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"DINHEIRO VIVO"
Bial
investe 17 milhões para preparar futuro
A Bial vai reforçar a equipa investigadores e manter o foco nas neurociências
A Bial, grupo farmacêutico português, acaba de inaugurar a ampliação do centro de investigação e desenvolvimento, um projeto que implicou um investimento de cinco milhões de euros e que agora será acompanhado pelo reforço da área industrial.
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António Portela, CEO da Bial, revelou que no próximo ano arranca a obra na área industrial e de logística, com um orçamento de 12 milhões, o que permitirá “duplicar a capacidade”. Contas feitas, o grupo tem um plano de 17 milhões de euros para assegurar o crescimento para “os próximos 20 anos”.
Com a ampliação do centro de investigação, que integrou o acréscimo de laboratórios e novos equipamentos, a Bial assegura mais “capacidade para desenvolver projetos”, ou seja, sintetizar mais moléculas e compostos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos.
Para responder a este crescimento físico da área da investigação, o grupo vai recrutar, nestes dois próximos anos, 25 novos investigadores, que se juntam à equipa existente de 104, de oito nacionalidades. Em 25 anos, a Bial sintetizou “mais de 12 mil novos compostos”, sendo que “o desenvolvimento da companhia é pela via da inovação”, frisou António Portela.
O responsável pela farmacêutica portuguesa reafirmou a intenção de continuar a alocar 20% da faturação para investimento em I&D, acreditando que a Bial irá manter o ritmo ascendente do volume de negócios.
No ano passado, o grupo registou uma faturação de 270 milhões, um crescimento de 17% face ao exercício de 2016. Segundo António Portela, 70% do volume de negócios foi obtido nos mercados externos, sendo Espanha, EUA e Alemanha os principais destinos. António Portela sublinhou que, em 2010, Portugal valia 70% da faturação da Bial e, agora, passados apenas sete anos, regista-se o inverso.
“O mercado português não cresce, nos anos da troika decresceu 30%”, o crescimento “terá de ser internacional” e será necessário assegurar um aumento de “dois dígitos”, frisou. Os dois medicamentos que a Bial desenvolveu e tem no mercado são “os grandes pilares do crescimento”, disse António Portela.
O Zebinix, para a epilepsia, vale atualmente cerca de 33% do volume de negócios, mas o grupo já só tem mais quatro anos para capitalizar a exclusividade da patente. Com margem de crescimento está o ONgentys, para o tratamento da doença de Parkinson. António Portela prevê que talvez em 2022 seja possível à Bial lançar um novo medicamento. “Seguramente antes de 2022 não temos outro medicamento no mercado”, disse.
O foco continuará nas áreas da neurociências e cardiovascular, com especial atenção à primeira, onde tem registado “mais sucesso”. O gestor disse ainda que a Bial quer “continuar em Portugal, este investimento espelha o nosso compromisso com o país”. A inauguração do centro de investigação e desenvolvimento contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
* Portugal precisa de empresas como a Bial
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