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ESTA SEMANA
NO
"SOL"
PSD.
Rio e Santana
trocam ‘mimos’no Facebook
Candidatos e apoiantes trocam galhardetes nas redes sociais. Rio veio a Lisboa insistir no seu realismo. Morais Sarmento não quer esperar pelo ‘Diabo’ nem ser ‘chapa’ de distribuição.
Falta menos de mês e meio para o PSD eleger o seu novo líder e pouco
se debateu - ainda que haja já dois debates televisivos agendados (SIC,
12 de dezembro; RTP, 11 de janeiro). A tensão cresce noutro campo: as
redes sociais. Rio tem uma mandatária para a Igualdade que distribui em
justa medida bengaladas pelo Facebook fora.
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Santana ironizou sobre
alguém que existe mas não existia naquela página. Rui Rio - ou alguém
por ele - gosta de emojis, isto é, caras amarelas e sorridentes. Os dois
candidatos à sucessão de Pedro Passos Coelho têm trocado indiretas e
cartas, discutido os mesmos tópicos e os militantes anseiam pelo
primeiro confronto direto. Até lá, as interações mais concretas
sucedem-se na ‘net’ e cheias, quase sempre, de diplomacia. Quase.
Fernando quê?
A saga teve início regional mas rapidamente foi divulgada. A página
oficial de candidatura de Rui Rio postou uma fotografia do nortenho
discursando nos Açores, com Duarte Freitas, líder social-democrata na
região, e Salvador Malheiro, da distrital de Aveiro. Na legenda da
imagem, lia-se «com Fernando Ruas», e o primeiro comentário veio da
página de Pedro Santana Lopes, que perguntava: «Quem é o Fernando
Ruas?». ‘Rui Rio - é Hora de Agir’ devolveu: «Caro Pedro, o Fernando
Ruas é um militante do PSD de Lagoa e apoiante da candidatura de Rui RIo
à liderança do PSD. Estamos sempre disponíveis para outros
esclarecimentos»; ao que Santana respondeu: «Como é natural, a pergunta
tinha outro destinatário. De qualquer modo, agradeço a simpatia». É que
Fernando Ruas, pelo menos o que não é anónimo ou militante em Lagoa, é o
eurodeputado e veterano autarca que apoia Santana Lopes e não a
candidatura de Rui Rio. Mas, está visto, há Fernandos Ruas que cheguem
para toda a gente no PSD.
A página de Rio publicaria mais tarde um breve parágrafo, dizendo-se
«disponível para esclarecer todos os militantes e até candidatos». O
recreio, entretanto, encerrava para feriado. Ou não.
Mas quem és tu, Romeiro? Ninguém, ninguém!
Não é uma encenação de Frei Luís de Sousa porque não se sabe se o
castelo vai ou não arder. Os potenciais anonimatos é que são semelhança
indesmentível entre a peça de Garrett e as diretas do PSD. Regressando
ao partido como palco e olhando para outras patentes, deu-se assim:
Diogo Agostinho, ex-chefe de gabinete de Santana na Santa Casa e um dos
jovens quadros mais próximos do candidato, colocou na sua página pessoal
uma fotografia do discurso que fizera numa sessão de militantes em
Loures. Lina Lopes, presidente da comissão das mulheres da UGT e
mandatária para a Igualdade de Rui Rio, comentou. «Peço desculpa, mas
quem é o Diogo Agostinho? Onde trabalhou e onde trabalha? Foi candidato
ao Parque das Nações... Homem que muito tem feito pelo partido, mas que
nunca vi ou ouvi», troçou a apoiante de Rio. «Escreve ou escrevia num
jornal... Enfim, dia 14 juntos pelo PSD, a lutar contra este
desgoverno», remeteu a social-democrata para o dia seguinte às eleições
diretas que decidirão quem liderará a Oposição. Agostinho, que de facto
escreve num semanário como economista, respondeu: «Sou o Diogo. Ponto.
Um militante como a Lina e tantos outros». Uma pena que Almeida Garrett
não esteja vivo para descrever.
‘Se não der muita agonia, votem em mim, sff.’
Esta semana, Rui Rio veio a Lisboa apresentar a sua comissão de
candidatura, liderada por Paulo Mota Pinto. Os mais de cinquenta nomes,
que contam com vários pesos-pesados do cavaquismo (Ferreira Leite,
Miguel Cadilhe, Nunes Liberato), assim como Francisco Pinto Balsemão e
Alberto João Jardim, mereceram evento no Tivoli. Discursaram Mota Pinto,
Nuno Morais Sarmento (que é o mandatário nacional) e Rio.
O candidato mostrou um discurso realista sobre os riscos de vida do
regime (que tem «a mesma idade» que o Estado Novo quando caiu), sobre os
riscos de vida do PSD (dando exemplos de partidos do centro-esquerda
europeu que quase desapareceram), sobre as últimas autárquicas («Tivemos
votações mais próprias do PCP») e até sobre a sua própria campanha. Na
senda de que os militantes «devem perguntar aos portugueses qual dos
candidatos preferem ver como primeiro-ministro» e, depois, «se não for
muita agonia», escolher esse candidato. Rio falou também da
competitividade da economia e da coesão social, como eixos, e da reforma
fiscal e da segurança social, que tem em comum com o adversário,
Santana Lopes.
Morais Sarmento, por sua vez, teve um discurso mais nacional e
programático. O ex-ministro de Durão Barroso e Santana Lopes revelou que
continua a sentir «esse sonho de um país diferente», em que «o centro
está nas pessoas e em cada pessoa e não no Estado» que, para Sarmento,
deve estar «centrado nas suas funções essenciais». Em sintonia com o que
Rui Rio vem defendendo, Morais Sarmento também apoia uma estratégia
intergeracional e interpartidária «para todas as áreas, da educação a
saúde, da ciência à defesa». Aquilo que o fez preferir Rio foi querer
algo «que ultrapasse a escolha curta da visão do ‘vem aí o diabo’ e a
visão do ‘chapa ganha chapa distribui’», atirou, direto a Passos e a
Costa, que ouviria mais uma crítica bem dura: «O governo funciona metade
dos dias como cata-vento, e a outra metade como doente bipolar». Sendo
que a expressão «catavento» tem prévio dono. E não é o
primeiro-ministro.
* - Oh sr. dr. Sarmento porque foi apoiar um destes candidatos? Porque não se candidatou, não conseguiria ser pior?...
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