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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Bairro da Jamaica
Deputado do PSD ataca assessor do Bloco:“Ó Mamadou e se fosses ba(rdamerda)!”
João Moura criticou Mamadou Ba por ter pedido proteção policial depois de condenar a ação da PSP no bairro da Jamaica. Horas depois, a publicação foi retirada da rede social.
João Moura, deputado do PSD em substituição de Duarte
Marques (ausente do Parlamento a gozar de uma licença de parentalidade),
usou a sua conta numa rede social para atacar Mamadou Ba, o assessor do
Bloco de Esquerda que se referiu à polícia como “bosta da bófia”. Ó Mamadou e se fosses ba(rdamerda)!” [sic], escreveu o social-democrata, em resposta ao pedido de proteção policial do também ativista social. Horas depois, o post desapareceu. “Era uma sátira” que “cumpriu o objetivo”, justifica o deputado.
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PS, PSD e CDS/PP SÃO ÚNICOS E GRANDES RESPONSÁVEIS
PELA CONSTRUÇÃO DESTES GUETOS |
A publicação de João Moura — líder da distrital do PSD de Santarém — é apenas mais um episódio à volta dos confrontos físicos
entre agentes da PSP e moradores do bairro da Jamaica, no Seixal, um
tema que nos últimos dias tem produzido intervenções acesas e saídas
inesperadas de vários responsáveis políticos.
No Facebook, o deputado insurge-se contra o facto de o assessor parlamentar
do Bloco de Esquerda Mamadou Ba ter recorrido à PSP para pedir proteção
policial depois de criticar a intervenção dos agentes chamados ao
bairro da Jamaica, há uma semana. Mamadou Ba pediu proteção para poder
continuar a sua intervenção cívica contra o racismo (o assessor é
dirigente da associação Racismo SOS), depois de ser interpelado na rua
por elementos ligados ao Partido Nacional Renovador, uma força de
extrema-direita.
O advogado de Mamadou Ba pediu proteção policial depois de o ativista ter sido confrontado por dois militantes do PNR
— um dos quais, foi candidato pelo partido eleições europeias de 2009
—, quando o ativista estava a caminho de um debate sobre a crise da
democracia. “O ódio racial é promovido por vocês, pela vossa
associação”, disse João Patrocínio ao assessor do Bloco.
João Moura diz ao Observador que “foi um desabafo numa página pessoal”
e aponta “objetivos focados, uma tentativa interna” no PSD de
fragilizar a sua imagem. A mensagem original, diz, “não pretendeu
provocar nem faltar ao respeito” ao ativista e assessor do Bloco de
Esquerda.
O deputado considera que os termos em que se manifestou
“não foram ofensivos”. Ainda assim, poucas horas depois de publicar a
mensagem — a imagem em cima resulta de um recorte à página do deputado
pouco depois da publicação —, esse post deixava de estar disponível para
visualização. João Moura fez a publicação por volta das 16 horas deste domingo mas, neste momento, o texto já não consta da sua conta. “Esta página não está disponível”, diz agora o link anterior, onde se lê mais abaixo que “a página pode ter sido eliminada”.
Não há aí qualquer nota de arrependimento”, garante o
social-democrata. Moura retirou a mensagem porque não quis “alimentar
mais esta tentativa interna” de atacar a sua imagem. “A publicação
cumpriu o seu objetivo, serviu o propósito” que tinha em mente e, por
isso, diz, foi apagada de seguida.
Mas este não foi o único caso
relacionado com as cenas de violência no bairro da Jamaica. Também na
sexta-feira, em pleno debate quinzenal, o primeiro-ministro acusou a
líder do CDS de racismo ao considerar que, quando Assunção Cristas lhe
perguntava pela avaliação que fazia da ação da PSP no passado domingo,
apenas se baseava na “cor da pele” de António Costa.
“Está a olhar para mim, deve ser pela cor da minha pele que me
pergunta se condeno ou não condeno a violência”, atirou o
primeiro-ministro, em resposta a uma intervenção da líder centrista e já
depois de ser questionado por várias bancadas parlamentares sobre
aqueles episódios.
Antes, já outros responsáveis políticos tinham protagonizado episódios relacionados com o Jamaica. Foi o caso de Joana Mortágua,
deputada do Bloco de Esquerda que republicou um vídeo que tinha sido
posto a circular nas redes sociais em que se mostra parte da intervenção
da polícia no bairro da Jamaica — e a que juntou críticas à PSP.
O episódio motivou duras críticas do líder parlamentar do PS.
No final de uma semana marcada por sucessivos atos de vandalismo na
zona da Grande Lisboa, Carlos César acusou o Bloco de Esquerda de
“acirrar os ânimos” e “perturbar” a ação da PSP.
O episódio motivou duras críticas do líder parlamentar do PS.
No final de uma semana marcada por sucessivos atos de vandalismo na
zona da Grande Lisboa, Carlos César acusou o Bloco de Esquerda de
“acirrar os ânimos” e “perturbar” a ação da PSP.
* O desabafo de João Moura mais parece um peido que subiu à faringe.
Mamadou Ba não esteve bem nas suas afirmações, a PSP se calhar também não actuou bem e João Moura aproveitou a ausência de Duarte Marques para ter o seu momento de glória fecal.
Exceptuando a PSP todos se estão a aproveitar politicamente do bairro problemático.
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