01/05/2017

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HOJE  NO 
"OBSERVADOR"
Síria. 
Como duas ‘médicas sem fronteiras’ viveram o cerco a Alepo

Lideraram equipas de socorro debaixo de fogo, viram vítimas de ataques químicos, assistiram partos a partir de um telefone. As histórias de duas médicas que viveram o cerco a Alepo, na Síria.

Maria Luz Ruiz já perdeu a conta aos partos que assistiu nas condições mais arriscadas. Líbano, Afeganistão, Iraque… “Foram tantos, tantos”, recorda a enfermeira e parteira chilena, com o olhar curioso de quem os tenta somar, mas sem conseguir chegar a um número certo. Na Síria, contudo, tem sido diferente: quase que os podia contar pelo número de mensagens que recebeu com fotografias das crianças que ajudou a nascer, mesmo sem nunca lhes ter tocado. Há uma explicação para isso: Maria Luz faz parte de uma missão dos Médicos sem Fronteiras que deixou de ter autorização do governo sírio para entrar no país. 
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Maria Luz Ruiz numa das missões dos Médicos sem Fronteiras, no Líbano, depois de assistir um parto bem sucedido.
Para não abandonar as equipas de socorro que se mantêm nas principais cidades e províncias da Síria, como Alepo ou Idlib, procuram locais seguros junto à fronteira com a Turquia e é a partir daí que têm prestado assistência médica às restantes equipas médicas que se mantêm no terreno. “Trabalhamos em controlo remoto, por telefone, chat, Skype… E é assim que tenho ajudado imensas crianças a nascer. Depois tiram fotos dos recém-nascidos com as mães e mandam-me pelo WhatsApp”, explica Maria Luz. “Nunca conheci pessoalmente as crianças que ajudei a nascer.”

Montse Pubill sabe bem o que é esta angústia de prestar auxílio médico à distância — muitas vezes, à distância de 15 ou 20 minutos de carro. A médica catalã também já conhece bem a rotina de acordar e adormecer ao som de bombardeamentos, do corrupio dos pedidos de socorro que se seguem, do burburinho das sirenes, dos escombros que se amontoam quando explode um carro ou caem bombas sobre a cidade. Só não se habitua ao silêncio que tantas vezes se instala do outro lado do telefone quando há um ataque. Uma noite, recorda, foi especialmente dramática. Montse coordenava as operações das equipas de emergência médica durante o último cerco a Alepo a partir da cidade turca de Gaziantep, a poucos quilómetros da fronteira com a Síria. Agarrada ao telemóvel, trocava mensagens com o diretor de um dos maiores hospitais da cidade através de WhatsApp quando, subitamente, ele dá o alarme. “Agora! Estamos a ser bombardeados!”. Montse seguia pelo telefone todos os movimentos do sírio no terreno e sabia que se refugiara numa cave com pacientes e os restantes elementos da equipa médica, enquanto uma tempestade de bombas trovejava sobre as suas cabeças. A certa altura, ficou sem notícias. Nem uma mensagem, um som. Nada. Seguiram-se momentos de aflição, sem saber se tinham sobrevivido ao ataque. “Mais tarde, ele enviou-me o vídeo e pudemos ver o que acontecera”, recorda a médica: tinham resistido, mas um dos mais importantes hospitais da cidade estava praticamente arrasado.

