.
.
HOJE NO
"NOTÍCIAS MAGAZINE"
Comer por dois na gravidez?
Nada disso
É uma fase especial da vida e há regras a cumprir. Um regime alimentar saudável e variado é fundamental neste estado de graça. O que evitar? Os suspeitos do costume.
A barriga cresce, o bebé precisa de alimentos, a mãe tem de estar
atenta às necessidades nutricionais em cada etapa da gravidez. A
alimentação é sempre um momento importante em qualquer altura da vida,
mas na gravidez merece uma atenção especial. Várias refeições ao dia,
pelo menos cinco, e muita água.
.
Ao longo da gravidez, as recomendações alimentares variam de acordo
com o aumento das necessidades nutricionais e calóricas e seguem a nova
roda dos alimentos. “Esta é uma altura em que as necessidades
energéticas e nutricionais aumentam para proteger o crescimento do bebé.
Tal não significa que se deva ‘comer por dois’, mas sim adotar um
regime alimentar saudável e variado, tendo em conta algumas regras que
ajudam a garantir a saúde da mãe e do seu bebé”, refere Dina Velez,
farmacêutica.
No primeiro trimestre, recomenda-se a ingestão diária do equivalente a
duas ou três chávenas de legumes e hortaliças, três peças de fruta e
três porções de laticínios e seus derivados. No segundo e terceiro
trimestres, as necessidades proteicas e calóricas aumentam
consideravelmente. A farmacêutica Sandra Santos aconselha o reforço na
“ingestão de alimentos ricos em proteínas e hidratos de carbono –
cereais, preferencialmente integrais, e derivados, leguminosas, carne,
peixe e ovos, respeitando o máximo de dois a três ovos por semana.”
Além disso, é fundamental a ingestão de alimentos ricos em ómega 3 e
6, importantes no desenvolvimento do cérebro e da visão, que estão
presentes no azeite e no peixe gordo. O que evitar à mesa? Os alimentos
do costume: carnes vermelhas, gordura animal, fritos, produtos refinados
e com alto teor de açúcar e sal.
E tão importante como o conteúdo nutricional dos alimentos é a sua
preparação. Tudo porque existem alguns parasitas e bactérias que podem
ser ingeridos pela mãe e transmitidos ao bebé. Por isso, evite-se o
consumo de laticínios não pasteurizados e de carne e peixe crus ou mal
cozinhados. Legumes e frutas consumidos crus devem ser muito bem lavados
e os alimentos crus devem estar sempre separados dos alimentos
cozinhados.
Dietas vegetarianas e veganas, probióticos e prebióticos. Há várias
opções à mesa. Os alimentos probióticos e prebióticos melhoram a flora
intestinal da mãe e do bebé, o que se traduz numa melhor redução do peso
depois do parto da mãe e num menor risco de doenças intestinais no
bebé. “As dietas vegetarianas são seguras desde que as refeições sejam
bem planeadas, de forma a garantir o fornecimento de todos os nutrientes
e calorias necessários”, adianta Sandra Santos.
Há ainda os nutrientes essenciais na gravidez. Começando pelo ácido
fólico que está presente nos vegetais verdes, na laranja, no ovo, nos
produtos lácteos fermentados e nos cereais e feijão. É um nutriente
essencial na formação do sistema nervoso do bebé. Há também o ferro que é
fundamental no desenvolvimento do sistema nervoso e na formação dos
glóbulos vermelhos, tanto da mãe como do bebé, para garantir o
transporte de oxigénio. Este nutriente está presente em grandes
quantidades nas carnes vermelhas e nos vegetais de folhas verdes
escuras.
O iodo não pode ser esquecido, deve haver um reforço nas refeições,
para garantir o bom funcionamento da tiroide da mãe e o desenvolvimento
cerebral do bebé. “Este nutriente está presente essencialmente no peixe e
crustáceos. Embora estes nutrientes estejam presentes nos alimentos
referidos, a dieta não é suficiente para suprir as necessidades e, por
isso, é recomendada a suplementação. Para além destes, é importante
incluir na alimentação fontes de magnésio, cálcio, vitamina D e zinco”,
adianta Catarina Silva, também farmacêutica.
A par destas coisas da alimentação, também o peso da grávida é
importante. Tanto o excesso de peso como um peso reduzido podem trazer
complicações. O aumento de peso durante a gravidez é normal mas deve ser
controlado. O ganho na balança deverá ficar num intervalo entre 11,5 e
16 quilos.
* Ser mãe tem de começar assim.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário