HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
PS também pede audição sobre
.transferências offshore
O PS pediu hoje a audição urgente do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no parlamento para "prestar todos os esclarecimentos sobre as transferências para 'offshore' que, durante o governo do PSD/CDS, não foram controladas pelo fisco".
A notícia de que quase dez mil milhões de
euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014 para contas
sediadas em paraísos fiscais não foram nesse período alvo de qualquer
tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, embora tenham
sido comunicadas pelos bancos à administração fiscal, como a lei
obriga, foi hoje avançada pelo jornal Público.
Os
socialistas juntam-se assim ao PCP, que pedira hoje a audição não só do
atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha
Andrade, como do titular da pasta durante o governo PSD-CDS, Paulo
Núncio.
O requerimento do PS pede contudo que a audição seja realizada "com caráter de urgência".
"Durante
os mandatos dos ex-ministros das Finanças Vítor Gaspar e Maria Luís
Albuquerque e do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo
Núncio ficaram por tratar cerca de 20 declarações de instituições
financeiras que representam mais de 9.800 milhões de euros", refere o
documento do PS.
De acordo com os
socialistas, "em 2010, no último Governo de José Sócrates, o então
secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, legislou no
sentido de terem de ser divulgadas e reportadas as transferências a
partir desse ano". "Desde então, todos os anos os bancos comunicam ao
fisco, detalhadamente, as transferências de dinheiro realizadas de
Portugal para contas sedeadas em paraísos fiscais", acrescenta o texto.
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E
os socialistas continuam, sublinhando que "no final de 2015, após a
tomada de posse do atual Governo, o secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais, Fernando Rocha Andrade, ao retomar o trabalho de divulgação das
transferências, deteta que os bancos entre 2011 e 2014 mantiveram o seu
trabalho de reporte das transferências ocorridas para 'offshore', mas
que o mesmo não foi alvo de qualquer escrutínio por parte da Autoridade
Tributária e Aduaneira.
Citado pelo
Público, o Ministério das Finanças confirmou que as "omissões" foram
detetadas quando, entre finais de 2015 e o início de 2016, foi "retomado
o trabalho de análise estatística e divulgação" dos valores das
transferências para os centros `offshore" e os chamados "territórios com
tributação privilegiada".
Essas
"incongruências", acrescenta o jornal, levaram o atual secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, a determinar à
Autoridade Tributária que esclareça "tais incongruências" e que apure a
sua origem.
* Mais uma notícia reveladora da competentíssima ignorância do governo de Passos Coelho/Paulo Portas e restante supino colectivo.
9.800 milhões a esvoaçar debaixo dos olhares perspicazes de Albuquerque e Núncio, embora com as lentes embaciadas, é dose.
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