Montse Pubill, 44 anos, e Maria Luz Ruiz, 45 anos, fazem parte da organização humanitária Médicos sem Fronteiras e integraram a missão na Síria durante o último cerco à cidade de Alepo, entre julho e dezembro do ano passado. “Foi um período muito difícil, com uma série de bombardeamentos em toda a área, atingindo instalações médicas”, conta Montse. “Todos os hospitais foram bombardeados” e, dos oito grandes que estavam ao seu cuidado na missão, “apenas um se manteve, mais ou menos funcional… todos os outros foram destruídos”. 
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Montse Pubill coordenou as equipas de emergência médica na Síria, durante o cerco a Alepo. Uma experiência que partilhou durante a sua recente passagem por Lisboa.
De passagem por Lisboa — para participarem num encontro de preparação das Conferências do Estoril, que se realizam no final de Maio, dedicadas às Migrações Globais (ver caixa no final do artigo) — Montse Pubill e Maria Luz trouxeram os testemunhos de quem esteve num cenário de guerra e também algumas denúncias que, de outra forma, dificilmente saltariam a fronteira síria. As duas profissionais testemunharam bombardeamentos, pedidos de socorro desesperados, vítimas de ataques químicos, crianças queimadas pelo fogo das explosões. Viram muitas morrer antes de conseguirem sequer à porta de um hospital. “Estas pessoas têm voz, mas ninguém as escuta”, lamenta Montse Pubill. “Então nós falamos por elas. Queremos contar o que se passa.”

“Não é possível atingir um hospital por acidente”
O conflito sírio, que começou em 2011, já provocou as maiores vagas de refugiados de que há registo desde a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que perto de 4,8 milhões pessoas tenham deixado a Síria nos últimos anos e que mais de 6,5 milhões tenham sido obrigadas a deslocar-se dentro do próprio país para fugir a tropas governamentais, forças da oposição e grupos rebeldes que lutam entre si pelo controlo territorial do país.

Com a degradação das condições de segurança, a organização dos Médicos sem Fronteiras mudou a sua forma de atuar no terreno. E, após o rapto de uma equipa de médicos em 2014 por elementos do Estado Islâmico, entretanto libertada, a organização decidiu retirar a maior parte das equipas do país, recolocando-as em zonas fora do controlo do grupo terrorista e em áreas junto da fronteira — muitas das equipas de expatriados tiveram mesmo de ser resgatadas. Desde então, os Médicos sem Fronteiras deixaram de ter autorização do governo sírio para entrar no país e circular em segurança. Alepo, além de ser a principal cidade no norte da Síria, tornou-se também um dos principais campos de batalha na guerra entre as forças leais ao presidente Bashar al-Assad e grupos rebeldes que querem derrubá-lo. E os cerca de seis meses que durou o cerco à cidade, no final de 2016, foram especialmente difíceis para as equipas de emergência médica.
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Para Montse Pubill (que já estivera na Síria entre outubro de 2014 e março de 2015), a sua segunda missão no país coincidiu com o cerco a Alepo. Mas, desta vez, foi muito diferente, a começar pelo facto de ter de trabalhar em controlo remoto. A partir de uma base na Turquia, perto da fronteira, habituou-se a comunicar com as equipas no terreno via telefone ou computador. Um dia normal arranca pelas seis da manhã, nunca largam o telefone. “Começamos o dia com uma reunião, através de Skype, depois durante o dia temos muitas comunicações através de Skype, WhatsApp, telefone…”, explica a coordenadora das equipas de emergência médica. Às vezes, fazem reuniões rápidas, aproveitam as pausas para comerem todos juntos, respondem a emails, preparam a entrega de donativos de remédios e mantimentos. Num dia bom, conseguem ir descansar pelas nove horas da noite e ainda reservam um intervalo nas tarde de domingo para falar com a família.

Depois há os dias sem horas para começar ou acabar, aqueles em que Montse se recorda bem de ouvir as bombas a cair em Alepo. “A dormir, ou mesmo durante o dia, ouvíamos os bombardeamentos ao longe. Só não tínhamos medo, porque ouvíamos tudo isso muito ao longe”, primeiro em Kilis, depois em Gaziantep, duas cidades turcas coladas ao norte da Síria. “Mas sabíamos o que se estava a passar. 

A lei internacional não estava a ser respeitada! Os hospitais estavam a ser bombardeados!”, acusa Montse. E não são apenas os hospitais, reforça a médica. “Há ataques indiscriminados sobre hospitais, mercados, escolas, há uma lei internacional que protege estes locais, que protege os civis, e que não está a ser respeitada.” Para Maria Luz, “não é possível atingir um hospital por acidente. Esses locais estão devidamente referenciados, com coordenadas GPS, não são instalações militares. Mas quantos mais sírios têm de morrer para o mundo perceber isso?”, questiona.

