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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Criados manuais para técnicos e
.magistrados na audição das crianças
.magistrados na audição das crianças
Os
técnicos da Segurança Social e os magistrados têm a partir de agora dois
manuais de procedimentos para que a audição da criança em processos,
como os de divórcio, tenha uma abordagem uniformizada.
Os
manuais de audição da criança e de audição técnica especializada, que
surgem na sequência de alterações ao Regime Geral do Processo Tutelar
Cível através da lei 141/2015, foram hoje apresentados num seminário
realizado em Lisboa, e visam "guiar" os técnicos de segurança social e
os magistrados.
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Na audição técnica
especializada é procurado consenso entre os pais para encontrar a melhor
solução para a criança e na audição da criança é dado o seu testemunho,
cumprindo um direito consagrado internacionalmente de ser ouvida face a
conflitos parentais.
Este regime, que
entrou em vigor em outubro de 2015, aponta para um novo paradigma de
intervenção em que as soluções devem ser encontradas pelos
intervenientes, sendo o acompanhamento centrado na obtenção de consensos
que garantam o chamado superior interesse das crianças envolvidas.
Com
este regime, o processo é participado pelos pais, pelas crianças -
através da audição técnica especializada e na audição da criança -
cabendo às equipas de assessoria técnica, apoiar o juiz na obtenção de
soluções consensuais.
Em declarações à
agência Lusa, o diretor adjunto do centro de estudos judiciários, o juiz
Paulo Guerra, explicou que os manuais agora apresentados e que serão
instrumentos de trabalho diário dos técnicos chamam a atenção da
necessidade de haver comportamento "estandardizado" a nível nacional
para que a situação de uma criança não dependa da geografia.
"Uma
criança em Portalegre não tem de ter um tratamento diferente de uma
criança no Porto. Tem de haver um tratamento igual ao nível da segurança
social e dos tribunais", disse.
Paulo
Guerra, que hoje moderou um dos painéis do seminário de apresentação dos
manuais, explicou que este novo paradigma trazido pela nova legislação
de audição da criança cria a necessidade de uma abordagem técnica
especializada para que as perguntas que vão definir o futuro da criança
sejam as certas.
Os manuais, adiantou,
"consensualizam, uniformizam critérios para que todas as crianças em
Portugal tenham o mesmo tratamento no que à justiça diz respeito".
O
juiz acrescentou que na sequência da nova legislação já é notória uma
diminuição do número de julgamentos nas regulações parentais "porque os
processos acabam cada vez mais em acordos", através da mediação, com a
audição técnica especializada e com os poderes de conciliação do juiz.
* Pode ser um modo de travar as arbitrariedades de funcionárias da Segurança Social em relação a crianças inseridas em famílias frágeis.
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