HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Vieira da Silva nega conhecimento
de denúncias de gestão danosa
na Raríssimas
Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira
da Silva, negou ter conhecimento de qualquer sinal que indicasse haver
atos de gestão danosa na Raríssima.
Vieira da Silva foi vice-presidente da
Assembleia Geral da Raríssimas entre 2013 e 2015, e decidiu dar uma
conferência de imprensa, esta segunda-feira, sobre a polémica que
envolve a associação.
A passagem pela
associação, que este fim-de-semana se viu envolvida numa grave polémica
na sequência de uma reportagem da TVI, estava registada na declaração de
registo de interesses que o ministro entregou no parlamento.
.
.
"Nem eu nem a minha equipa tivemos
qualquer informação sobre denúncias de gestão danosa pela associação
Raríssimas. Nunca foi entregue a mim ou ao Instituto de Segurança Social
denúncias sobre uma eventual gestão danosa", disse Vieira da Silva,
acrescentando que as informações recebidas foram sobre alegadas
irregularidades estatutárias e não "atos de gestão danosa".
Quanto
à sua passagem pela instituição, Viera da Silva reiterou que foi uma
decisão pessoal, para ajudar uma instituição que desenvolvia uma
importante atividade nesta área, e que "não teve uma função executiva,
nem recebeu nenhuma remuneração".
O
ministro anunciou a realização de uma inspeção à instituição, pela
Inspeção Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, com caráter de "urgente", a começar nos próximos dias, e que irá
"avaliar todas as dimensões da gestão", da equipa dirigida por Paula
Brito e Costa.
Vieira da Silva lembrou também que
instituições deste tipo desenvolvem um importante trabalho e que a sua
relação com o Estado é "organizada e protocolar". "Não se trata de lhes
atribuir benesses", sublinhou.
Mas a
necessidade da existência destas instituições "não é contraditória com
uso rigoroso dos fundos" atribuídos pelo Estado. É essencial que seja
garantido o uso rigoroso e eficaz desses recursos", declarou ainda,
acrescentando que o "o Governo responderá a todas as dúvidas suscitadas
com este caso".
A Raríssimas recebeu vários apoios financeiros do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Após
a notícia da TVI, adiantou Vieira da Silva, e dado o "justificado
alarme provocado na sociedade" foi decidido "solicitar ao inspetor-geral
do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social com caráter de
urgência uma inspeção global à instituição" para "avaliar todas as
dimensões da gestão".
Vieira da Silva
quantificou os apoios que a Raríssimas tem recebido do Estado,
nomeadamente 420 mil euros para ajudar na construção da Casa dos Marcos,
na Moita, e os concedidos através de acordos de cooperação em três
áreas: Centro de Atividades Ocupacionais (170 mil euros anuais), lar
residencial (262 mil euros em 2017 e 280 mil euros em 2016), residência
autónoma (58 mil euros) e como equipamento da Rede Nacional de Cuidados
Continuados (117 mil euros este ano).
A Raríssimas recebeu também, em 2012, 2015 e 2016, um total de 327 mil euros do fundo eventual de apoio do Ministério.
O
ministro insistiu que "a verificação da prestação dos serviços
prestados é feita regularmente pelo Instituto de Segurança Social
(ISS)", idêntico para todas as instituições apoiadas, garantindo que o
relacionamento com a Raríssimas "em nada se distinguiu do que é feito
com outras instituições do Ministério" e que os "apoios são
protocolados, não são benesses".
Antes
da ação de inspeção foi iniciada uma inspeção da associação, a 31 de
julho, pelo Instituto de Segurança Social, após ter recebido um ofício
de um ex-tesoureiro da Raríssimas no qual se dava conta, segundo o
ministro, de "não estarem a ser cumpridas pela Raríssimas todas as
normas do estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social
(IPSS).
O ISS desencadeou um conjunto
de procedimentos dirigidos ao serviço de fiscalização e este iniciou um
processo de averiguações à instituição, nomeadamente "uma avaliação às
suas contas e preparou uma ação de fiscalização que estava prevista para
esta altura", disse o ministro.
MInistério Público investiga
O Ministério Público revelou hoje que está a investigar a Raríssimas, na sequência de uma denúncia anónima.
A
reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação
Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e
donativos, mostrou documentos que colocam em causa a gestão da
instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente,
Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de
vestidos e vários gastos pessoais.
No
domingo, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
anunciou que vai "avaliar a situação" da Raríssimas e "agir em
conformidade", após a denúncia dos alegados factos ilícitos.
* Não está em causa a seriedade e o bom nome do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, acontece que o caso da Raríssimas vem juntar-se à gestão do dinheiro solidário dado pelos portugueses para as vítimas dos incêndios, à imprudência dum Provedor da Santa Casa da Misericórdia que vai jogar em alto risco 200 milhões de euros numa instituição bancária como se fossem seus, à situação de comandantes de bombeiros proprietários de lojas cujo negócio é o fogo, também de membros directivos de associações humanitárias terem empresas cujo negócio é o fogo, de haver suspeitas fundadas no que respeita à distribuição de alimentos pelos bombeiros no combate aosincêndios, tudo isto num espaço de tempo tão pequeno é obra.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário