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"O JORNAL ECONÓMICO"
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Consumo da carne terá que ser reduzido em 90% para evitar “colapso climático”
Cada cidadão deverá reduzir 75% do seu consumo de carne de vaca, 90% de carne de porco, comer metade da quantidade de ovos e triplicar o consumo de frutos secos e sementes.
O consumo de carne teria de descer em 90% nos países
ocidentais, de forma a evitar mudanças perigosas no ambiente. Esta é uma
das medidas defendidas num estudo publicado na revista científica
”Nature” esta quinta feira, 11 de outubro.
“Estamos mesmo
a arriscar a sustentabilidade de todo o sistema. Se estamos
interessados em que as pessoas consigam comer e produzir, temos mesmo de
reduzir o consumo de carne”, disse, o investigador e professor na
Universidade de Oxford que liderou o estudo, Marco Springmann ao jornal
inglês The Guardian.
A solução passa por diminuir drasticamente o consumo de carne e
substituir a proteína animal, optando por consumir legumes e
leguminosas, por exemplo. De acordo com o estudo, cada cidadão deveria,
em média, reduzir 75% do seu consumo de carne de vaca, 90% de carne de
porco e comer metade da quantidade de ovos. Já o consumo de leguminosas
deveria triplicar, enquanto o consumo de frutos secos e sementes deveria
quadruplicar.
De acordo com a investigação, que surge à luz do mais recente relatório sobre o ambiente das Nações Unidas,
a indústria agropecuária é a que causa mais estragos a nível ambiental,
devido à emissão de gases de efeito estufa, à desflorestação, às
quantidades de água que são utilizadas e à contaminação de aquíferos
subterrâneos.
Apesar desta informação não ser propriamente
novidade, este estudo apresenta a previsão de que se não houver uma
intervenção, tudo pode ficar muito pior visto que se prevê que a
população cresça em 2,3 mil milhões em 2050, alcançando os 9,8 mil
milhões de habitantes.
O crescimento da população está a fazer com
que a criação de animais para consumo humano comece a tornar-se
impossível, sendo que muitas das dietas dos países ocidentais vão tem
como base produtos agropecuários.
Os investigadores defendem que a
diminuição do consumo de carne passa pelos governos, através das
políticas de educação, da criação de taxas sobre os alimentos, a
concessão de subsídios para a produção de alimentos sustentável. Além da
promoção de mudanças nas ementas das instituições escolares e
hospitalares.
“Alimentar uma população mundial de dez mil milhões
de pessoas é possível, mas só se mudarmos a forma como comemos e
produzimos os nossos alimentos”, afirmou o professor
do Instituto Potsdam para o Estudo do Impacto Ambiental (Alemanha),
Johan Rockström.
Isto significa que, para além da produção de
gado, é necessário ter cuidado com os produtos de origem agrícola. A
diminuição do uso de fertilizantes, a estimulação da agricultura em
regiões do mundo que são mais pobres e o aumento das reservas de água
universais são algumas das medidas fundamentais para que a agricultura
se torne mais amiga do ambiente.
“Acho que conseguimos mudar, mas
temos de ter governos mais proativos”, disse Springmann. “As pessoas
podem contribuir para a mudança se alterarem a sua alimentação, mas
também se procurarem os seus políticos para lhes dizerem que precisam de
ter melhores leis ambientais. Isso é muito importante”, acrescentou.
* Mas ainda há muito estúpido nos governos de todo o mundo que pensam ir a tragédia passar-lhes ao lado.
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