13/03/2017

ROSÁLIA AMORIM

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Opinião. 
Faltam regras ou capital?

Veremos se a CGD vai ou não aumentar a probabilidade de em 2017 ser ultrapassada a meta psicológica de 3% de défice

Uma riqueza. Esta semana foi uma riqueza de notícias económicas. O governo decidiu criar um novo supervisor financeiro. Uma entidade independente, que fica no topo da hierarquia e que vai reunir informações entre os supervisores CMVM, Banco de Portugal e Autoridade dos Seguros.

Segundo Mário Centeno, ministro das Finanças, esta entidade vai zelar pela estabilidade financeira e supervisão macroprudencial. Na prática, esta criação revela, uma vez mais, que o governo não está confortável nem confia na atuação do Banco de Portugal. A instituição sai fragilizada e ainda está por apurar o impacto desta notícia nos mercados e nas instituições internacionais.

Já é sabido que o governador do banco central é inamovível, pelos estatutos que regem a sua função. Resolver a situação desta maneira, ou seja, dividindo para reinar, pode não ser a melhor solução, nem para a supervisão nem para a saúde do próprio sistema financeiro.

Os bancos precisarão de mais uma figura regulatória? Creio que os bancos precisam muito mais de capital, de crescimento económico, de exportações, de investimento privado. É aí que deve estar o foco do executivo. De capital precisa igualmente a Caixa Geral de Depósitos. O banco público tem a sua recapitalização já aprovada por Bruxelas, mas fica a braços com prejuízos recorde, anunciados ontem pela própria instituição. Se é verdade que a recapitalização acabará por acomodar todos os prejuízos, que são resultado do reconhecimento da perda de valor de créditos concedidos e outros activos como por exemplo o imobiliário e a construção, também é verdade que não há poço sem fundo.

No final desta história, vai ser preciso fazer as contas ao impacto que tudo isto terá no défice. Veremos se a CGD vai ou não aumentar a probabilidade de em 2017 ser ultrapassada a meta psicológica de 3% de défice.

IN "DINHEIRO VIVO"
11/03/17

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