HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Deputado do PS assume que injecção na
.CGD levará défice acima dos 3%
.CGD levará défice acima dos 3%
Paulo Trigo Pereira admite que é provável que a capitalização da Caixa vai ser incluída no défice português. Contudo, acredita que a Comissão Europeia não vai penalizar o país.
A injecção de 3,9 mil milhões de euros públicos na Caixa Geral de
Depósitos deverá ser incluída na contabilização do défice orçamental
português, segundo admite Paulo Trigo Pereira. A acontecer, não deverá
pôr Portugal na lista negra de Bruxelas, de acordo com o deputado
socialista. Neste momento, porém, a dúvida sobre se a capitalização vai
ao défice persiste.
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"Provavelmente
até irá" ao défice, admitiu Trigo Pereira na reunião desta
quinta-feira, 8 de Março, da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças
e Modernização Administrativa, em que foi ouvido o presidente do
Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC).
Ainda
não há valores finais para o défice de 2017. As previsões oficiais do
Governo apontavam para 1,4% do produto interno bruto, sendo que o
próprio primeiro-ministro anunciou que ficaria abaixo dessa meta. Com a
capitalização da CGD, que segundo o Eurostat totalizaria 2,1% do PIB
anual projectado, o défice subiria nesse montante, superando a fasquia
dos 3% do PIB.
Paulo Trigo Pereira mencionou um défice
possível de 3,2% do PIB, "mas a Comissão não vai considerar procedimento
por défice excessivo", de onde Portugal saiu no ano passado. Isto
porque este é um elemento irrepetível e circunscrito no tempo. "Este
Governo até correu alguns riscos", lembrou, dizendo que a opção foi
capitalizar a instituição financeira para que voltasse a ganhar força.
Houve
conversações entre a Comissão Europeia e o gabinete europeu de
estatísticas, o Eurostat, para decidir se a capitalização da instituição
financeira tem impacto no défice orçamental, sendo que Bruxelas remete a
decisão final para o Eurostat. Conforme o Negócios já noticiou em
Setembro, o Eurostat defendia que a recapitalização de exactamente 3.944
milhões (injecção, conversão de CoCos e integração da Parcaixa) deveria
ser tida em conta no défice de 2017. Em Abril, deverão ser divulgados
os dados finais de 2017.
Em entrevista ao Negócios na semana passada,
o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, remeteu o
tema CGD para o Eurostat e mostrou-se optimista com Portugal. "Em termos
de trajectória orçamental e ajustamento estrutural, os números que
recebi do ministro mostram alguma melhoria. Provavelmente, em Maio vamos
ver também algumas previsões orçamentais melhores do que vimos nas
previsões de Outono", declarou.
* Também pensamos que Portugal não será penalizado, Mário Centeno é presidente do Eurogrupo.
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