A estratégia do “segundo ataque”
As imagens chocantes de crianças e adultos em agonia, a morrerem lentamente de asfixia e espasmos, depois de um ataque químico aéreo em Khan Sheikhoun, na região de Idlib, correram mundo. Terão morrido, pelo menos, 67 pessoas, entre as quais, 11 crianças — apesar de algumas organizações no terreno atirarem as estimativas para mais de 100 mortes. Montse e Maria Luz sabem que este não foi o primeiro ataque químico no país e a escolha de Idlib também era previsível. “A informação que tínhamos é de que Idlib seria mais tranquilo que Alepo, porque estavam focados no controlo dessa cidade. Mas, assim que acabassem de destruir Alepo, era de esperar o momento em que os ataques se iriam virar contra Idlib”, explica Montse Pubill. 
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A médica relata que, durante o período em que esteve na missão Síria, já havia suspeitas do uso de armas químicas, como o gás sarin. “Não fizemos o teste, por isso não o podemos dizer oficialmente. Mas os médicos explicavam-me os sintomas das pessoas que chegavam e da sua condição. E tínhamos 99% de suspeita de que tinha sido um ataque químico”, garante.

A reação a um ataque químico já faz parte da preparação das equipas dos Médicos sem Fronteiras. Além de terem sempre equipamentos de proteção, é habitual, “a cada três ou seis meses, fazer uma simulação com no terreno para testar como reagir em caso de ataque químico”, explica Maria Luz Ruiz. “Estão todos muito bem preparados. Os médicos, as enfermeiras, todos eles sabem o que fazer.” Só não há preparação possível quando não se consegue chegar às vítimas: de explosões, de ataques químicos e, também, das minas terrestres, outra das armadilhas no terreno. Num dos ataques, recorda a enfermeira chilena, “estava em Kilis. A minha base ficava a 45 minutos de carro do hospital. Era a distância a que estávamos. Mas nunca fomos autorizados a fazer esse caminho. O nosso limite era a fronteira entre a Turquia e a Síria, por isso, da nossa casa até à fronteira eram mais ou menos 20 minutos. E depois mais ou 10 ou 20 minutos.” Tentaram, mas nunca o conseguiram fazer.
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Resta-lhes confiar nas equipas que estão no terreno para cumprirem as suas orientações. Mas nem estes médicos e enfermeiros, mesmo sendo sírios e, por isso, estando autorizados a trabalhar dentro do país, estão mais seguros. “Muitos têm de atravessar a fronteira todos os dias e os que ficam colocam em risco a sua vida e a das famílias”, alerta Maria Luz. Montse recorda-se dos muitos profissionais que conheceu nestas circunstâncias. Lembra-se em especial de um médico que dirigiu um dos hospitais em Alepo e que viveu na cidade quase até ao fim. “Foi o último médico a ficar até ao último momento. Vivia na cidade com a mulher e um bebé. Contava-me que dormiam, ele e o stafe, três ou quatro horas por dia. Faziam uma escala para descansar durante o cerco, tentavam organizar os recursos da melhor forma possível, tentando resistir aos bombardeamentos constantes. Aconteciam dois ou três num mês, às vezes, dois na mesma semana”, recorda. “Então iam para as caves, onde trabalhavam, muitas vezes a gerador, porque ficavam sem eletricidade, e continuavam a trabalhar, mesmo com as bombas a cair. Os bancos de sangue, o pessoal das ambulâncias, faziam o melhor que podiam nestas circunstâncias em Alepo.”

Para agravar a situação, denuncia Montse Pubill, era frequente a estratégia do duplo ataque durante um bombardeamento. “Havia um ataque, cinco ou dez minutos depois chegavam as ambulâncias e as equipas de socorro, para resgatar as pessoas que estiveram sob fogo. E então era lançado um segundo bombardeamento”, descreve. “Sabe-se que, havendo pessoas feridas, haverá equipas de socorro no local. E muitas vezes, neste segundo ataque, fazem-se mais vítimas. E algumas delas podem até ser os motoristas das ambulâncias que foram só prestar assistência.”

