HOJE NO
"OBSERVADOR"
PGR confirma inquérito autónomo a
.Proença de Carvalho e Carlos Silva
.Proença de Carvalho e Carlos Silva
Vai ser investigada a alegada participação do advogado Proença de Carvalho e de Carlos Silva no caso de corrupção que envolve o procurador Orlando Figueira e Manuel Vicente.
A Procuradoria-Geral da República confirmou esta sexta-feira ao Observador que foi aberto um inquérito autónomo
para investigar a alegada participação do advogado Proença de Carvalho e
de Carlos Silva no caso de corrupção que envolve o procurador Orlando
Figueira e o antigo vice-presidente de Angola, Manuel Vicente.
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Este inquérito foi desencadeado por um requerimento de Orlando Figueira, avança a RTP
que teve acesso às nove páginas do documento, e que terá dado entrada
na PGR há mais de um mês. No documento, o procurador condenado por
corrupção na Operação Fizz aponta o nome de 15 pessoas individuais e coletivas que devem ser investigadas num processo autónomo. E é entre esses nomes que surge o de Proença de Carvalho e o de Carlos Silva.
O advogado Daniel Proença de Carvalho já reagiu a esta notícia. Em
comunicado enviado ao Observador, Proença de Carvalho fala em “mentiras”
e “relatos falsos” de Orlando Figueira, a quem acusa de ter uma
“obsessão doentia” ou “uma estratégia processual” para o recurso que
terá apresentado da condenação de que foi alvo.
O advogado destaca ainda que foi ouvido pelo mesmo tribunal que condenou
Orlando Figueira a uma pesada pena de seis anos de prisão e que este
considerou o seu depoimento “credível”, ao contrário do do
ex-procurador. Na visão de Proença de Carvalho, Orlando Figueira
apresentou uma “versão alternativa e fantasiosa”.
O tribunal deu como provado que Orlando Figueira arquivou processos
judiciais que tinha em mão para favorecer o ex-vice-presidente angolano
Manuel Vicente, em troca de centenas de milhares de euros e um emprego
em Angola. A versão do procurador é outra: segundo Figueira, decidiu
abandonar a magistratura para ir trabalhar para Angola, depois de fazer
um contrato com a empresa Primagest, que pertenceria ao banqueiro
luso-angolano Carlos Silva. Segundo Figueira, não terá sido Manuel
Vicente a contratá-lo.
O que o ex-procurador alegou ao longo do
julgamento é que os responsáveis pelo contrato que assinou seriam o
banqueiro Carlos Silva e o advogado Proença de Carvalho. Contudo, essa
tese não convenceu o coletivo de juízes, que ouviram os dois homens em
tribunal e consideraram os seus depoimentos credíveis. O juiz chegou a
dizer, a propósito do testemunho de Proença de Carvalho, que o
depoimento “levantou algumas considerações”, mas que o advogado “de
facto apresentou um discurso com alguma lógica pela apreciação da
prova”, o que mais uma vez contrariou a tese do magistrado arguido.
O
Ministério Público já tinha avisado que só avançaria com a abertura de
uma certidão em nome de Proença de Carvalho e do banqueiro
luso-angolano depois da leitura do acórdão que ditou a condenação do
magistrado Orlando Figueira, do advogado Paulo Blanco e do representante
de Manuel Vicente, Armindo Pires, em Portugal.
As alegações
finais do julgamento do processo Fizz terminaram com procuradora do MP a
prometer extrair essas certidões. No entanto, não há notícia de que o
tenha feito até agora, até porque a condenação de Orlando Figueira
esvaziaria as suspeitas que recaem sobre Proença de Carvalho e Carlos
Silva.
* O dr. Proença de Carvalho também é um DDT, altamente discreto, coleccionou conhecimentos como ninguém, há quem o considere muito perigoso.
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