HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
CFP:
défice do início do ano é
"indicação positiva" de cumprimento
da meta do Governo
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) conclui que o défice orçamental do primeiro trimestre representa um bom indício de que a meta de 1,5% definida pelo Governo será cumprida.
A instituição liderada por Teodora Cardoso publicou a sua análise à
execução orçamental do primeiro trimestre deste ano, concluindo que,
apesar das necessárias cautelas, o saldo negativo de 2,1% do PIB dá
sinais positivos sobre a capacidade de cumprimento da meta orçamental
para este ano.
"No passado recente o défice no primeiro trimestre
tem vindo a revelar-se superior ao registado nos restantes trimestres
do ano. O resultado obtido pode, assim, ser considerado como uma
indicação positiva para o cumprimento da meta fixada pelo Governo para o
défice orçamental: 1,6% do PIB no Orçamento do Estado para 2017 e 1,5%
no Programa de Estabilidade", pode ler-se no relatório do CFP.
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O
Conselho explica que este é o melhor primeiro trimestre desde 2013 e
que, desde esse ano, o défice (ajustado) dos trimestres seguintes tem
sempre registado melhorias. Se 2017 tiver o mesmo comportamento, pode
esperar-se uma descida até ao final do ano.
No entanto, embora os indícios sejam positivos, o CFP aconselha cautela na
análise, notando que "cada ano orçamental apresenta idiossincrasias na
execução intra-anual da receita e da despesa", pelo que uma descida
sustentada do défice não deve "ser entendida como um dado adquirido".
Além
disso, estes dados ainda não incorporam o possível impacto negativo da
recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), feita no arranque do
ano. "Para o ano de 2017 é de assinalar, devido ao seu potencial
impacto, a incerteza associada ao eventual registo em contas nacionais
da referida operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, bem
como a recuperação da garantia concedida ao BPP (450 M€ ou 0,2% do PIB
anual) prevista no OE/2017 e PE/2017, mas ainda não concretizada",
escreve o CFP.
O défice de 2,1% nos primeiros três meses do
ano representa uma melhoria de 1,2 pontos percentuais do PIB face ao
mesmo período do ano passado (menos 490 milhões de euros). O Conselho
justifica este resultado com o aumento da receita, especialmente do
impostos indirectos e das contribuições sociais. Do lado da despesa,
observa-se um aumento de apenas 66 milhões de euros. Ambas as rubricas
estão a crescer a um ritmo inferior aquele que foi orçamentado pelo
Governo.
Embora na frente orçamental o défice pareça estar
controlado, o CFP deixa alertas em relação à dívida pública, que no
primeiro trimestre de 2017 ascendia a 130,5% do PIB. Mais 0,2 pontos
percentuais do que no final do ano passado. A dívida está estagnada
nesse nível há mais de quatro anos. O cumprimento do objectivo de dívida
fixado no Programa de Estabilidade implica uma redução de 2,6 pontos
até ao final deste ano.
* As notícias são boas mas os 2,6 milhões de portugueses pobres ainda não as conseguem entender.
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