As crianças que morrem na fronteira
O interesse de Maria Luz Ruiz pelas missões dos Médicos sem Fronteiras nasceu por causa de uma série de fotografias de África que um dia viu penduradas na parede de um escritório em Santiago do Chile. A enfermeira, e também psicóloga, já trabalhava há alguns anos e era na altura responsável pelo programa de prevenção do HIV. Um dia, enquanto esperava pela reunião com um alto representante do ministério da Saúde, deu de caras com as imagens e não escondeu o fascínio. 
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“Perguntei-lhe se trabalhava com África, ele perguntou-me se eu conhecia os Médicos sem Fronteiras, eu disse que não e então ele explicou-me”, recorda a chilena. “Percebi nesse momento que era o amor de que eu estava à procura há muito tempo.” Trocaram emails, passados uns dias foi contactada para fazer testes, primeiro de inglês, a seguir outros mais específicos, por fim enviaram diploma. Pouco tempo depois estava na sua primeira missão de seis meses, no Darfur. Tinha 31 anos.

Desde então, já cumpriu oito missões em países tão distintos como Líbano, Afeganistão, Iraque ou Somália. Na sua função de enfermeira e também de parteira, descobriu rapidamente que, ao contrário do que acontecia no Chile, onde também era psicóloga, muitas vezes é a única pessoa que uma mãe tem ao seu lado no momento em que nasce o seu filho. “Nesses momentos, somos como ouro. Às vezes somos as únicas pessoas que eles têm nesses momentos e que mais sabe sobre eles. Há médicos especialistas, há ginecologistas, mas estão focados noutros problemas. Então a formação específica que fazemos é mais focada em aprender mais, para sermos mas independentes quando é preciso agir e tomar decisões.”

Essa realidade foi especialmente crítica na Síria. “Às vezes era complicado. Confiava nos pediatras, estavam todos muito bem preparados e qualificados. Mas todos eles viviam na Turquia. Trabalhavam em turnos, atravessavam a fronteira todos os dias, mas às vezes não os deixavam passar. Então havia dias em que o meu hospital não tinha um único pediatra. E isso era caótico”, lembra. O mais dramático, contudo, era quando as próprias vítimas eram bloqueadas. E mais duro ainda quando se tratavam de crianças. “Apareciam feridas por causa de minas terrestres, algumas morriam no hospital em Azaz, pelo estado extremamente grave em que chegavam. Outras precisavam de entrar na Turquia para chegar ao nosso hospital e eram bloqueadas. Não as deixavam passar”, conta. “Algumas morreram na fronteira.”

Não lhe faltam, aliás, memórias de vítimas a quem o socorro faltou ou ficou incompleto. Maria Luz recorda uma menina de 11 anos, familiar de uma enfermeira que trabalhara consigo na Síria, que ficara cega com os estilhaços de um bombardeamento em Idlib. “Organizámos um enorme movimento para a retirar do país e poder analisá-la na Turquia, no hospital de Gaziantep. Decidiram que ela precisava de um transplante de córnea, o que já exigia um alto nível de especialização para o local. Então pensaram em transferi-la para Istambul. Mas aí havia outro grande problema… Ela tinha perdido a mãe e para o pai era impossível ir com ela até Istambul. Então pensou-se na possibilidade de ir para Damasco, disseram que não. E o caso terminou aí. A família recusou totalmente a deslocação para qualquer uma destas cidades que mencionei”, conta.
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Mas também há casos com um final menos trágico, como o da menina que ficou com queimaduras graves depois de uma explosão, a ponto de não poder mexer os braços. Valeu-lhe a intervenção dos Médicos sem Fronteiras que, depois de a levarem para Kilis, a reencaminharam para um médico na Jordânia que, através de uma cirurgia reconstrutiva, lhe devolveu os movimentos.

