.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Madeira apresenta o segundo maior valor elevado de risco de pobreza do país
A
percentagem de pessoas em risco de pobreza em Portugal baixou para
17,3% em 2017, menos 1% que no ano anterior, indica um inquérito hoje
divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) às condições de
vida e rendimento.
O mesmo inquérito aponta a Madeira e os Açores
como as regiões do país que registaram os valores mais elevados de
risco de pobreza, nomeadamente 27,4% para a Madeira e 31,5% para os
Açores.
.
Segundo o padrão adotado pelo INE, a taxa de risco de
pobreza correspondia, em 2017, à proporção de habitantes com rendimentos
monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 5.610 euros
anuais (468 euros por mês).
Este limiar, ou linha de pobreza
relativa, corresponde a 60% da mediana (9.351 euros) da distribuição dos
rendimentos líquidos equivalentes.
O estudo conclui que a
proporção de menores de 18 anos em risco de pobreza reduziu-se,
novamente, para 18,9%, mas em contrapartida, alerta que aumentou o risco
de pobreza para a população idosa: 17,7%, mais 0,7% que em 2016.
A taxa de pobreza para a população em idade ativa foi de 16,7%, menos 1,4% que no ano anterior.
O
estudo revela ainda que, apesar de a população desempregada continuar a
diminuir, o aumento da linha de pobreza relativa refletiu-se em 2017
num novo aumento do risco de pobreza para a população em situação de
desemprego, passando de 44,8% em 2016 para 45,7% em 2017.
Também
em 2017, o risco de pobreza para a população reformada aumentou, com uma
taxa de 15,7%, superior em 0,6% em relação a 2016 (15,1%).
Em
2017, o risco de pobreza reduziu-se para os agregados sem crianças
dependentes (16,5%, menos 0,4% que em 2016) e, mais acentuadamente, para
agregados com crianças dependentes (18,1%, menos 1,6% que no ano
anterior).
O inquérito conclui que o contributo das
transferências sociais para a redução do risco de pobreza foi de 5,4% em
2017, observando que, caso apenas fossem considerados os rendimentos do
trabalho, de capital e transferências privadas, 43,7% da população
residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2017.
Os
rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência
contribuíram em 2017 para um decréscimo de 21% no risco de pobreza,
resultando assim numa taxa de risco de pobreza após pensões e antes de
transferências sociais de 22,7%.
As transferências sociais,
relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão
social contribuíram para a redução do risco de pobreza de 5,4%, sendo
este contributo ligeiramente superior ao registado em 2016.
O
estudo refere que se mantém uma forte desigualdade na distribuição dos
rendimentos, embora os principais indicadores de desigualdade se tenham
reduzido novamente em 2017.
Por exemplo, o coeficiente de Gini,
que tem em conta toda a distribuição dos rendimentos, refletindo as
diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais e não
apenas os de menores e maiores recursos, registou um valor de 32,6%,
menos 0,9% do que em 2016.
Pela primeira vez, o inquérito contém
estimativas regionais, revelando que os residentes na área metropolitana
de Lisboa foram os menos afetados pelo risco de pobreza em 2017
(12,3%), tendo em conta a linha de pobreza nacional.
Neste
domínio, os valores mais elevados de risco foram registados nas Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira, respetivamente 31,5% e 27,4%.
“No
entanto, tendo em conta que há diferenças socioeconómicas
significativas entre as regiões, foram complementarmente estimadas
linhas de pobreza regionais que mostraram diferenças de proporções menos
acentuadas entre as regiões”, ressalvou o estudo.
Por outro
lado, apesar de os rendimentos monetários em Portugal continuarem a
pautar-se por uma distribuição fortemente assimétrica, os principais
indicadores de desigualdade reduziram-se, novamente em 2017. Assim, o
chamado “coeficiente de Gini”, em particular, foi de 32,6%, menos 0,9%
que em 2016.
Em 2018 - estima o estudo - mantém-se a tendência de
redução da taxa de privação material (16,6%, menos 1,4% que em 2017) e
da taxa de privação material severa (6,0%, menos 0,9%que em 2017).
O inquérito salienta que a intensidade da privação material reduziu-se, pela primeira vez, desde o início da década.
Entretanto,
a estratégia económica de crescimento da União Europeia (UE) para a
presente década (Europa 2020) define como objetivo a redução do número
de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia em,
pelo menos, 20 milhões de pessoas até 2020.
Em 2018 - refere o
INE - 2,2 milhões de pessoas em Portugal encontravam-se em risco de
pobreza ou exclusão social (pessoas em risco de pobreza ou em situação
de privação material severa ou vivendo em agregados com intensidade
laboral per capita muito reduzida), o que equivale a uma taxa de pobreza
ou exclusão social de 21,6% (menos 1,7% do que em 2017).
* Uma Região bem governada para a miséria.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário