o dinheiro. Trabalho com mais três empregados, sete dias por semana. É o nosso emprego que está em perigo", conta Michèle ao DN. "Vou continuar a vir todos os dias, são 30 anos de trabalho."
* Ninguém nos convence que estes manifestantes gostam da França.
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