HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Estudante portuguesa recupera
200 mil euros de idosa a firma
de advogados londrina
Estudante de
Direito em Londres conseguiu ajudar sexagenária, também portuguesa, a
derrotar na justiça uma sociedade de advogados que se tinha apropriado
dos bens da idosa
Alexandra
da Silva, natural de Cardielos, Viana do Castelo, e estudante de
Direito numa universidade londrina, conseguiu recuperar 200 mil euros de
uma idosa, também portuguesa, a um escritório de advogados de Londres.
.
Segundo o Jornal de Notícias,
Alexandra disponibilizou-se a ajudar Ângela Batista, de 69 anos, depois
de a conhecer no restaurante do Futebol Clube do Porto, em Londres, e a
idosa lhe ter contado a sua história.
De
acordo com o JN, Ângela Batista, antiga empregada de limpeza, não sabe
ler nem escrever e há mais de 40 anos que vive sozinha em Inglaterra. Em
2006 foi atropelada, tendo ficado com uma incapacidade física parcial.
Foi indemnizada passados sete anos, mas a sociedade de advogados que a
representou, a Hansen Palomares Solicitors, invocou que Ângela tinha
ficado com incapacidade mental e arrogou-se o direito de lhe administrar
a indemnização e todos os bens.
Desde
2013 que a idosa tentava reverter a situação na justiça, mas só quando
contou o caso a Alexandra conseguiu resultados. A estudante portuguesa
constituiu-se como "litigation friend", uma figura da lei inglesa que
não existe em Portugal - e pode ser traduzida como "amiga de litígio" - e
propôs-se a ajudá-la.
Avançou em novembro de 2016 com um
requerimento ao tribunal e apresentou provas de que Ângela Batista está
na posse de todas as capacidades, exigindo que o escritório de advogados
restituísse a indemnização que lhe fora atribuída após o atropelamento,
de 170 mil libras, 200 mil euros.
O
juiz indicou uma médica para fazer uma avaliação independente e, há
poucos dias, saiu a sentença favorável à idosa: a empresa tem até dia 3
de outubro para lhe devolver o dinheiro e apresentar contas. "Ela está
radiante", disse Alexandra da Silva ao JN.
Já
Ângela Batista, que se encontra atualmente na Madeira, disse estar
feliz com o desfecho e elogiou a jovem estudante de Direito. "Foi o meu
anjo da guarda", disse a sexagenária, citada pelo JN.
Fonte
jurídica consultada pelo jornal admite, porém, que em Portugal seria
impossível um caso semelhante, já que "os sistemas jurídicos são
completamente diferentes", pelo que a lesada teria de apresentar uma
queixa-crime em nome próprio no Ministério Público.
* Importa realçar a atitude solidária da jovem estudante e de como os "fortes" não perdem um minuto para gamar aos fracos.
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