HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Portugal coloca 1,25 mil milhões
com taxas ainda mais negativas
Nos títulos a 12 meses a taxa ficou em -0,112%, o que compara com o anterior mínimo de -0,047%.
O IGCP colocou esta quarta-feira, 15 de Março, 1,25 mil milhões de
euros num duplo leilão de bilhetes do Tesouro, conseguindo emitir os
títulos a seis e 12 meses com taxas ainda mais negativas do que no
último leilão, que já eram as mais baixas de sempre.
Nos
títulos a 12 meses, onde foram colocados mil milhões de euros, a taxa
ficou em -0,112%, o que compara com o anterior mínimo de -0,047%. Nos
bilhetes do Tesouro com maturidade em Setembro foram colocados 250
milhões de euros, sendo que a taxa ficou em -0,158%.
A última vez que a agência liderada por Cristina Casalinho foi ao mercado financiar-se a seis e 12 meses foi em Janeiro, tendo colocado um total de 1.750 milhões de euros, então com as taxas mais baixas de sempre. Na emissão a 12 meses, colocou 1.400 milhões de euros, com uma taxa de -0,047%, enquanto no leilão a seis meses emitiu 350 milhões de euros, também com uma taxa negativa de -0,091%.
"As
taxas saíram em linha com o mercado de curto prazo, que está em mínimos
históricos. As taxas de hoje foram ainda mais baixas que as dos últimos
leilões comparáveis, de Janeiro. Estes dados mostram que continuamos a
beneficiar do ambiente de baixas taxas de juro e da ausência de sinais
de que a subida de taxas de juro do BCE esteja para breve", refere
Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa, numa
nota.
Procura sobe, mas montante colocado fica abaixo da indicação máxima
Além dos juros ainda mais negativos, a operação foi alvo também
de uma maior procura por parte dos investidores. Na linha a 12 meses a
procura excedeu em 1,93 vezes a oferta, acima do rácio de 1,55 vezes da
última operação. E nos títulos a três meses a procura foi 3,82 vezes
superior à oferta, o que compara com o rácio de 3,53 vezes da última
operação.
Ainda assim, o IGCP optou por
colocar o montante mínimo do intervalo indicativo, que era de entre 1,25
mil milhões e 1,5 mil milhões de euros. No entanto, tendo em conta os
dados das taxas da operação, Filipe Silva refere que não valoriza "o
facto de o montante emitido ter ficado junto do limite inferior do
intervalo pré-definido". Considera que "com estas taxas, é porque foi
mesmo uma opção não contrair uma dívida maior".
Apesar
de Portugal conseguir colocar dívida de curto prazo com juros
negativos, tem assistido a uma subida das taxas das Obrigações do
Tesouro, que são a principal fonte de financiamento do Estado. Na semana
passada, por exemplo, o Estado teve de pagar juros mais elevados para se financiar a nove anos.
Isto depois de outras operações de financiamento de médio e longo prazo
realizadas este ano também terem registado uma subida nos custos de
financiamento.
Já os Bilhetes do Tesouro
deverão ter um impacto nulo no financiamento. Além de terem um prazo
mais curto, estes títulos de curto prazo tendem a ser vistos como mais
seguros pelos investidores, já que em reestruturações de dívida que
ocorreram no passado, como na Grécia, não provocaram perdas. No entanto,
nos últimos meses tem-se assistido a um diferencial cada vez maior
entre as taxas de curto prazo e as de médio e longo prazo.
"As taxas extremamente baixas do leilão de divida de curto prazo mostram a confiança na continuidade da política monetária expansionista, no entanto é de realçar a forte disparidade de taxas entre as diferentes maturidades. Enquanto as taxas a 6 e 12 meses não pressupõem qualquer risco, dada a atuação do BCE no curto prazo, as 'yields' das obrigações a 10 anos seguem a incorporar os riscos de contracção monetária de médio prazo e de instabilidade europeia", refere Henrique Romão Dias, gestor da corretora XTB, numa nota.
"As taxas extremamente baixas do leilão de divida de curto prazo mostram a confiança na continuidade da política monetária expansionista, no entanto é de realçar a forte disparidade de taxas entre as diferentes maturidades. Enquanto as taxas a 6 e 12 meses não pressupõem qualquer risco, dada a atuação do BCE no curto prazo, as 'yields' das obrigações a 10 anos seguem a incorporar os riscos de contracção monetária de médio prazo e de instabilidade europeia", refere Henrique Romão Dias, gestor da corretora XTB, numa nota.
* Uma boa notícia, Cristina Casalinho é uma profissional competente.
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