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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Liberlândia
O "país mais livre do mundo" que
.já atraiu 800 portugueses
Nasceu há três anos após pesquisa na wikipédia e hoje tem meio milhão de pessoas à espera de cidadania
Em
terra de ninguém quem lhe deita a mão é rei. Foi o que fez Vít Jedlicka
a um enclave de sete quilómetros quadrados entre a Croácia e a Sérvia.
Hoje é presidente da República Livre da Liberlândia, uma nação
autoproclamada que tem como missão ser o país mais livre do mundo.
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Três anos depois da fundação, no dia 13 de abril "para coincidir com o aniversário de Thomas Jefferson", o país já tem 118 mil cidadãos elegíveis e mais meio milhão de candidatos em lista de espera.
"Para ser cidadão é preciso ganhar méritos, através de propostas que
beneficiem o país.
Quem acumula cinco mil méritos torna-se cidadão",
explica Vít Jedlicka em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo, no âmbito da
visita que fez a Portugal no início de maio.
O
líder de um dos países mais pequenos do mundo, a par com o Mónaco e o
Vaticano, foi um dos convidados das conferências Horasis, que juntaram
em Cascais mais de 600 participantes, entre políticos, empresários e
académicos. Durante os quatro dias do evento, Vít aproveitou para
recrutar mais algumas dezenas de partidários da liberdade.
A Liberlândia já conta com um representante oficial em Portugal e mais de 800 pedidos de cidadania.
"São pessoas em busca de uma nova identidade, que não se sentem bem com
os atuais modelos de governo que dominam o mundo. As pessoas hoje vivem
sujeitas a demasiados impostos e demasiadas regras", sublinha.
A principal regra da Liberlândia é "vive e deixa viver" e os impostos não existem.
"As pessoas podem contribuir livremente. Quem contribui com dinheiro ou
com o seu esforço ganha méritos, ao contrário do que acontece nos
outros países, onde não se recebe nada em troca. Aqui os méritos
contribuem para a reputação dos cidadãos e funcionam como colateral do
nosso sistema judicial."
Além do presidente, a Liberlândia conta
com ministros das Finanças, do Interior e dos Negócios Estrangeiros.
Apesar de ocupar um pedaço de "terra de ninguém", encontrado após uma
busca na Wikipédia, o país não está totalmente livre de disputas
territoriais. "Temos alguns problemas com a Croácia, que apesar
de não querer aquele território, quer que ele pertença à Sérvia. Mas a
Sérvia nunca o reclamou. Estamos a lutar pelo reconhecimento. Já há um partido croata que nos apoia".
Víc
Jedlicka quer convencer os croatas com números. Garante que os mais de
500 mil candidatos à cidadania na Liberlândia são potenciais
investidores, e que o desenvolvimento pleno da pequena nação à margem do
Danúbio pode contribuir para um aumento do PIB croata de 1% por ano e
uma redução "dramática" do desemprego" na região.
Para
já, por questões de segurança, os poucos habitantes da Liberlândia
vivem em barcos-casa, mas existe um plano para urbanizar o país, que
prevê a construção de infraestruturas com capacidade para acolher até
340 mil habitantes.
Vít já tem data marcada para regressar a Portugal. Nos dias 19 e 20 de
julho estará no Porto para participar no Anarchaportugal, o "primeiro
colóquio do mundo para pensadores livres". O evento vai reunir na
Alfândega os especialistas "mais livres do mundo" em temas como a
tecnologia blockchain ou criptomoedas. A lista de oradores inclui
Brittany Kaiser, uma das ex-funcionárias da Cambridge Analytica que
denunciou a polémica de abuso de dados do Facebook.
* Preferimos ser portugueses para poder criticar a pulhitiquice da mais antiga nação da Europa.
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