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"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Mais de metade das PME vivem
em “extrema fragilidade”
A maioria das empresas portuguesas estão descapitalizadas e não têm autonomia financeira, revela estudo consultora do ex-ministro Augusto Mateus.
O tecido empresarial português vive em
situação de “extrema fragilidade, particularmente visível nas pequenas e
médias empresas [PME]”, está descapitalizado e é dos mais endividados e
com menos autonomia financeira da Europa.
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Estas são algumas das principais conclusões de um estudo sobre a “Estrutura de Financiamento das Empresas em Portugal”, da autoria da consultora do ex-ministro da Economia Augusto Mateus, e que será apresentado na próxima semana no Porto, na conferência do Millennium bcp, dia 9 de maio, na AEP.
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Estas são algumas das principais conclusões de um estudo sobre a “Estrutura de Financiamento das Empresas em Portugal”, da autoria da consultora do ex-ministro da Economia Augusto Mateus, e que será apresentado na próxima semana no Porto, na conferência do Millennium bcp, dia 9 de maio, na AEP.
De acordo com o documento, a que o Dinheiro
Vivo teve acesso, mais de metade (52%) das PME registavam, em 2014, um
EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações) negativo ou inferior aos juros suportados. A percentagem
negativa deste importante indicador de gestão é ainda maior se se
considerar as microempresas (54,5%).
“Este cenário de inviabilidade latente repete-se em 32,3% das pequenas
empresas e 22,6% das médias empresas”, refere o estudo. Nas grandes
empresas, a percentagem é inferior, mas ainda assim atinge os 18,3%.
Depois de fazerem uma análise comparativa com outros países europeus, os autores do documento concluíram que as empresas portuguesas são as que se encontram “mais carenciadas” de fundos próprios e possuem níveis de endividamento “mais elevados”.
Em 2014, as empresas nacionais apresentavam uma estrutura financeira em capitais próprios inferior à média dos restantes países (34,9% vs. 41,9%). Em relação a autonomia financeira, o peso dos capitais próprios no balanço era de 29,9% – a percentagem mais baixa entre sete países europeus analisados: Itália (30,9%), França (31,6%), Alemanha (33,6%), Espanha (43,9%), Bélgica (47,3%), Polónia (50,6%) e Holanda (55,5%). Campeãs do crédito Outra das conclusões do estudo é que as empresas portuguesas “são também as campeãs no recurso ao financiamento junto de instituições de crédito”. Apesar de se ter verificado uma descida de quatro pontos percentuais em relação a 2010, a percentagem era, ainda assim, de 17,4% em Portugal, em 2014, enquanto a média dos países europeus era de 12,2%. As empresas lusas são ainda, de longe, as que mais se financiam através de títulos de dívida pública (4,4%). Em Espanha e na Alemanha, a percentagem é de, respetivamente, 0,7% e 2,4%.
“Significa isto que, mesmo depois dos ajustamentos forçados concretizados até 2014, a estrutura de financiamento da economia real portuguesa ainda apresenta um amplo leque de desequilíbrios, exigindo uma atenção muito particular à concretização de processos sustentados de recapitalização que, a não se concretizarem, ameaçarão não só a rendibilidade empresarial como a sustentabilidade de uma parte relevante do tecido empresarial”, lê-se no documento.
O estudo concluiu ainda que “o desempenho económico das empresas em Portugal sofreu um significativo abalo com as crises económicas dos últimos anos”. Muitas das empresas acabaram por não resistir. Atendendo à dimensão empresarial, “torna-se claro que as microempresas foram as mais fustigadas pela crise e, consequentemente, as que viram o seu desempenho económico-financeiro deteriorar-se com maior expressão”. “Esta conclusão afigura-se tão expectável quanto preocupante dado tratar-se da tipologia de empresas com mais parcos recursos e que exibem uma menor maturidade, sendo também as mais representativas do tecido empresarial”, referem os autores do estudo, salientando que “ao contrário das micro e grandes empresas, as empresas de pequena e média dimensão demonstraram uma boa capacidade de resposta à conjuntura económica provocada pela crise financeira”.
Um desempenho “excecional” que se deveu sobretudo à “viragem definitiva para os mercados internacionais, evidenciada por um valor médio de intensidade exportadora muito superior em 2014 face ao ano de 2010”.
* Desde sempre afirmamos que a maioria dos pequenos e médios empresários são pasto dos tubarões ligados à banca e à igreja católica.
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Depois de fazerem uma análise comparativa com outros países europeus, os autores do documento concluíram que as empresas portuguesas são as que se encontram “mais carenciadas” de fundos próprios e possuem níveis de endividamento “mais elevados”.
Em 2014, as empresas nacionais apresentavam uma estrutura financeira em capitais próprios inferior à média dos restantes países (34,9% vs. 41,9%). Em relação a autonomia financeira, o peso dos capitais próprios no balanço era de 29,9% – a percentagem mais baixa entre sete países europeus analisados: Itália (30,9%), França (31,6%), Alemanha (33,6%), Espanha (43,9%), Bélgica (47,3%), Polónia (50,6%) e Holanda (55,5%). Campeãs do crédito Outra das conclusões do estudo é que as empresas portuguesas “são também as campeãs no recurso ao financiamento junto de instituições de crédito”. Apesar de se ter verificado uma descida de quatro pontos percentuais em relação a 2010, a percentagem era, ainda assim, de 17,4% em Portugal, em 2014, enquanto a média dos países europeus era de 12,2%. As empresas lusas são ainda, de longe, as que mais se financiam através de títulos de dívida pública (4,4%). Em Espanha e na Alemanha, a percentagem é de, respetivamente, 0,7% e 2,4%.
“Significa isto que, mesmo depois dos ajustamentos forçados concretizados até 2014, a estrutura de financiamento da economia real portuguesa ainda apresenta um amplo leque de desequilíbrios, exigindo uma atenção muito particular à concretização de processos sustentados de recapitalização que, a não se concretizarem, ameaçarão não só a rendibilidade empresarial como a sustentabilidade de uma parte relevante do tecido empresarial”, lê-se no documento.
O estudo concluiu ainda que “o desempenho económico das empresas em Portugal sofreu um significativo abalo com as crises económicas dos últimos anos”. Muitas das empresas acabaram por não resistir. Atendendo à dimensão empresarial, “torna-se claro que as microempresas foram as mais fustigadas pela crise e, consequentemente, as que viram o seu desempenho económico-financeiro deteriorar-se com maior expressão”. “Esta conclusão afigura-se tão expectável quanto preocupante dado tratar-se da tipologia de empresas com mais parcos recursos e que exibem uma menor maturidade, sendo também as mais representativas do tecido empresarial”, referem os autores do estudo, salientando que “ao contrário das micro e grandes empresas, as empresas de pequena e média dimensão demonstraram uma boa capacidade de resposta à conjuntura económica provocada pela crise financeira”.
Um desempenho “excecional” que se deveu sobretudo à “viragem definitiva para os mercados internacionais, evidenciada por um valor médio de intensidade exportadora muito superior em 2014 face ao ano de 2010”.
* Desde sempre afirmamos que a maioria dos pequenos e médios empresários são pasto dos tubarões ligados à banca e à igreja católica.
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