HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Juíza queixa-se em tribunal
do “verdadeiro massacre”
provocado por Coelho
“É
um verdadeiro massacre”. Foi desta forma que a juíza Joana Dias
descreveu, esta manhã, a forma como tem vindo a ser visada em cartazes,
publicações, blogues e vídeos na Internet relacionados com o
PTP-Madeira. O desabafo foi feito na Instância Central da Comarca da
Madeira, no início do julgamento dos dirigentes/deputados José Manuel
Coelho, Raquel Coelho, José Luís Rocha (ausente do tribunal por
internamento hospitalar) e do proprietário da empresa que editava o
jornal Quebra-Costas José Nóbrega. Os quatro arguidos são acusados, cada
um, de cinco crimes de difamação agravada e de fotografia ilícita.
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O
processo resulta da queixa da magistrada judicial, que se considera
difamada por um conjunto de textos e declarações veiculados sobretudo
por José Manuel Coelho ao longo do ano de 2014, em especial o epíteto de
“juíza dos sete maridos”. “Nunca o julguei, nunca lhe fiz nada e isto é
um massacre permanente”, declarou a juíza, num longo depoimento feito
durante a manhã.
Ao longo do dia, o colectivo de juízes presidido
por Carla Meneses ouviu as testemunhas indicadas pela acusação, que
confirmaram o teor pejorativo dos escritos e o impacto negativo que os
mesmos tiveram na vida pessoal e profissional de Joana Dias. O juiz
desembargador Jaime Pestana foi uma destas testemunhas.
No
arranque do julgamento, os arguidos optaram pelo direito ao silêncio.
Mas à entrada para o tribunal José Manuel Coelho garantiu que aquilo que
os representantes do PTP fizeram “não é difamação nenhuma”. “Apelidaram
de juíza dos sete maridos. Hoje, que se saiba, não é crime nenhum a
pessoa deixar de ter o primeiro marido, ou o segundo ou o terceiro. A
pessoa é livre para se casar as vezes que quiser. Não há crime nisso,
nem existe nenhuma difamação em constatar isso”, sublinhou. O mesmo
arguido referiu ainda que “era apenas director de um jornal [o
Quebra-Costas] e os jornalistas tinham toda a liberdade para escrever e
fizeram algumas críticas como é legítimo em democracia”.
Coelho
acha que vai ser condenado neste processo porque se trata de “um
julgamento político” feito por “tribunais que são organizações fascistas
e adversários da democracia”, porque “não são eleitos pelo povo” e
“funcionam em autogestão”. Denunciou ainda que nos tribunais portugueses
“prende-se por delito de opinião”, dando o exemplo da professora Maria
de Lurdes Rodrigues que está presa em Tires.
* José Manuel Coelho é um dos mais claros exemplos nacionais de que por em nada ser competente se tornou um biltre político com salário pago pelos madeirenses.
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