Voltar a casa com vontade de partir
Montse Pubill ainda hoje estranha quando regressa a Espanha e volta a vestir a bata para retomar o seu trabalho como médica de família no centro de saúde. Estranha sobretudo o ritmo, bem mais calmo do que o das 15 missões que já cumpriu fora do país. Nasceu em Barcelona, cresceu e estudou em Valência, mas gosta de dizer que é do “mediterrâneo”. Já na universidade onde estudou medicina, “admirava os Médicos sem Fronteiras” e interessou-se pelo trabalho da organização. “Seguia o que faziam. Era como um sonho. Dois anos depois de terminar a especialização, achei que valia a pena tentar. Candidatei-me e fiz o processo de recrutamento e entrei.” Estava a estudar doenças tropicais quando foi chamada para a primeira missão: quatro meses na Etiópia, para tratar de uma emergência alimentar. Tinha então 35 anos.

A preparação é intensa e está sempre a acontecer. Fez treino específico para lidar com vírus e vários tipos de doença, mas também formação em gestão. “Quando estamos no terreno, atuamos como médicos. Mas também temos muitas funções de organização e gestão. Agora também fazemos treinos online, que podem ser feitos a partir de qualquer sítio. Treinos de vacinação, de segurança, depende sempre de onde estamos e das nossas funções”, esclarece a coordenadora da equipa de emergência médica na Síria.

Pelo meio, há sempre o regresso a casa e à família, ainda que seja difícil fazer planos para uma relação estável ou ter filhos, dadas as constantes partidas para missão. “Há quem me pergunte como, depois de uma missão, posso voltar a um centro de saúde”, explica a médica catalã. “Mas a verdade é que mudamos as nossas expectativas. Sou uma médica de família que trabalha com uma população com outro tipo de necessidades. Tenho doenças crónicas para tratar, mas não tenho uma emergência alimentar para acudir”, explica. Por outro lado, reconhece, é bom voltar. “Temos liberdade, podemos movimentar-nos para tantos lados, podemos comer a nossa paella!”, afirma com uma gargalhada.
Maria Luz encontra a mesma estranheza no regresso a casa. “Já trabalho com os Médicos sem Fronteiras há 12 anos e ainda estranho aquela febre consumista ou quando oiço as pessoas a queixarem-se das coisinhas do dia a dia.” As rotinas também se ressentem. “Às vezes estou em casa e os meus amigos ligam-me para sair e são 10 horas da noite. E para mim é muito tarde, porque normalmente regresso a casa às 8 horas da noite e já não saio para lado nenhum, é a minha rotina.” descreve. O regresso a casa, explica, “é para desacelerar e ajustar as rotinas.”

Apesar do cenário de conflito vivido nas últimas missões, Montse garante que viveu situações mais críticas noutros países. Uma delas, recorda, aconteceu há dois anos, em Beirute, na missão em que conheceu Maria Luz Ruiz. “Foi um incidente crítico em Beirute, relacionado com um conflito que estava a deflagrar naquele momento, e que obrigou a uma evacuação de emergência e que se complicou colocando em risco a saída rápida do local.”

Impedidas de revelar mais pormenores por questões de segurança, Montse e Maria Luz contam apenas que “foi um momento delicado, mas mesmo muito delicado, com toda a equipa junta a tentar ter a oportunidade de sair da capital, o que não foi fácil”. Mas, realçam, “estávamos com uma pessoa maravilhosa, daquele país, que nos ajudou…”

As equipas são constantemente colocadas à prova nestas situações, daí que a competência, a união e a confiança sejam as chaves da sobrevivência em momentos críticos. Montse conta com cerca de cinco pessoas regulares e várias nacionalidades na sua equipa, desde a Arménia ao Brasil e Argentina. Também já se cruzou com médicos portugueses, no Curdistão e no Sudão do Sul. “Todos têm experiências totalmente diferentes. São altamente profissionais, mas colocam o coração em tudo o que fazem.” E é também pelo coração tanto Montse Pubill e Maria Luz Ruiz mal podem esperar para voltar ao terreno e integrar de novo uma missão na Síria.

* Havendo gente tão boa como os exemplos da notícia, como pode o mundo ser tão mau? 

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Um trabalho excelente de HELENA CRISTINA COELHO



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