ESTE MÊS NA
"SAÚDE E BEM ESTAR"
Portugueses pouco sensibilizados
para a notificação das reações
adversas a medicamentos
Um recente estudo europeu vem alertar para a subnotificação
de reações adversas a medicamentos em Portugal, em especial por parte
dos cidadãos. Tal conclusão vai ao encontro dos mais recentes dados do
Infarmed, os quais sublinham que, desde 2012, do total de 12.326
notificações de efeitos adversos, apenas 8% foram originadas pelos
utentes.
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O estudo “Farmacovigilância na União Europeia: Implementação prática
nos Estados Membros”, liderado por Michael Kaeding, especialista em
políticas europeias e professor na Universidade de Duisdburg-Essen, na
Alemanha, apresenta uma análise dos principais desafios identificados em
seis países europeus, incluindo Portugal, país para o qual apresenta
três recomendações-chave:
Mais campanhas de sensibilização junto da população
A possibilidade de notificação de reações adversas a medicamentos por
parte dos cidadãos só é possível em Portugal desde 2012, facto que,
segundo os autores do estudo, poderá explicar a falta de sensibilização
da grande maioria dos portugueses. Para colmatar a falta de informação, o
estudo recomenda que as autoridades nacionais e europeias invistam mais
em campanhas de sensibilização para melhorar o conhecimento público
acerca da farmacovigilância.
Formação em matéria de farmacovigilância na universidade e após
Os autores referem ainda que muitos profissionais de saúde não estão
informados sobre a sua obrigação legal de notificar ou não estão
sensibilizados para a importância de notificar todas as reações, e não
apenas as graves ou inesperadas. Nesta matéria, além da obrigatoriedade
de aulas sobre a importância da farmacovigilância e a necessidade da
notificação de reações adversas para todos os estudantes de Medicina e
Farmácia, o estudo recomenda ainda formação adicional para todos os
profissionais de saúde, incluindo a gestão hospitalar.
Mais meios financeiros para instituições de saúde
Um dos entraves identificados à notificação em Portugal foi a falta
de tempo dos profissionais de saúde para reportar os efeitos adversos,
em especial em meio hospitalar. Nesse sentido, os responsáveis pelo
estudo defendem uma boa sustentabilidade financeira para que as
instituições de saúde possuam uma força de trabalho mais forte,
permitindo uma redução da carga de trabalho dos profissionais de saúde e
aumentando a possibilidade de divulgação de reações adversas a
medicamentos.
* Notícia a justificar a ignorância colectiva.
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