HOJE NO
"OBSERVADOR"
Caixa.
Caderneta deixa de poder
fazer transações no final do ano
Por imperativos legais, caderneta deixa de permitir levantamentos no final de 2017. Caixa reorganiza oferta comercial com conta multiproduto que tem comissão fixa mensal.
A caderneta associada às contas bancárias da Caixa Geral de Depósitos
vai deixar de permitir realizar transações, sobretudo levantamentos,
até ao final de 2017. Esta mudança resulta de imperativos comunitários,
explicaram responsáveis do banco num encontro com jornalistas sobre a
nova política comercial da instituição.
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É uma limitação que resulta de preocupações de segurança uma vez que este meio de transação não tem chip
eletrónico. A caderneta vai poder continuar a ser utilizada para
consultas de saldos e de movimentos, mas será cada vez menos funcional,
explicou José João Guilherme, o administrador que tem o pelouro da área
comercial da Caixa. Segundo este responsável, haverá mais de cem mil
clientes da Caixa que só têm caderneta, ou seja, não têm cartão de
débito que permita realizar transações de pagamento, levantamentos ou
depósitos. Para além de levantamentos e consultas, a caderneta permite
fazer alguns pagamentos dentro do sistema própria que funciona nas
agências do banco.
A Caixa deixou, aliás, de fornecer caderneta nas novas contas abertas a partir de 1 de junho,
que não sejam contas base. Ainda que por imperativos legais, a perda de
funcionalidades da caderneta até ao final do ano é apenas uma das
alterações da política comercial da Caixa Geral de Depósitos que avançou
com uma reorganização da sua oferta, com efeitos desde 1 de junho.
Nova conta multiproduto com comissões mensais fixas
A nova conta Caixa é uma solução multiproduto que parte da
recomendação do Banco de Portugal no sentido de os bancos terem contas
base com serviços e custos que possam ser comparados pelos clientes.
Atualmente, o banco dispõe de um elevado número de ofertas e produtos
que nasceram de circunstâncias e contextos específicos, muitos dos quais
já não fazem sentido. Um dos objetivos da nova política comercial é o
de ordenar a oferta, mas também, sublinhou o administrador da Caixa,
conseguir que pessoas que são atualmente já clientes da Caixa comecem a
realizar transações no banco.
De acordo com a Caixa, o novo produto vai permitir um preço mais reduzido face ao fornecimento avulso de produtos e serviços. A nova oferta de contas terá
uma comissão mensal fixa e está disponível em três modalidades, para
além de conta base e serviços mínimos bancários, com custos que variam
de acordo com o número de titulares e de serviços contratados com a
Caixa, com especial atenção para as famílias. A conta base tem um preço
mensal fixo de cinco euros que pode ser mais baixo nas outras três
contas, em função dos titulares, serviços e produtos contratados.
José
João Guilherme reconhece que esta nova política comercial é vantajosa
para o banco, mas garante que também é vantajosa para os clientes.
Quando foi questionado sobre o aumento esperado de receitas, respondeu:
Não queremos uma Caixa a continuar a dar mais sete anos de prejuízos e para isso precisamos de receitas. Estamos a modernizar a oferta da Caixa, isso tem de ser feito. Não podemos ficar agarrados a um passado, até por razões regulatórias temos de mudar. Não é para extorquir dinheiro às pessoas.”
Uma das medidas previstas no plano de
reestruturação da Caixa negociado com a Comissão Europeia é o aumento
das receitas com origem nas comissões bancárias, um caminho que tem sido
seguido pela generalidade dos bancos, face à queda da margem
financeira, por via das baixas taxas de juro atuais.
Em setembro, o
preçário da Caixa vai mudar e uma das alterações previstas, e noticiada
pelo Jornal de Negócios, é que a isenção do pagamento de comissão de
conta só vai beneficiar quem tiver, para além do salário domiciliado, um
cartão de débito e um cartão de crédito utilizados nos últimos três
meses.
As mudanças na oferta comercial da Caixa contemplam uma isenção de despesas de manutenção de contas à ordem para clientes acima dos 65 anos com rendimento (sobretudo pensão) domiciliado na Caixa e que não ultrapasse um salário mínimo e meio.
* A CGD era um banco diferente em muitas situações, uma delas era de que o efeito de proximidade era melhor do que os outros bancos, agora a CGD vai ser "formatada" para ser mais um animal no rebanho, a ver vamos.
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