Opinião.
Faltam regras ou capital?
Veremos se a CGD vai ou não aumentar a probabilidade de em 2017 ser ultrapassada a meta psicológica de 3% de défice
Uma riqueza. Esta semana foi uma riqueza de
notícias económicas. O governo decidiu criar um novo supervisor
financeiro. Uma entidade independente, que fica no topo da hierarquia e
que vai reunir informações entre os supervisores CMVM, Banco de Portugal
e Autoridade dos Seguros.
Segundo Mário Centeno, ministro das Finanças,
esta entidade vai zelar pela estabilidade financeira e supervisão
macroprudencial.
Na prática, esta criação revela, uma vez mais, que o governo não está
confortável nem confia na atuação do Banco de Portugal. A instituição
sai fragilizada e ainda está por apurar o impacto desta notícia nos
mercados e nas instituições internacionais.
Já é sabido que o governador do banco
central é inamovível, pelos estatutos que regem a sua função. Resolver a
situação desta maneira, ou seja, dividindo para reinar, pode não ser a
melhor solução, nem para a supervisão nem para a saúde do próprio
sistema financeiro.
Os bancos precisarão de mais uma figura regulatória? Creio que os bancos precisam muito mais de capital, de crescimento económico, de exportações, de investimento privado. É aí que deve estar o foco do executivo. De capital precisa igualmente a Caixa Geral de Depósitos. O banco público tem a sua recapitalização já aprovada por Bruxelas, mas fica a braços com prejuízos recorde, anunciados ontem pela própria instituição. Se é verdade que a recapitalização acabará por acomodar todos os prejuízos, que são resultado do reconhecimento da perda de valor de créditos concedidos e outros activos como por exemplo o imobiliário e a construção, também é verdade que não há poço sem fundo.
No final desta história, vai ser preciso fazer as contas ao impacto que tudo isto terá no défice. Veremos se a CGD vai ou não aumentar a probabilidade de em 2017 ser ultrapassada a meta psicológica de 3% de défice.
Os bancos precisarão de mais uma figura regulatória? Creio que os bancos precisam muito mais de capital, de crescimento económico, de exportações, de investimento privado. É aí que deve estar o foco do executivo. De capital precisa igualmente a Caixa Geral de Depósitos. O banco público tem a sua recapitalização já aprovada por Bruxelas, mas fica a braços com prejuízos recorde, anunciados ontem pela própria instituição. Se é verdade que a recapitalização acabará por acomodar todos os prejuízos, que são resultado do reconhecimento da perda de valor de créditos concedidos e outros activos como por exemplo o imobiliário e a construção, também é verdade que não há poço sem fundo.
No final desta história, vai ser preciso fazer as contas ao impacto que tudo isto terá no défice. Veremos se a CGD vai ou não aumentar a probabilidade de em 2017 ser ultrapassada a meta psicológica de 3% de défice.
IN "DINHEIRO VIVO"
11/03/17
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