.
* IN "i"
07/02/17
** Muito obrigado à autora por este texto.
OS PENSIONISTAS
.
Manuel Maria Carrilho é um asco
A violência doméstica até pode não estar provada – o juiz decidirá – mas a violência psicológica é do conhecimento público.
Manuel Maria Carrilho é acusado do crime de violência
doméstica. Ontem, voltou a vomitar em tribunal o que já fez amplamente
junto das revistas sociais, exercendo desde o início do processo
violência psicológica sobre a mãe dos filhos, os filhos e o resto da
família. A violência doméstica até pode não estar provada – o juiz
decidirá – mas a violência psicológica é do conhecimento público.
O depoimento de Carrilho ontem em tribunal só surpreende quem não tem
acompanhado o processo. A capacidade de divulgação de pormenores
sórdidos na imprensa cor-de-rosa do antigo ministro da Cultura é imensa:
logo no início do processo, chegou a afirmar que a ex-mulher tinha sido
violada pelo padrasto, alheio ao que uma difamação deste cariz poderia
ter sobre a saúde psicológica do filho mais velho – o único na altura
com possibilidade de ter acesso a este tipo de informação. A difamação
não ficou impune – foi condenado em tribunal em 2015 a pagar 25 mil
euros ao ex-padrasto de Bárbara Guimarães, mais uma multa de 6400 euros.
Ontem, o seu depoimento em tribunal mostrou o mesmo Carrilho. À
pergunta sobre a violência doméstica respondeu: “Desde que conheço a
Bárbara que lhe conheço nódoas negras”. A acusação de alcoolismo é torpe
– Carrilho acusa Bárbara de “pôr em causa a vida dos filhos” por
conduzir embriagada.
Há um problema na crítica à torpeza de um discurso, que é estar a
repeti-lo. Há uma comparação que Manuel Maria Carrilho faz no seu
depoimento que talvez explique tudo que é quando diz “os meus livros são
como os meus filhos”, criticando a decisão de Bárbara ter encaixotado
100 mil livros e tê-los mandado para outra casa de Carrilho, em Viseu.
Sendo que quaisquer tentativas de explicação para o asco saem geralmente
furadas, este é um bom ponto: Carrilho tem pelos filhos o mesmo amor
que pelos livros, objetos não-humanos. De outra forma, não os obrigaria a
viver a desumana condição de ver a mãe humilhada no espaço público.
* IN "i"
07/02/17
** Muito obrigado à autora por este texto.
OS PENSIONISTAS
.
Sem comentários:
Enviar um comentário