HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Subcomissão de Ética concluiu
pela inexistência de incompatibilidades
de sete deputados
A
subcomissão de Ética do parlamento aprovou hoje pareceres no sentido de
ausência de incompatibilidades com a função de deputado de sete
parlamentares, embora só num dos casos a votação tenha sido unânime.
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Em
causa estava a alegada participação em mais de 10% do capital de
sociedades com contratos com o Estado do líder parlamentar do PSD, Luís
Montenegro, e dos deputados Virgílio Macedo (PSD), Paulo Rios de
Oliveira (PSD), Ricardo Bexiga (PS), Renato Sampaio (PS) e Luís Testa
(PS), revelada pelo Jornal Económico.
A decisão foi a anunciada
pelo presidente da subcomissão, Luís Marques Guedes, que especificou que
só no caso do deputado José Rui Cruz (PS) foi unanimemente considerado
pelos grupos parlamentares como não havendo qualquer incompatibilidade,
ao tratar-se de um parlamentar que veio substituir um deputado que saiu
para o Governo, sendo a actividade comercial referente ao período em que
não estava no parlamento.
Nos casos de Luís Montenegro, Paulo
Rios de Oliveira, Ricardo Bexiga e Virgílio Macedo considerou-se que
pelo facto de serem participações em sociedades de advogados e revisores
oficiais de contas (caso de Virgílio Macedo) tal não se enquadra no
estabelecido na lei para sociedades industriais e comerciais.
Os
casos de Renato Sampaio e Luís Testa referem-se a participações dos
cônjuges dos deputados superiores a 10% do capital social. Essas
participações foram diminuídas, de forma a serem inferiores a esse
patamar.
Os casos são distintos e, assim, foram distintas as
votações. Os pareceres relativos aos deputados Luís Montenegro, Ricardo
Bexiga (PS), Virgílio Macedo (PSD) e Paulo Rios de Oliveira (PSD) foram
aprovados com os votos favoráveis do PSD, do PS e do CDS-PP e os votos
contra do BE e do PCP.
Os pareceres relativos aos deputados
Renato Sampaio e Luís Testa foram aprovados com os votos favorável do
PS, a abstenção dos deputados do PSD e CDS e os votos contra do BE e do
PCP.
Através do deputado Jorge Machado, o PCP considerou que a
interpretação para o caso dos advogados e revisores oficiais de contas
foi restritiva, defendendo uma clarificação legal para que sejam também
abrangidos pelo impedimento, e argumentou que, no caso de Renato Sampaio
e Luís
Testa a correcção da participação social não chega e que deviam
perder remuneração pelo período em que houve essa incompatibilidade.
O
deputado José Manuel Pureza justificou o sentido de voto do Bloco de
Esquerda pelo “critério de exigência máxima de transparência”.
A
deputada do PSD Sara Madruga da Costa transmitiu a posição dos
social-democratas, explicando que se abstiveram no caso de Renato
Sampaio e Luís Testa por terem dúvidas quanto à aplicação de sanção.
O
deputado do PS Pedro Delgado Alves afirmou que “em todos estes casos a
lei comporta imensas dificuldades interpretativas”, reafirmando a
necessidade de a Comissão Eventual para o Reforço da Transparência
“clarificar e tornar legível pelos cidadãos, pelos deputados e pela
Assembleia da República todas as leis sobre esta matéria”.
Questionado
pelos jornalistas o deputado PS explicitou que apenas no caso do
deputado Luís Testa houve uma alteração da situação nesta legislatura,
designadamente após a notícia do Jornal Económico, enquanto no caso de
Renato Sampaio a questão foi detectada em 2011 e corrigida nessa altura.
A
subcomissão aprovou indiciariamente os pareceres, que serão submetidos à
Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias,
na quarta-feira, para votação final.
* A família parlamentar unida quando é preciso.
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